terça-feira 12 2016

Cientistas descobrem como “desligar” o câncer tornando células doentes novamente saudáveis


Cientistas descobriram um código capaz de desligar o câncer. Experiências realizadas por eles fizeram as células cancerosas da mama e da bexiga tornarem-se benignas novamente.

É possível que muitos outros tipos de câncer possam ser atingidos pelo novo trabalho, que revela “uma nova biologia inesperada que fornece o código para desligar o câncer, uma nova estratégia para a terapia”.

Apesar dos avanços na medicina, o câncer mata mais de 7,6 milhões de pessoas anualmente no mundo todo. O trabalho ainda está em estágio inicial, mas traz consigo a esperança de que o câncer poderá reduzir algumas mortes no futuro.

Ao contrário de medicamentos convencionais, que consistem no ataque direto ao câncer, o trabalho dos EUA visa desarmá-lo e tornar as células cancerígenas inofensivas. A descoberta se concentra em uma proteína chamada PLEKHA7, que ajuda as células saudáveis a se aglutinarem.

A pesquisa, da Clínica Mayo, na Flórida, descobriu que a proteína fica em falta ou com alterações em pacientes acometidos pelo câncer, em uma grande variedade de tipos. Quando isso acontece, as instruções genéticas importantes para as células são modificadas e se tornam cancerígenas. Uma equipe de investigação, liderada por Panos Anastasiadis, foi capaz de repor as instruções da proteína, “desligando” o câncer.

Experiências mostraram até mesmo a recuperação das células humanas de câncer da bexiga, que são altamente perigosas. “As experiências iniciais em alguns tipos de câncer agressivos são realmente muito promissoras”, disse Anastasiadis. Ele acha que a abordagem, detalhada na revista Nature Cell Biology, se aplicaria à maioria dos cânceres, exceto no cérebro e no sangue.
 
Porém, poderia curar o câncer de pulmão, um dos maiores assassinos no mundo. No entanto, mais pesquisa é necessária antes que a técnica possa ser testada em pessoas pela primeira vez. E, mesmo se a terapia for efetiva aos pacientes, é provável que eles ainda precisem de quimioterapia.
Especialistas britânicos descreveram a pesquisa como "bela" e "absolutamente fascinante", mas alertaram que ainda é um longo caminho até poder, de fato, ajudar as pessoas.

Henry Scowcroft, gerente de informação científica sênior da Cancer Research UK, disse: "Este importante estudo resolve um mistério biológico de longa data, mas não devemos ficar à frente de nós mesmos. Há um longo caminho antes de acharmos esses resultados, em células cultivadas em laboratório, para poder ajudar a tratar pessoas com câncer”.  Ele acrescentou que esse trabalho é fundamental, caso o progresso encorajador contra o câncer continue, como temos visto nos últimos anos

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