sábado 16 2013

Imagem da capa da edição de 1960 de Simone de Beauvoir O Segundo Sexo , quatro livros Square, Londres.




O SEGUNDO SEXO 
SlMONE DE BEAUVOIR 
As mulheres de nossos dias estão prestes 
a destruir o mito do "eterno feminino": a 
donzela ingênua, a virgem profissional, a mulher que valoriza o preço do coquetismo, a 
caçadora de maridos, a mãe absorvente, a 
fragilidade erguida como escudo contra a 
agressão masculina. Elas começam a afirmar sua independência ante o homem; não 
sem dificuldades e angústias porque, educadas por mulheres num gineceu socialmente 
admitido, seu destino normal seria o casamento que as transformaria em objeto da supremacia masculina. 
Neste volume complementar de O SEGUNDO SEXO, Simone de Beauvoir, constatando 
a realidade ainda imediata do prestígio viril, 
estuda cuidadosamente o destino tradicional 
da mulher, as circunstâncias do aprendizado 
de sua condição feminina, o estreito universo 
em que está encerrada e as evasões que, dentro dele, lhe são permitidas. Somente depois 
de feito o balanço dessa pesada herança do 
passado, poderá a mulher forjar um outro futuro, uma outra sociedade em que o ganha-
-pão, a segurança econômica, o prestígio ou 
desprestígio social nada tenham a ver com o 
comércio sexual. É a proposta de uma libertação necessária não só para a mulher como para o homem. Porque este, por uma 
verdadeira dialética de senhor e servo, é corroído pela preocupação de se mostrar macho, 
importante, superior, desperdiça tempo e forcas para temer e seduzir as mulheres, obstinando-se nas mistificações destinadas a manter a mulher acorrentada. 
Os dois sexos são vítimas ao mesmo tempo do outro e de si. Perpetuar-se-á o ingló-
rio duelo em que se empenham enquanto homens e mulheres não se reconhecerem como 
semelhantes, enquanto persistir o mito do 
"eterno feminino". Libertada a mulher, libertar-se-á também o homem da opressão que 
para ela forjou; e entre dois adversários enfrentando-se em sua pura liberdade, fácil será encontrar um acordo. 
O SEGUNDO SEXO, de Simone de Beauvoir, é obra indispensável a todo o ser humano que, dentro da condição feminina ou 
masculina, queira afirmar-se autêntico nesta 
época de transição de costumes e sentimentos. 

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