Genética
Variação na região do cromossomo X, presente no DNA de ambos os sexos, diminui níveis de gene que controla desenvolvimento celular e pode elevar risco da doença
Câncer de intestino: variação no cromossomo X pode estar associada a um maior risco da doença (Thinkstock)
Pela primeira vez, uma pesquisa mostrou que alterações em um dos cromossomos sexuais podem elevar o risco de câncer de intestino. Segundo o estudo, que foi publicado nesta segunda-feira na revista Nature Genetics, pessoas com essa doença são mais propensas a apresentar um defeito no cromossomo X que reduz os níveis de um gene associado ao bom desenvolvimento das células.
De acordo com os autores da pesquisa, essas descobertas podem ajudar a entender o motivo pelo qual o câncer de intestino atinge mais o sexo masculino do que o feminino. Eles explicam que, como as mulheres têm duas cópias do cromossomo X, a que não apresenta o defeito e que, portanto, tem função normal, pode mascarar a outra que leva a mutação. Diferentemente dos homens, que apresentam somente uma cópia do cromossomo e que, portanto, não tem uma 'cópia reserva' para mascarar o defeito.
Esse trabalho foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Pesquisa em Câncer do Reino Unido e das universidades de Oxford e de Edimburgo. Com base em cinco estudos anteriores sobre genética e câncer de intestino, eles buscaram descobrir novas alterações no código genético que pudessem elevar o risco de câncer de intestino. Antes dessa pesquisa, quase 20 variantes no genoma humano já haviam sido associadas à doença.
A equipe descobriu que pessoas com câncer de intestino tendem a ter um defeito na região do cromossomo X que leva a menores níveis de um gene chamado SHROOM2. Esse gene controla o desenvolvimento das células, garantindo que elas cresçam e adquiram forma correta. Alterações nesse mesmo gene já foram associadas a outros cânceres anteriormente.
"Essa é a primeira vez em que um estudo demonstra que defeitos em um dos cromossomos sexuais estão relacionados a um câncer que pode atingir os dois sexos. Essas descobertas podem nos ajudar e entender as diferenças da doença entre homens e mulheres, além de identificar os indivíduos que correm mais risco de terem câncer de intestino", diz Richard Houlston, um dos autores da pesquisa.
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