No dia 08 de março se comemora no mundo todo o Dia da Mulher. É uma data de conscientização e reconhecimento dos direitos das mulheres e das pessoas que lutaram pela conquista desses direitos.
Claro que ainda tem muito chão para percorrer para alcançar a perfeita igualdade de direitos entre homens e mulheres no mundo todo, mas muitas manifestações que rolaram em vários países ficaram internacionalmente conhecidas por essas lutas.
França
Um dos berços do feminismo, a França tem a história de muitas mulheres importantes que divulgaram seus novos pensamentos, exigiram e brigaram pelos seus direitos, como Olympe de Gouges que escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, Etta Palm d’Aelders que fez discursos em defesa dos direitos políticos da mulher, da educação feminina e do divórcio e Théroigne de Méricourt que declarou que as mulheres poderiam sim entrar no exército e se armariam para mostrar aos homens que tinham tanta coragem quanto eles. Um dos nomes mais importantes da revolução feminina foi a filósofa Simone de Beauvoir, autora de livros que estudam o universo feminino e a sociedade como O Segundo Sexo, que foi um momento marcante, pois, pela 1ª vez, um intelectual respondia a famosa pergunta: o que significa ser mulher? A frase “A pessoa não nasce mulher, mas antes torna-se mulher” dita por Simone de Beauvoir é usada até hoje como um lema feminista.
Estas e outras mulheres foram responsáveis por mudanças sociais, como a reinvindicação a igualdade jurídica, direito ao voto e equiparação de salários que hoje são direitos tanto na França quanto em vários lugares do mundo.
Estados Unidos
No século XIX, as mulheres americanas mal tinham direito ao estudo, assim como em quase todo o mundo. Mas em 1837, foi criada a Universidade Feminina de Holyoke e também neste ano foi realizada uma convenção feminina contrária à escravidão. Você pode pensar que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas tem! Além de se tornar uma força política, essas mulheres tiveram voz social para brigar pelo o que acreditavam. Iniciativas que em seguida foram essenciais para a organização feminina e luta por direitos. Talvez o fator mais importante para a entrada das mulher no mercado de trabalho americano tenha sido a 2ª guerra mundial. Naquela época, não havia oportunidades de trabalho para as mulheres, que deveriam apenas ficar em casa cuidando de serviços domésticos. Mas durante a guerra, com a escassez de mão de obra masculina, as empresas começaram a admitir funcionárias, por um pagamento abaixo do salário masculino. Foi a partir daí que as mulheres começaram a conquistar seu espaço no mercado e exigir salários iguais aos dos homens, uma briga que, infelizmente, dura até hoje.
Reino unido
A escritora britânica e uma das pioneiras do pensamento feminista Mary Wollstonecraft publicou em 1792 um livro chamado Reinvidicação dos Direitos das Mulheres, onde exigia para as mulheres as mesmas oportunidades que os homens têm na educação, trabalho e na política. Na época, ninguém se importou com a obra, que achavam ser um “abuso” uma mulher querer os mesmos benefícios que um homem. Foi somente no início do século XIX que Barbara Bodichon iniciou alguns pequenos grupos feministas que ajudaram a divulgar as ideias e exigências sociais femininas. Ela criou também o jornal English Women’s Journal para discutir sobre as questões de igualdade de homens e mulheres em relação aos empregos em indústrias, tanto manuais quanto intelectuais , sobre a expansão do mercado de trabalho e reforma das leis referentes aos sexos. Ela não parou por aí, com a ajuda do filósofo e economista John Stuart Mill, Barbara criou o comitê do sufrágio feminino, para lutar pelo direito de votar. Em 1866, o comitê apresentou um projeto igualitário ao Parlamento, mas infelizmente foi rejeitado.
Japão
O Japão é um país famoso pelos seus costumes e tradições, mas muitas delas foram quebradas e modificadas durante o tempo. As questões femininas são algumas delas. Antigamente, a mulher japonesa era subordinada aos seus pais e maridos, tendo como obrigação serem “boas esposas e mães responsáveis”. As mulheres eram consideradas responsabilidades de seus maridos e famílias, sem direitos de vontade própria. Mas felizmente, mulheres corajosas foram dispostas a perder suas próprias vidas para lutar contra essa opressão. Kanno Suga é um dos nomes mais importantes dessa revolução, jornalista, ela escreveu em jornais e iniciou um movimento feminista e político, após revoltas e envolvimento com movimentos sociais contra o imperador e outros poderes burgueses, foi morta sob acusação de traição. Outras grandes mulheres que desencadearam o movimento feminista japonês foram Kaneko Fumiko, Itô Noe e Shizue Kato, esta uma das pioneiras do controle de natalidade japonês e reforma trabalhista.
Nova Zelândia
O país foi o 1º a reconhecer o direito feminino ao voto, em 1893. Essa conquista deve-se muito aos esforços de Kate Sheppard, uma líder política da época. Kate foi membro-fundadora da Woman’s Christian Temperation Union, em 1885, uma associação que lutava por leis que zelassem o bem estar das mulheres e crianças. Também exigiam o direito de voto feminino e medidas legislativas pelo controle do consumo de bebidas alcoólicas. Kate teve grande apoio das mulheres da época para conseguir levar as mulheres à urna de votação. Mas não pense que foi fácil, Kate enviou para o governo 5 petições exigindo o direito do voto, e somente na 5ª tentativa, com um documento que contava com nada menos que a assinatura de 1/3 da população feminina da Nova Zelândia, que o governo concedeu a vitória a ela e a todas as mulheres neozelandesas.
Estes são apenas alguns dos países que tiveram figuras e movimentos feministas importantes. Muitos destes pensamentos e filosofias chegaram em todo o planeta e desencadearam centenas de mudanças que visavam o bem social, econômico e político das mulheres. Hoje, muito se conquistou, mas sem dúvida a luta por direitos iguais no mundo todo não para por aí.
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