Notícia Publicada em 18/02/2016 20:51
A O Financista, deputado reitera compromisso para enfrentar desajuste fiscal e com governabilidade
Picciani: "Não tenho nenhuma relação de rivalidade, nem de disputa, nem de inimizade com Cunha" (Flickr)
SÃO PAULO – Um dia após vencer Hugo Motta na disputa pela liderança do PMDB da Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani reforçou seu compromisso de levar adiante o ajuste fiscal e de garantir a governabilidade do país.
Em entrevista a O Financista, o peemedebista carioca considerou a CPMF como uma das alternativas para que o governo Dilma Rousseff alcance o reequilíbrio fiscal.
“A CPMF é o remédio que está sendo apresentado como proposta para solucionar esse problema. Quem for contra precisa sugerir remédio melhor”, afirma.
Apontado como um dos rivais do presidente da Casa, Eduardo Cunha, Picciani disse que eles mantêm uma relação cordial, mas sem proximidade.
Leia, a seguir, a entrevista de O Financista com Leonardo Picciani:
O Financista: O senhor acredita que, se a economia der novos sinais de fragilidade, o PMDB pode rachar de vez?
Leonardo Picciani: Evidentemente que a crise da economia tensiona o ambiente político, assim como o contrário também acontece. Eu creio que é preciso encontrar caminhos para estabelecer a melhora da economia e sinto que o governo está focado nisso.
O Financista: Duas propostas do governo ganharam destaque nos últimos dias: a reforma previdenciária e a aprovação da CPMF. De que maneira o senhor vai agir e como vai se empenhar para que essas medidas sejam aprovadas na Casa?
Leonardo Picciani: A reforma da previdência é uma reforma estrutural para o país. É mais do que nítido que precisa ser feita, basta vermos a situação dos estados, dos municípios e da União, que apresentam um déficit crescente.
É preciso que o governo envie, como já anunciou que fará nos próximos 60 dias, a proposta para que a gente discuta não apenas a tese da reforma da previdência, mas também os pontos específicos a serem alterados pela proposta.
No interior do PMDB, faremos um debate a partir dessa proposta para firmar uma posição da bancada; entender qual é a posição majoritária da bancada. Até o momento, todos concordamos com a tese apresentada pelo governo. Precisamos muito de um ajustamento.
É importante que as propostas preservem os direitos adquiridos dos trabalhadores e criem uma regra de transição para aqueles que estão no mercado de trabalho.
O Financista: E a CPMF?
Leonardo Picciani: Com relação à CPMF, a bancada também se reunirá para chegar a um consenso. O que eu tenho trazido à reflexão da bancada é que vivemos um momento de desajuste fiscal. A fragilidade fiscal acaba por afetar a política monetária e o desempenho da economia.
A CPMF é o remédio que está sendo apresentado como proposta para solucionar esse problema. Se nós formos contrários à CPMF, é preciso sabermos qual é o remédio que se coloca no lugar, o que se substitui a CPMF.
Porque evidentemente não encontrar uma forma de reequilibrar o setor fiscal me parece que não atende aos interesses do país.
O Financista: Então o senhor está inclinado à aprovação da CPMF?
Leonardo Picciani: É preciso uma discussão prévia antes de ser a favor ou contra. Quem for contra, precisa apresentar um caminho melhor.
O Financista: O senhor acredita que enfrentará dificuldades de cumprir compromissos com o governo, já que há uma ala do PMDB contrária a Dilma?
Leonardo Picciani: Não há nenhum compromisso específico com o governo. Nosso compromisso é dialogar e auxiliar na governabilidade, é dar nossa opinião quando for necessária, ouvir as ponderações do governo. Vamos dialogando de modo a aprovar as propostas que sejam melhores com o país.
O Financista: Diante dessa divisão interna em relação ao governo, o senhor teme algum desembarque do PMDB durante a convenção do partido?
Leonardo Picciani: Não. Não existe a possibilidade desse tema ganhar corpo na convenção. O compromisso do partido é com a governabilidade.
O Financista: Como o senhor acredita que será a composição da comissão especial do impeachment na Câmara? Como dividirá as vagas dentro do PMDB?
Leonardo Picciani: Chamaremos a bancada para conversar. Vamos identificar as posições e contemplaremos, na composição dos membros do PMDB na comissão, todas as correntes de pensamento de forma proporcional.
O Financista: Houve algum acordo envolvendo o presidente Michel Temer para garantir a sua vitória na disputa pela liderança do partido?
Leonardo Picciani: Não, não houve nenhum acordo dessa natureza.
O Financista: O senhor teme alguma represália por parte de Eduardo Cunha?
Leonardo Picciani: Não tenho nenhuma relação de rivalidade, nem de disputa, nem de inimizade com o presidente da Câmara. De modo que não há espaço para procedimentos dessa natureza. Evidentemente temos nossas diferenças políticas, mas não passam disso. Minha relação com ele tem sido cordial como sempre, mas não somos próximos. É mais protocolar.
O Financista: O que fez com que ele demonstrasse descontentamento com sua vitória?
Leonardo Picciani: Na medida em que ele apoiou o deputado Hugo Motta, ele demonstrava que torcia pela vitória dele. A derrota não deve tê-lo deixado satisfeito. Em uma disputa, se ganha e se perde. Acredito que ele entenda isso.
O Financista: Se o senhor estivesse no Conselho de Ética, votaria pela cassação do mandato de Cunha?
Leonardo Picciani: Para minha sorte, eu não estou (risos). Não tenho condição de fazer essa análise porque eu não participei das discussões do Conselho de Ética, não li a representação na sua integralidade, não li a defesa na sua integralidade. Não posso manifestar opinião a esse respeito. O princípio de legalidade da ampla defesa eu defendo com bastante veemência.
O Financista: Com a visibilidade que o senhor conseguiu ao longo dos últimos meses, quais são suas aspirações daqui para frente?
Leonardo Picciani: Estou no meu quarto mandato como deputado federal. Sempre figurei entre os mais votados. Estou bastante contente com minha carreira política e pretendo cumprir bem essa tarefa, tanto como deputado federal quanto como líder do PMDB na Casa. No futuro, se tiver a possibilidade de disputar eleições majoritárias no Rio de Janeiro, eu gostaria. Mas é um projeto para o futuro, nada especifico para este momento.
2 comentários:
Usando a ideologia socialista, pregada, sugiro que todo escalão político, doem voluntariamente, o que exceder a um salário mínimo, de seus ganho para os cofres públicos. Uma vez, que são colaboradores direto e indiretamente do caos financeiro do País.
Corte imediatamente todos os salários que estejam acima do teto constitucional. Demita os funcionários não concursados. Suspenda todas as doações a nações estrangeiras. Demita os médicos cubanos contratando médicos brasileiros em seus lugares.
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