Ele surgiu como um canalha charmoso e sedutor, usando chapéu palha, paletó e muita lábia, mas definitivamente um canalha: vivia de golpes, enganava os amigos, era um mulherengo sem par. Os golpes foram aos poucos deixado de lado, substituídos por uma preguiça imensa e uma capacidade incrível de não emprestar dinheiro sem pagar de volta e dar calotes inúmeros. Muita gente reclamou do estereótipo antiético que ele dava ao brasileiro (mais especificamente o nascido no Rio) e nos anos de 1990 ele se submeteu ao politicamente correto, trocou chapéu e terno por boné e camiseta, e até arruma trabalho de vez em quando, mas continua usando a esperteza e não deixa de olhar para as moças, apesar de ser eternamente apaixonado por sua Rosinha. Com 70 anos de vida completados em 2012, Zé Carioca ganhou de presente duas belas edições de aniversário pela Abril, que merecem lugar na gibiteca de qualquer leitor Disney que se preze.
Criado em 1942 como resultado de uma ação para reforçar a amizade entre EUA e Brasil em tempos de guerra – e com “inspiração” de desenho do cartunista brasileiro J.Carlos – Zé, ou melhor, Joe Carioca teve tiras publicadas nos jornais americanos de 1942 a 1944. As tiras, por sinal, são um dos atrativos do primeiro volume de Zé Carioca 70 anos (304 páginas, R$ 16,00). Elas foram especialmente coloridas digitalmente para a edição, que também traz histórias dos anos 40, 50 e 60.
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