Ex-gerente de Serviços da Petrobras é investigado na Holanda por contrato com a SBM Offshore
O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, um dos delatores do petrolão, entregou à Justiça Federal do Paraná cópias de ordens de bloqueio das contas que operava em bancos na Suíça - e por onde passaram 67 milhões de dólares. O bloqueio se deu cinco meses antes de Barusco fechar acordo de delação premiada com a Justiça, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Ele falou nesta terça-feira por mais de cinco horas à CPI da Petrobras. E afirmou à comissão que foram solicitados 300.000 dólares do megaesquema de lavagem de dinheiro para serem injetados na campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010.
Antes de fechar acordo de delação com a Lava Jato, o mais organizado dos delatores quanto ao registro contábil da propina recebida na Petrobras soube que todo o patrimônio que havia acumulado em mais de dez anos de corrupção na estatal estava congelado. Barusco tomou conhecimento do fato em março de 2014, quando deflagrou uma operação para salvar a fortuna suja.
Alvo de investigação aberta na Holanda em 2013 por corrupção de agente público estrangeiro e lavagem de dinheiro, Barusco foi um dos funcionários da estatal que receberam propina da holandesa SBM Offshore - uma das maiores empresas na área de navios-sondas. A investigação cita que a propina pode estar relacionada ao contrato de 3,5 bilhões de dólares que SBM fechou com a Petrobras em 2013 para a construção das plataformas Cidade de Saquarema e Cidade de Maricá, no Rio de Janeiro. Segundo o documento de bloqueio, a empresa teria pago 139 milhões de dólares a intermediários e funcionários da Petrobras para conseguir o negócio.
Entre os documentos entregues à Justiça estão ainda extratos bancários, anotações sobre os valores, além das contas e empresas offshores usadas por Barusco no esquema de corrupção.
(Da redação)
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