O empreiteiro Marcelo Odebrecht depôs durante quatro horas nesta quarta-feira (1º), em Curitiba, como testemunha na ação de cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014.
O depoimento era aguardado com grande expectativa pelas defesas: como delator, o empresário poderia afirmar se houve ou não caixa dois na arrecadação da campanha presidencial de 2014, e se o dinheiro tinha origem ilícita, como propina de obras da Petrobras.
O teor do depoimento, porém, é sigiloso –segundo os advogados, o executivo repetiu o que disse em delação premiada, que ainda está em segredo de Justiça. Em mãos, tinha uma planilha e alguns documentos que integram a delação.
Nem os advogados da Odebrecht, nem os de Dilma e Temer puderam comentar o teor da audiência ou dos documentos.
"Ele falou o que deveria falar e poderia falar", afirmou Luciano Feldens, advogado da Odebrecht.
"É prematuro fazer uma avaliação por enquanto; há temas a serem aprofundados com novas testemunhas", disse Gustavo Bonini Guedes, advogado de Temer.
A defesa da ex-presidente Dilma saiu sem falar com a imprensa.
O depoimento foi acompanhado pelo ministro Herman Benjamin, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), relator do processo, que foi movido pelo PSDB.
A audiência começou às 14h30. Quatro manifestantes estavam em frente ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná, pedindo para que Marcelo "contasse tudo" e defendendo a investigação da Lava Jato.
O TSE ainda deve ouvir nos próximos dias outros quatro delatores da Odebrecht: os executivos Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Fernando Reis irão depor como testemunhas nesta quinta (2), no Rio de Janeiro.
Na sequência, Claudio Melo Filho e Alexandrino Alencar serão ouvidos na próxima segunda (6), em Brasília.
Melo Filho relatou em delação que Temer pediu, em uma reunião no Palácio do Jaburu, R$ 10 milhões em doação ao PMDB na eleição de 2014.
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