Emagrecimento
A agora famosa foto em que a modelo sul-africana Candice Swanepoel exibe sua barriga negativa provocou uma onda de reações na internet e o assunto já chegou às academias na forma de uma pergunta muito frequente: qualquer um pode obter esse resultado com um programa de treinos e alimentação controlada?
A resposta é um sonoro não! Nem todas as mulheres possuem a constituição física e o histórico adequado para um abdome extremamente magro. E, ainda que tenham, é preciso alertar que, talvez, a chamada barriga negativa não seja exatamente saudável, já que implica em perda de massa magra.
Para quem não acompanhou a controvérsia desde o início, vale explicar: a barriga negativa é formada por um abdome tão magro que deixa os ossos do quadril mais evidentes. Ao lado, reproduzo a foto publicada pela modelo sul-africana.
Por que nem todos podem conseguir esse efeito? Alguns indivíduos apresentam maior predisposição ao acúmulo de gordura no abdome, inclusive com aumento da adiposidade visceral. Diversos estudos1 apontam que parte dessa predisposição vem da infância. Crianças mais magras tendem a apresentar menor percentual de gordura na fase adulta e vice-versa.
Um estudo recente2 demonstrou que há de fato relação inversa entre a condição física e a quantidade de gordura abdominal e visceral. Ou seja, quanto melhor a forma física de um indivíduo, menor é o acúmulo de gordura na região. Os percentuais de redução de gordura abdominal entre homens e mulheres submetidos a um programa de atividade física, porém, variaram de 3% a 7%. Um número bom, mas insuficiente para a tal barriga negativa. Não existem garantias, portanto, de que séries de treinos possam proporcionar o tal efeito.
Os treinos são muito eficientes para criar os chamados “tanquinhos”, aqueles gominhos que se formam em abdomes esculpidos com musculação e alimentação balanceada. O tanquinho é resultado de ganho de massa muscular e redução da gordura corporal. Já a barriga negativa depende em grande medida da constituição física longilínea da pessoa e de um histórico de infância magra.
Fontes:
1- Adriana Andrade Noia de Miranda, Francisco Navarro. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.2, n.10, p.313-323, Jul/Ago. 2008.
2- Ian Janssen, Peter T. Katzmarzyk, Robert Ross, Arthur S. Leon, James S. Skinner, D.C. Rao, Jack H. Wilmore, Tuomo Rankinen, Claude Bouchard. Fitness Alters the Associations of BMI and Waist Circumference with Total and Abdominal Fat.
http://veja.abril.com.br/blog/saude-chegada/nutricao/e-possivel-conseguir-uma-barriga-negativa-malhando/
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