Maquiavel
A Rua 25 de Março era usada como 'lavanderia' no petrolão (Paulo Pinto/Fotos Públicas)
O esquema de corrupção na Petrobras ocultou a origem de parte da propina com o uso de dinheiro em espécie trocado com comerciantes da Rua 25 de Março, centro popular de compras em São Paulo. Esse foi um dos métodos utilizados pela quadrilha do doleiro Alberto Youssef para dissimular a origem ilícita do suborno recebido pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. As seis empreiteiras denunciadas nesta quinta-feira desviaram pelo menos 300 milhões de reais obtidos em contratos superfaturados com a Petrobras. Para o dinheiro chegar aos beneficiários, como Costa, era preciso passar por variadas operações de lavagem de dinheiro, com uso de empresas de fachada e remessas fraudulentas ao exterior. Com elevado giro diário de dinheiro em espécie, os estabelecimentos da Rua 25 de Março foram uma solução prática para a demanda por “dinheiro vivo” (assim a propina era repassada aos corruptos), de acordo com o procurador da República Deltan Dallagnol. Os comerciantes funcionavam como uma espécie de caixa eletrônico para o doleiro. Youssef conseguia receber dinheiro dos comerciantes em troca de depósitos feitos por empresas de fachada. O doleiro também realizava elevados saques nas contas bancárias das empresas de fachada e distribuía bens, como uma Land Rover avaliada em 300.000 reais, para esconder a origem criminosa do dinheiro desviado da Petrobras. (Daniel Haidar, do Rio de Janeiro)
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