Ex-diretor da Petrobras vai detalhar o papel de parlamentares no esquema de corrupção
Depois de ter colocado os principais políticos da base aliada do governo Dilma Rousseff sob suspeita de integrar o escândalo do petrolão, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa vai prestar novo depoimento na manhã desta terça-feira na Polícia Federal, em Curitiba, para detalhar o papel de parlamentares no esquema que sangrou os cofres da Petrobras. Um dos principais delatores da Lava Jato, Costa foi responsável, por exemplo, pela acusação de que a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 foi abastecida com dinheiro de propina a partir de um pedido do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci. Palocci e o PT negam irregularidades na arrecadação da campanha.
Em acordo de delação premiada, o ex-diretor da Petrobras afirmou que, em 2010, o doleiro Alberto Youssef intermediou, em nome de Palocci, propina de 2 milhões de reais para a campanha de Dilma. Os valores deveriam ser retirados da propina de 2% cobrada pelo Partido Progressista (PP) em contratos com a Petrobras. "No ano de 2010, [Paulo Roberto] acredita que quando Antonio Palocci já não ocupava nenhum cargo no governo federal, recebeu uma solicitação, por meio de Alberto Youssef, para que fossem liberados 2 milhões de reais do caixa do PP, para a campanha presidencial de Dilma Rousseff", diz trecho da delação do ex-dirigente da petroleira.
O doleiro Alberto Youssef nega esta versão. Nesta segunda-feira a Polícia Federal em Curitiba fez uma acareação entre os dois delatores, mas as diferentes versões sobre o episódio envolvendo Palocci acabaram não sendo confrontadas. Uma acareação específica sobre o tema deve ser reagendada pelos policiais.
A partir das delações premiadas de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, o procurador-geral da República Rodrigo Janot apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de abertura de inquérito para investigar 22 deputados federais, 13 senadores e 12 ex-deputados. No Superior Tribunal de Justiça (STJ) tramitam inquéritos contra os governadores Tião Viana, do Acre, e Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro, e contra o ex-governador do Rio Sergio Cabral.
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