quinta-feira 10 2012

Investigadores iniciam depoimento à CPI do Cachoeira

Congresso

Expectativa é de que a sessão secreta vá até a noite. Responsáveis por Operação Monte Carlo darão detalhes aos parlamentares

Gabriel Castro
Empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira em 2005 Empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira em 2005 (Iano Andrade/CB/D.A Press)
A CPI do Cachoeira escuta nesta quinta-feira três investigadores responsáveis pela Operação Monte Carlo, que desmontou a quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira. O delegado Matheus Mella Rodrigues e os procuradores Daniel de Rezende Salgado e Léa Batista de Oliveira falarão em sessão secreta a deputados e senadores. O depoimento estava marcado para as 10h, mas atrasou cerca de 40 minutos. A expectativa é de uma reunião longa, que siga até a noite.

Para o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que integra a Comissão Parlamentar de Inquérito, a oitiva desta quinta é ainda mais importante do que a da terça-feira, quando a CPI ouviu o delegado responsável pela operação Vegas – que teve início em 2009, mas acabou paralisada. "Essa operação (Monte Carlo) foi mais consistente, porque teve começo, meio e fim, quebrou sigilos e separou aqueles que têm foro privilegiado", disse o parlamentar. Foi a operação Monte Carlo que levou Cachoeira e seu bando à prisão, em 29 de fevereiro deste ano.

Enquanto isso, o debate sobre a responsabilidade do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ainda movimenta os integrantes da CPI. Parlamentares exigem que Gurgel e a mulher dele, a subprocuradora Cláudia Sampaio, expliquem a paralisação da Operação Vegas, mesmo após a coleta de indícios de que autoridades, como o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), tinham ligação com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Nesta quarta, Gurgel ligou as críticas ao medo do julgamento do mensalão, que ocorrerá nos próximos meses.

Integrante da CPI, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) disse nesta quinta-feira que não iria comentar as afirmações de Gurgel, mas não fugiu do tema: "Isso é uma bobagem. São duas coisas completamente diferentes. Mas não vou dizer que as pessoas que estão dizendo isso defendem o Cachoeira. Não sou leviano nem chegado a sofismas".

Já o relator da CPI, Odair Cunha, disse que Gurgel não precisa vir pessoalmente à comissão, mas deve se explicar: "Estou preocupado com a resposta do procurador", disse o parlamentar, ao chegar para a reunião desta quinta. "Se ele vai vir ou encaminhar um ofício, essa é a questão menos importante".
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/investigadores-iniciam-depoimento-a-cpi-do-cachoeira 

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