Dislexia
A descoberta facilita o processo de leitura em pessoas com dislexia, sem a necessidade de tratamentos convencionais
Dislexia: separar mais as letras não só aumenta a velocidade de leitura das crianças disléxicas, como também beneficia especialmente os casos mais graves (Thinkstock)
Pessoas com dislexia podem ler melhor e mais rápido quando há uma separação maior entre as letras de uma palavra: cientistas chegaram a essa conclusão em estudo publicado nesta segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
O trabalho foi realizado por cientistas europeus com 54 crianças italianas e quarenta francesas, todas com dislexia e idades entre 8 e 14 anos. Ao aumentar o espaço entre as letras, os autores perceberam que a precisão dessas crianças para decifrar palavras dobrou e a velocidade de leitura foi aumentada em 20%.
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DISLEXIA
A dislexia é um transtorno que afeta as capacidades de leitura, escrita e de soletração. Sabe-se que ela ocorre por herança genética em pessoas com inteligência normal, ou seja, não aparece em pessoas que têm síndromes ou psicoses. O diagnóstico é geralmente feito por uma equipe multidisciplinar formada por neurologistas, fonoaudiólogos, psicopedagogos e oftalmologistas. De acordo com a International Dyslexia Association, entre 4% e 17% da população mundial é afetada pela dislexia. No Brasil, a Associação Brasileira de Dislexia acredita que 5% da população seja disléxica. A dislexia não tem cura, mas o paciente disléxico pode ter melhorias com tratamento feito com fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos.
A dislexia é um transtorno que afeta as capacidades de leitura, escrita e de soletração. Sabe-se que ela ocorre por herança genética em pessoas com inteligência normal, ou seja, não aparece em pessoas que têm síndromes ou psicoses. O diagnóstico é geralmente feito por uma equipe multidisciplinar formada por neurologistas, fonoaudiólogos, psicopedagogos e oftalmologistas. De acordo com a International Dyslexia Association, entre 4% e 17% da população mundial é afetada pela dislexia. No Brasil, a Associação Brasileira de Dislexia acredita que 5% da população seja disléxica. A dislexia não tem cura, mas o paciente disléxico pode ter melhorias com tratamento feito com fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos.
"Nossos resultados proporcionam um método prático para melhorar a leitura dos disléxicos sem necessidade de treinamento especial", disse Marco Zorzi, autor principal do estudo e pesquisador do Departamento de Psicologia da Universidade de Pádua (Itália).
Os cientistas acreditam que com um espaço maior, o causador da dificuldade de leitura, a "aglomeração" das letras, é suavizado.
Experimento — Durante o estudo, foram mostradas 24 frases curtas aos participantes, que tinham que lê-las em duas versões: uma com o texto apresentado com o espaço usual entre letras e outra com uma maior separação entre as letras. O experimento consistiu em comparar a velocidade e facilidade da leitura das crianças participantes nos dois modelos usados.
O texto normal foi escrito com corpo de letra de 14 pontos. Na outra versão, o espaço entre foi aumentado em 2,5 pontos (um ponto corresponde a 0,353 milímetros). Por exemplo, o espaço entre as letras I e L que formam a palavra italiana 'il' (que significa ele) passou de 2,7 pontos para 5,2 pontos.
Os cientistas se mostram entusiasmados com os resultados porque perceberam que separar mais as letras não só aumenta a velocidade de leitura das crianças disléxicas, mas beneficia especialmente os casos mais graves de dislexia.
De acordo com os autores, provenientes de universidades e institutos de pesquisa da França e da Itália, o aumento do espaço entre as letras não tem efeito em crianças sem dislexia.
Como diagnosticar e tratar a dislexia — Maria Ângela Nogueira Nico, fonoaudióloga e psicopedagoga da Associação Brasileira de Dislexia, explica que a dislexia pode aparecer em pessoas de todas as idades, mas que o diagnóstico preciso pode ser feito após dois anos do processo de alfabetização. "É importante fazer um acompanhamento antes desse período, principalmente com crianças que têm pais ou parentes disléxicos. O acompanhamento pode pode trazer melhorias", explica.
De acordo com a fonoaudióloga, o diagnóstico e tratamento adequado podem trazer grandes melhorias para uma pessoa disléxica: "Ela vai ter mais dificuldades, mas pode aprender a ler e escrever normalmente."
A detecção da dislexia é feita por uma equipe multidisciplinar de especialistas que realiza uma série de testes para verificar se o paciente tem problemas neurológicos e de visão, por exemplo, antes de se chegar a um diagnóstico final.
(Com Agencia France-Presse)
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