sábado 10 2015

Somos todos franceses (VI)

Veja.Com

Reféns que sobreviveram ao terror em Paris
Reféns que sobreviveram ao terror em Paris
Somos todos franceses, somos todos cartunistas, somos todos judeus, somos todos cristãos, somos todos muçulmanos, somos todos ateus. Esta semana em Paris, pessoas foram assassinadas pelo terror islâmico por se inscreverem em uma destas categorias ou simplesmente por estarem onde estavam. Não vou dizer que estavam no lugar errado, pois errados são eles, errados estavam eles, os assassinos.
O Charlie Hebdo deverá se reerguer e as pessoas deverão voltar a fazer compras no supermercado Hyper Cacher (de produtos judaicos). Policiais também, é claro, devem continuar a policiar as ruas de Paris (entre as vítimas houve policiais), mas a expectativa é de que as forças policiais atuem com mais competência e não da forma vexaminosa que antecedeu as tragédias desta semana. Não vou dar um tom otimista a este rápido comentário, não dá para falar em luz no fim do túnel, apenas se for da lanterna de agentes de segurança no trabalho, no melhor trabalho de contraterror.
As sociedades democráticas do Ocidente precisarão aceitar ainda mais vigilância e menos privacidade. É o preço da vida. Com este inimigo não há diálogo, há combate. E quanto mais eficiência e consensos (nacionais e multinacionais) no combate ao terror islâmico, mais fácil será conter a crescente hostilidade contra comunidades islâmicas e imigrantes na Europa.
Preciso repetir: espero que o 7 de janeiro (dia do massacre no jornal satírico Charlie Hebdo) seja um divisor de águas nas comunidades islâmicas em todas as partes para que se empenhem com mais vigor para combater estes maníacos terroristas e mal-humorados que são rebentos destas comunidades.
Não basta repetir a palavra: condenação, condenação, condenação, como fez na sexta-feira o imã da mesquita frequentada por um dos terroristas. É preciso colaborar cada vez mais com a polícia, é preciso cortar as ervas daninhas na sua horta. Como diz Bernard-Henry Lévy, o intelectual pop da França, as comunidades islâmicas têm a responsabilidade e a oportunidade para agir. Nas palavras de Bernard-Henry Lévi, adiante estão dias sombrios de batalhas do islamismo x islamismo e da civilização pluralista x os niilistas da jihad. Mas é apenas uma guerra.
E repito também: mais atentados virão. Não é preciso ser profeta do apocalipse para fazer esta previsão agourenta. Tem gente por aí querendo matar outros por serem o que são (um cartunista ou um judeu, como aconteceu esta semana em Paris). Outros morrem simplesmente por estarem em uma Paris da vida.
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