Publicado em 28 de out de 2012
Morreu em Belo Horizonte, dia 14 de abril de 2015, a mulher que, quando criança, protagonizou uma das imagens mais representativas do desgaste da ditadura militar no Brasil. Rachel Coelho Menezes de Souza, mais conhecida como Rachel Clemens, foi fotografada no momento em que se recusava a estender a mão para o então presidente, o general João Baptista Figueiredo.De acordo com o hospital Felício Rocho, Rachel, que tinha 40 anos, foi atendida por médicos do pronto-atendimento, com quadro de parada cardiorrespiratória. Segundo a assessoria da unidade de saúde, foram realizados procedimentos de ressuscitação, mas ela não resistiu. O corpo foi velado na capital mineira e enterrado nesta segunda-feira (13), no Cemitério Parque da Saudade, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.
A fotografia em que a Rachel aparece é de Guinaldo Nicolaevsky, mas ele morreu em 2008 sem conhecê-la. Publicada em diversos jornais e revistas, no Brasil e no exterior, a imagem se tornou símbolo da luta contra a ditadura.Entretanto, ao se recusar a cumprimentar Figueiredo, a garotinha não pretendia, de fato, afrontar o último presidente do regime militar. Em entrevista ao Jornal da Globo, concedida em junho de 2011, contou que estava ansiosa para falar com o general. O encontro aconteceu em setembro de 1979, em Belo Horizonte, quando Rachel tinha apenas 5 anos. Na entrevista, ela relembrou que, no dia anterior ao registro da fotografia, o pai dela havia comentado que iria almoçar com o presidente. Então, insistiu para que a mãe a levasse para ver Figueiredo no Palácio da Liberdade.Quando chegou lá, ela realmente conseguiu chegar perto do general. “Virei pra ele: ‘você sabia que você vai almoçar com meu pai hoje’? Aí todo mundo ficava assim: ‘dá a mão pra ele, dá a mão pra ele’. Eu detestei. Detesto que me mandem fazer as coisas. Não dei a mão porque eu não queria dar a mão pra ele, eu queria dar um recado pra ele”.
Antes de morrer, o fotógrafo tentou encontrar a menina da foto. Amigos chegaram a fazer uma campanha em blogs na internet, sem sucesso. Rachel contou ao Jornal da Globo que, um dia, sua mãe recebeu um arquivo pela internet com as cem fotos que marcaram o século, é lá estava o registro da menina que cruzou os braços diante da mão esticada de Figueiredo. Depois disso, ela fez uma pesquisa em um site de busca e tomou conhecimento da campanha para achá-la.
Rachel Clemens cresceu em Belo Horizonte, formou-se em comércio exterior, fez pós-graduação no Instituto Tecnológico da Aeronáutica e morou e trabalhou em vários países. Ela deixa uma filha.
O designer Thiago Lopo, de 29 anos, trabalhava com Rachel em uma agência de design e tecnologia da informação, em Belo Horizonte. Ele conta que se encontraram na última sexta-feira (10). “Ela estava ótima, conversando, rindo, contado caso”, diz.
Lopo define Rachel como uma “companheirona”. “Extremamente alegre, muito engajada com a amizade, com a família, companheirona. Vai fazer bastante falta”, conclui.
A fotografia em que a Rachel aparece é de Guinaldo Nicolaevsky, mas ele morreu em 2008 sem conhecê-la. Publicada em diversos jornais e revistas, no Brasil e no exterior, a imagem se tornou símbolo da luta contra a ditadura.Entretanto, ao se recusar a cumprimentar Figueiredo, a garotinha não pretendia, de fato, afrontar o último presidente do regime militar. Em entrevista ao Jornal da Globo, concedida em junho de 2011, contou que estava ansiosa para falar com o general. O encontro aconteceu em setembro de 1979, em Belo Horizonte, quando Rachel tinha apenas 5 anos. Na entrevista, ela relembrou que, no dia anterior ao registro da fotografia, o pai dela havia comentado que iria almoçar com o presidente. Então, insistiu para que a mãe a levasse para ver Figueiredo no Palácio da Liberdade.Quando chegou lá, ela realmente conseguiu chegar perto do general. “Virei pra ele: ‘você sabia que você vai almoçar com meu pai hoje’? Aí todo mundo ficava assim: ‘dá a mão pra ele, dá a mão pra ele’. Eu detestei. Detesto que me mandem fazer as coisas. Não dei a mão porque eu não queria dar a mão pra ele, eu queria dar um recado pra ele”.
Antes de morrer, o fotógrafo tentou encontrar a menina da foto. Amigos chegaram a fazer uma campanha em blogs na internet, sem sucesso. Rachel contou ao Jornal da Globo que, um dia, sua mãe recebeu um arquivo pela internet com as cem fotos que marcaram o século, é lá estava o registro da menina que cruzou os braços diante da mão esticada de Figueiredo. Depois disso, ela fez uma pesquisa em um site de busca e tomou conhecimento da campanha para achá-la.
Rachel Clemens cresceu em Belo Horizonte, formou-se em comércio exterior, fez pós-graduação no Instituto Tecnológico da Aeronáutica e morou e trabalhou em vários países. Ela deixa uma filha.
O designer Thiago Lopo, de 29 anos, trabalhava com Rachel em uma agência de design e tecnologia da informação, em Belo Horizonte. Ele conta que se encontraram na última sexta-feira (10). “Ela estava ótima, conversando, rindo, contado caso”, diz.
Lopo define Rachel como uma “companheirona”. “Extremamente alegre, muito engajada com a amizade, com a família, companheirona. Vai fazer bastante falta”, conclui.
Um comentário:
Cai mais um mito anti regime militar.
Postar um comentário