Energia alternativa
A usina, que vai produzir 100 Megawatts, custou 600 milhões de dólares
Homem observa de uma sacada a usina de energia solar concentrada Shams-1, nos arredores de Abu Dhabi: complexo tem 258.000 espelhos (Marwan Naamani/AFP)
Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, inaugurou oficialmente neste domingo a maior usina de Energia Solar Concentrada (CSP) do mundo, cujo custo de construção foi de 600 milhões de dólares, e que fornecerá energia para 20.000 residências.
A usina Shams 1, de 100 Megawatts (Itaipu produz 700 Megawatts em cada uma de suas 20 turbinas, totalizando 14.000 Megawatts), é "a maior do mundo mundo em operação com energia solar concentrada", disse Sultan al-Jaber, diretor da Masdar-Abu Dhabi, uma das parceiras do projeto e que supervisiona o plano do emirado de gerar 7% de sua demanda energética a partir de fontes renováveis até 2020.
"Shams 1 incorpora a tecnologia solar cilindro-parabólica mais inovadora e conta com 258.000 espelhos montados em 768 coletores cilindro-parabólicos", explicaram fontes da empresa. "Mediante a concentração de calor procedente dos raios solares em tubos onde circula um óleo sintético, Shams 1 produz vapor que movimenta uma turbina, gerando eletricidade", explicaram. "Adicionalmente, o projeto solar usa um sistema para aumentar a temperatura do vapor ao entrar na turbina, o que aumenta a eficiência do ciclo", acrescentaram.
O projeto inclui um "sistema de refrigeração seca que reduz significativamente o consumo d'água, uma vantagem crítica no árido deserto", afirmaram os técnicos da empresa.
A usina fica no deserto de Madinat Zayed, na região ocidental, 120 quilômetros a sudoeste de Abu Dhabi, capital dos Emiratos Árabes Unidos, no coração de uma das regiões mais ensolaradas e quentes do mundo.
Onde fica a usina
A usina Shams 1 vai produzir 100 Megawatts (Itaipu produz 14.000 Megawatts), e será "a maior do mundo mundo em operação com energia solar concentrada"
"É a maior usina de energia solar por concentração em funcionamento no mundo", afirmou Sultan Sultan al Jaber, conselheiro delegado da Masdar, organismo de Abu Dhabi encarregado do projeto.
Várias usinas solares ao redor do mundo usam tecnologia fotovoltaica para aproveitar a energia solar, mas as de concentração não alcançam o tamanho de Shams-1.
Com a usina, a Masdar produzirá 10% da energia solar concentrada do mundo, afirmou Seage, durante a inauguração da usina. A companhia produz ainda o equivalente a 68% da energia renovável dos países do Golfo.
Menos 15.000 automóveis — O parque solar é composto por longas linhas de espelhos parabólicos espalhados em uma superfície equivalente a 300 campos de futebol. As 192 fileiras de coletores de Shams-1, protegidos da areia por um dispositivo especial, geram uma energia que evita a emissão de 175.000 toneladas de CO2 ao ano. Isto equivale a retirar de circulação 15.000 automóveis, destacou a empresa.
A Masdar detém 60% do projeto, enquanto a francesa Total e a espanhola Abengoa Solar possuem 20% cada.
"Os Emirados hoje são o primeiro país do Oriente Médio membro da OPEP a investir nas energias renováveis, apesar de suas riquezas em hidrocarbonetos", afirmou o diretor da Masdar.
Abu Dhabi é o mais mais rico dos sete reinos que compõem a federação dos Emirados Árabes Unidos, dispõe de reservas de petróleo de 98,2 bilhões de barris, ou seja, 95% das reservas da federação.
O francês Philippe Boisseau, diretor de energias renováveis da Total, disse que o projeto é o resultado de uma associação com Abu Dhabi. "Compartilhamos a mesma visão no que diz respeito à diversificação das fontes de energia", destacou.
Abu Dhabi quer ser a capital regional de energias renováveis, razão pela qual decidiu abrigar a sede da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena).
"É um momento extraordinário para nós", declarou o diretor da Irena, Adnan Amin, que qualificou a Shams-1 de "primeira etapa" da caminhada de um país rico em petróleo para as energias renováveis.
Correção: A Usina de Itaipu tem uma capacidade de geração de energia total de 14.000 Megawatts, e não de 700 Megawatts, como afirmava o texto. A informação foi corrigida. Agradecemos aos leitores Rogério Ferro do Nascimento, Gustavo Palmieri, Reinaldo Mastrogiuseppe, Diego Rossetto, Flavio e Marco por gentilmente apontarem o erro.
(Com Agência France Presse)
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