PATRÍCIA BASILIO
FILIPE OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
FILIPE OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Atualizado às 19h22.
Devido à quantidade de reclamações dos consumidores em relação aos preços dos produtos vendidos na 'Black Friday' brasileira, que reúne liquidações de lojas virtuais e algumas físicas, o Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) notificou o Extra, Ponto Frio, Submarino, Americanas.com, Wal-Mart, Saraiva e Fast Shop.
Segundo a entidade, as notificações foram originadas por "indícios de maquiagem nos descontos, com base em denúncias que chegaram dos consumidores nos tradicionais canais de atendimento e redes sociais do órgão". Elas têm até sexta-feira (30) para as respostas.
Consumidores em loja do 'Extra' em SP que abriu com promoções na madrugada; 'Black Friday' brasileira dá descontos de até 75%
A empresa organizadora do evento, a Busca Descontos, também será notificada para apresentar explicações sobre o problema que os internautas tiveram para acessar os linkes de ofertas e sites de lojas.
Em nota, o Ponto Frio (loja virtual) e o Extra (lojas físicas e virtual) afirmam que as ofertas divulgadas são legítimas e estão sendo praticadas conforme anunciadas, sem qualquer manipulação de valores.
A Americanas.com e o Submarino informam que apresentarão a documentação solicitada no prazo e que os preços praticados hoje são promocionais e criados especialmente para o evento.
O Walmart afirma que não foi notificado oficialmente, mas ressalta que não recebeu nenhuma reclamação dos consumidores.
Em nota, a Saraiva diz que ainda não foi notificada e, por isso, não poderia comentar o caso. O texto também diz que a Saraiva respeita os direitos do consumidor e a legislação repudiando qualquer afirmação em sentido contrário.
A Fast Shop disse que entregará documentação que comprova os descontos questionados nos produtos no prazo determinado pelo Procon.
BLOQUEIO
Segundo informações obtidas com exclusividade pela Folha, o Busca Descontos, empresa organizadora do evento, bloqueou hoje 500 ofertas de diversas lojas que "inflaram" os preços dos produtos. Ou seja, aumentaram os valores antes da data para depois venderem por um preço menor ou simplesmente não ofereceram os descontos prometidos. A lista das empresas será divulgada à tarde.
"É lamentável que algumas lojas ainda insistam em fazer maquiagem de preço. Contamos com a ajuda dos consumidores nesse momento para que denunciem as ofertas falsas", afirma Pedro Eugênio, CEO do Busca Descontos. A denúncia pode ser feita no própriosite do evento, no campo "Denuncie".
A indisponibilidade do site, segundo os organizadores, foi causada pela grande quantidade de acessos. Nos primeiros minutos da promoção, foram registrados 75 mil acessos simultâneos, o que ultrapassou a capacidade máxima do servidor. O acesso, afirma o Busca Descontos, "já foi normalizado".
Entre as principais reclamações dos consumidores nas redes sociais estão preços "inflados", descontos inferiores aos prometidos, sites fora do ar, produtos esgotados e pouca variedade de artigos em promoção.
RECORDE
As vendas no evento hoje superaram em 12 horas o valor registrado em toda a edição do evento no ano passado, segundo dados da companhia ClearSale, especializada em autenticação de compras virtuais. A empresa não informa o valor negociado.
A companhia faz um cálculo próprio com base na movimentação de compras realizadas em lojas que usam a sua base de autenticação de operações.
Entre os clientes da ClearSale estão Magazine Luiza, Casas Bahia, Ponto Frio, TAM Viagens, Carrefour, entre outras.
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