Lava Jato
Nove das maiores construtoras do país são investigadas e tiveram dirigentes presos na sétima fase da Operação Lava Jato por fraudes na Petrobras
Laryssa Borges, de Brasília
Presos na Operação Lava Jato deixam a Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, no bairro da Lapa e partem em direção à Curitiba - Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo
O juiz Sergio Moro, responsável pelos processos na Operação Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, autorizou nesta terça-feira a CPI mista da Petrobras a ter acesso aos inquéritos que apuram a participação de nove empreiteiras em um megaesquema de fraudes em licitações e desvios na estatal petroleira. O pedido de compartilhamento das novas informações havia sido feito pelo presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), no último dia 17 de novembro.
Desde maio, a CPI mista tem sido abastecida com as informações dos inquéritos que relatam detalhes dos desvios na Petrobras. Porém, as principais revelações, feitas em acordos de delação premiada pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, permanecem em sigilo sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Com a autorização expedida hoje pelo juiz Sergio Moro, deputados e senadores que integram a CPI mista da Petrobras poderão acessar detalhes dos inquéritos que mostram as suspeitas contra as maiores construtoras do Brasil: OAS, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, UTC, Engevix, Iesa e Galvão Engenharia – detentoras de quase 60 bilhões de reais em obras com a Petrobras desde 2003, segundo o Ministério Público Federal. No último dia 15, a Polícia Federal prendeu executivos e empresários na sétima fase da Lava Jato.
De acordo com as investigações policiais, as empreiteiras do esquema de fraude, superfaturamento de contratos e distribuição de propina na Petrobras firmavam contratos de consultoria com empresas de fachada que embolsavam o dinheiro e emitiam notas fiscais para “limpar” as operações. Parte dos recursos desviados abasteciam PT, PMDB e PP, os três principais partidos da base de apoio do governo Dilma Rousseff.
Nesta segunda-feira, as empreiteiras Engevix, Galvão Engenharia e Queiroz Galvão informaram à CPI mista que confirmaram o repasse de recursos para pelo menos quatro empresas de fachada ligadas ao doleiro Alberto Youssef e ao ex-diretor Paulo Roberto Costa.
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