Aos 51 anos, a atriz se lança como roteirista e volta ao ar na Globo em 2017: "A personagem é um protótipo da mulher do Cunha"
Há 30 anos, Fernanda Torres se tornou a primeira brasileira a ganhar a Palma de Ouro em Cannes, pelo filme Eu sei que vou te amar. Detalhe: ela tinha só 20 anos. "Me lembro do orgulho e da alegria", diz. Apaixonada pela sétima arte, a atriz e escritora está prestes a se lançar como roteirista. Na semana que vem começam as filmagens de O juízo, "uma trama sobrenatural", segundo ela, que leva a direção do marido, Andrucha Waddington.
Antes, ela faz as vezes de entrevistadora no programa Minha estupidez, que acaba de estrear no GNT, e ainda volta ao ar na sérieFilhos da pátria, na Globo. "A personagem é um protótipo da mulher do Cunha, vibra com a corrupção."
Como vai ser a estreia como roteirista?
Nunca planejo nada, as histórias vão me puxando. Estava na fazenda de um amigo no interior de Minas Gerais. Sempre achei que Minas dava uma história de assombração, porque tem o carma. O Brasil tem uma dívida com a escravidão. Então, o Criolo vai fazer um escravo em busca de um acerto de contas. O Felipe Camargo também está no elenco. Também estou adaptando meu livro Fim para uma minissérie de dez capítulos.
De onde veio a ideia do Minha estupidez?
Queria falar do lugar da ignorância, quando você não sabe e finge. Sabe aqueles livros que você compra e ficam na estante? Eu menti para o João Ubaldo Ribeiro que tinha lido um dos livros dele. Até que um dia ele olhou para mim e conversamos [risos]. Depois, ele me mandou uma cópia com dedicatória. Sofro mais pelos livros do que pelas séries de TV. Acho que você precisa ter outra vida para poder ver tudo.
No geral, como você tem visto a ignorância?
O Brasil tem muito analfabetismo, um nível de educação bem baixo. Mas estamos vivendo uma fase estranha no mundo todo, uma desesperança. Existe um pragmatismo que leva as pessoas a votar no Trump, por exemplo. O programa mostra que ainda temos cabeças interessantes, como a do Caetano. Isso dá uma certa esperança. Eu precisei estudar muito para que os entrevistados não me olhassem com cara de pena.
Queria falar do lugar da ignorância, quando você não sabe e finge. Sabe aqueles livros que você compra e ficam na estante? Eu menti para o João Ubaldo Ribeiro que tinha lido um dos livros dele. Até que um dia ele olhou para mim e conversamos [risos]. Depois, ele me mandou uma cópia com dedicatória. Sofro mais pelos livros do que pelas séries de TV. Acho que você precisa ter outra vida para poder ver tudo.
No geral, como você tem visto a ignorância?
O Brasil tem muito analfabetismo, um nível de educação bem baixo. Mas estamos vivendo uma fase estranha no mundo todo, uma desesperança. Existe um pragmatismo que leva as pessoas a votar no Trump, por exemplo. O programa mostra que ainda temos cabeças interessantes, como a do Caetano. Isso dá uma certa esperança. Eu precisei estudar muito para que os entrevistados não me olhassem com cara de pena.
Como foi a chegada dos 51 anos?
Toda idade tem um peso, não é? Ralei muito no começo. Mas chega uma maturidade que é bacana, vejo isso também nos amigos de minha geração. Fiz muito cinema, TV e teatro. Procurei alternar, porque um alivia o outro. Hoje, eu malho menos. Sinto que as juntas dão um chiado. Tenho uma sala de pilates, com uma esteira, uma cama. Hoje não me fecho a nada, nem mesmo a uma novela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário