CPI do Cachoeira
Parlamentares deverão se focar em depoimentos de assessores ligados ao governador de Goiás. Presidente do colegiado pré-agendou três dias da próxima semana para ouvir integrantes do governo goiano.
Laryssa Borges
O governador de Goiás, Marconi Perillo, em evento oficial na última semana (Sebastião Nogueira/O Popular/AE)
Com dados da operação Monte Carlo ainda represados pelas autoridades policiais, a CPI do Cachoeira teve que mobilizar o próprio relator, deputado Odair Cunha (PT-SP), para recolher pessoalmente na 11ª Vara da Justiça Federal, em Goiânia, o conjunto de documentos e áudios que retratam como a quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira atuava na corrupção de autoridades em Goiás e no entorno do Distrito Federal. O parlamentar passou esta terça-feira na capital goiana reunindo provas sobre a abrangência do esquema do bicheiro na cooptação de empresários e autoridades públicas e privadas.
Após esta semana, quando a CPI está paralisada por conta da conferência Rio+20 e das festas juninas, os parlamentares da comissão de inquérito deverão se focar em depoimentos de assessores ligados ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Para isso, o presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), pré-agendou três dias da próxima semana para ouvir assessores e integrantes do governo goiano.
Paralelamente à costura das próximas oitivas da CPI, a comissão terá um capítulo à parte no Poder Judiciário. É que a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, vai receber nesta quarta em Brasília o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, que atuava nas investigações decorrentes da operação Monte Carlo, mas pediu afastamento após “ameaças veladas”. O juiz federal Alderico Rocha Santos, titular da 5.ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiás, foi confirmado como o novo responsável pelas investigações da Monte Carlo.
Santos foi o responsável pela decretação da prisão do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) em 2002 por suposto envolvimento no desvio de R$ 9,6 milhões da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) para custear um criadouro de rãs.
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