“Uma tragédia para nós todos. Pedi a todos os meus ministros que possam contribuir para minorar as consequências dessa tragédia que viajem para Santa Maria. Eu também irei”, disse a presidente Dilma Rousseff
Rio Grande do Sul
Batalhão de Operações Especiais (BOE) havia informado anteriormente 245 vítimas fatais. Há, ainda, mais de cem pessoas hospitalizadas.
O número de mortos no incêndio na boate Kiss, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, foi corrigido na tarde deste domingo para 232. Anteriormente, o major do Batalhão de Operações Especiais (BOE), Cleberson Braida Bastianello, havia informado 245 vítimas fatais. Há, ainda, mais de cem pessoas hospitalizadas, cujo estado de saúde ainda não foi detalhado.
A maioria das mortes ocorreu por asfixia. A identificação prévia foi feita por meio de documentos que estavam com as vítimas, levadas para o Centro Desportivo Municipal (CDM). Por volta das 12h30, o acesso dos familiares foi liberado para o reconhecimento dos corpos. A prefeitura estuda a realização de um velório coletivo, nos ginásios do próprio CDM.
No momento do incêndio, por volta das 2h deste domingo, havia entre 1.000 e 2.000 pessoas na casa noturna, a maioria jovens. Segundo o jornal local Diário de Santa Maria, acontecia na boate uma festa dos cursos de Agronomia, Veterinária, Pedagogia e Tecnologia dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). No local, também ocorria a festa de um bloco de carnaval da cidade, o Nagandaya.
As primeiras informações são de que o cantor da banda que se apresentava na boate acendeu um sinalizador que atingiu o teto. A partir daí, o fogo se espalhou rapidamente. Testemunhas, que estavam na boate no momento do acidente, dizem que os seguranças, acreditando que se tratava de uma briga, impediram a saída das pessoas, para garantir o pagamento das comandas.
Em entrevista à TV Globo, um segurança da casa disse que tentou resgatar alguns jovens. "Pedimos para que as pessoas saíssem. No meio do tumulto, alguns foram pisoteados. Houve gente que não teve tempo de sair. Chegamos a conseguir levar alguns às unidades de saúde. Algumas estavam com 80% do corpo queimado e não resistiram. Um colega nosso também morreu. Foi um filme de terror", contou.
Governo - O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, classificou o incêndio como uma tragédia. Em seu primeiro pronunciamento na chegada ao município, ele afirmou que o governo está mobilizado para esclarecer as causas do acidente. "Nós estamos empenhados, desde a madrugada, em dar o apoio necessário para que tenhamos o levantamento de provas para fazer um inquérito policial de alto nível, para que a gente possa depois, com essas provas, ter um esclarecimento inclusive em relação às causas que determinaram esse evento", declarou.
Tarso, que é natural de Santa Maria, também reforçou o apoio dado pelo governo federal e afirmou que esse a prioridade, inicialmente, é dar apoio às famílias enlutadas. "É um momento muito duro para todos nós. Nós temos que ter competência, responsabilidade, trabalhar muito bem para que a gente possa dar uma resposta a altura desse acontecimento."
Mais cedo, a presidente Dilma Rousseff informou que colocaria toda a estrutura do governo federal à disposição do estado para atender às vítimas. Antecipando seu retorno do Chile - onde participava de reunião da Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos com a União Europeia -, ela chegou à cidade gaúcha por volta das 13h.
"Uma tragédia para nós todos. Não continuarei na reunião por razões muito claras. Quem precisa de mim hoje é o povo brasileiro. Pedi a todos os meus ministros que possam contribuir para minorar as consequências dessa tragédia que viajem para Santa Maria. Eu também irei", disse Dilma, ainda em território chileno, com a voz embargada. "Queria dizer à população brasileira, em especial à de Santa Maria, que estamos juntos. Iremos superar, mantendo a tristeza."
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