Sindicatos do setor prometem paralisar o país em protesto contra o governo de Cristina Kirchner e contra imposto que afeta salário dos trabalhadores; Gol e TAM cancelaram voos
Começou na madrugada desta terça-feira na Argentina a greve geral convocada por sindicatos do setor de transportes contra o governo Cristina Kirchner e contra o aumento de impostos. A paralisação, que deve durar todo o dia, pede a redução ou a eliminação de uma taxa que incide sobre os salários dos trabalhadores. Esta é a quarta greve geral convocada contra o governo de Cristina.
O protesto deve paralisar parcial ou totalmente os serviços de ônibus, metrô, trens, abastecimento de combustíveis, transporte aéreo comercial e portos. Os setores médico, bancário, de alimentação e de coleta de lixo também devem ser afetados. Na manhã desta terça-feira, os efeitos da greve já eram sentidos em Buenos Aires. Segundo o jornal La Nación, o transporte público está "completamente parado" e apenas táxis circulam pelas ruas da capital argentina. Em seu site, o jornal comunicava que, devido à paralisação, a edição desta terça foi publicada com "menos páginas e uma distribuição restrita". As companhias aéreas brasileiras TAM e Gol anunciaram o cancelamento de voos para a Argentina nesta terça por causa da greve.
Governo - Na segunda, o chefe de Gabinete, Aníbal Fernández, criticou os grevistas em uma coletiva de imprensa. "Que país lindo seria se não houvesse nenhum imposto! Mas isso é impensável", atacou. Fernández também ameaçou: "Aqueles que cometerem excessos serão presos". O governo se reuniu nesta segunda-feira com empresários do transporte para obter a garantia de um serviço mínimo, sob a ameaça de sanções. Os sindicatos responderam com dureza contra o que entenderam como uma provocação e anunciaram que, se suas demandas não forem atendidas, será feita uma nova greve, desta vez por 36 horas.
"Precisamos de um espaço para o diálogo. E se continuarem com as provocações e sem dar respostas às reclamações, as medidas de força vão aumentar", afirmou o líder do sindicato de caminhoneiros e membro de uma central trabalhista opositora, Hugo Moyano, um ex-aliado de Cristina. Segundo o ministro da Economia, Axel Kicillof, o imposto não será modificado porque "afeta uma minoria que ganha mais", cerca de 850 mil trabalhadores sobre uma força de 11 milhões de assalariados, segundo estimativas oficiais.
O imposto é aplicado progressivamente sobre os salários superiores a 15.000 pesos (1.700 dólares) até uma alíquota máxima de 35%. No fim do ano passado, o governo conseguiu que os sindicatos suspendessem uma greve parecida, ao anunciar que o rendimento médio de dezembro seria isento de imposto de renda.
(Da redação)
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