quarta-feira 11 2015

Suíça bloqueou fortuna de US$ 67 mi de Barusco antes de delação


Ex-gerente de Serviços da Petrobras é investigado na Holanda por contrato com a SBM Offshore

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Ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco teve conhecimento de que seus bens na Suíça estavam congelados pelo menos cinco meses antes de fechar acordo de delação na Lava Jato(Ueslei Marcelino/Reuters)
O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, um dos delatores do petrolão, entregou à Justiça Federal do Paraná cópias de ordens de bloqueio das contas que operava em bancos na Suíça - e por onde passaram 67 milhões de dólares. O bloqueio se deu cinco meses antes de Barusco fechar acordo de delação premiada com a Justiça, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Ele falou nesta terça-feira por mais de cinco horas à CPI da Petrobras. E afirmou à comissão que foram solicitados 300.000 dólares do megaesquema de lavagem de dinheiro para serem injetados na campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010.
Antes de fechar acordo de delação com a Lava Jato, o mais organizado dos delatores quanto ao registro contábil da propina recebida na Petrobras soube que todo o patrimônio que havia acumulado em mais de dez anos de corrupção na estatal estava congelado. Barusco tomou conhecimento do fato em março de 2014, quando deflagrou uma operação para salvar a fortuna suja.
Alvo de investigação aberta na Holanda em 2013 por corrupção de agente público estrangeiro e lavagem de dinheiro, Barusco foi um dos funcionários da estatal que receberam propina da holandesa SBM Offshore - uma das maiores empresas na área de navios-sondas. A investigação cita que a propina pode estar relacionada ao contrato de 3,5 bilhões de dólares que SBM fechou com a Petrobras em 2013 para a construção das plataformas Cidade de Saquarema e Cidade de Maricá, no Rio de Janeiro. Segundo o documento de bloqueio, a empresa teria pago 139 milhões de dólares a intermediários e funcionários da Petrobras para conseguir o negócio.
Entre os documentos entregues à Justiça estão ainda extratos bancários, anotações sobre os valores, além das contas e empresas offshores usadas por Barusco no esquema de corrupção.
(Da redação)

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