Juiz federal paranaense, titular a 13ª Vara Federal em Curitiba, já encarregado do escândalo Banestado,Sérgio Fernando Moro foi recentemente alçado a protagonista nacional, pela sua atuação na operação Lava-Jato da Polícia Federal.
Esta semana começou com o espanto da opinião pública brasileira, indignada pela inusitada decisão do ministro Teori Zavatsky, do STF, em mandar soltar todos os 12 presos recolhidos à sede da PF em Curitiba: de Paulo Roberto Costa – homem bomba da Petrobrás – ao doleiro londrinense Alberto Yousseff. Incluídos todos os seus cúmplices, inclusive um deles – Rene Luiz Pereira – acusado de traficar 750 kg de cocaína.
Aí é que entraram o destemor, a correção, a pena ágil e a mente lúcida de Sérgio Moro. Perguntar não ofende. O juiz curitibano resolveu perguntar à excelência do STF: – A decisão de soltura atingiria até os doleiros e os traficantes?
Alertou o ministro Zavascki sobre o risco de fuga do doleiro Alberto Youssef e seus cúmplices, todos com fortíssimo poder econômico- inclusive contas bilionárias no exterior – e ainda ligações perigosas, e imponderáveis no meio político brasileiro.
Moro também pediu esclarecimentos sobre o alcance da decisão do ministro Teori Zavatski, baseada na premissa de que só o STF pode tratar da investigação de crimes e malfeitos que envolvam deputados federais – no caso, o paranaense André Vargas (então PT), o paulista Cândido Vacarezza (PT), e ainda o baiano Luiz Argolo (Solidariedade).
Nesta terça, 20 de maio, o ministro do STF, Teori Zavascki, reformou parcialmente a decisão tomada no domingo, que libertou Paulo Roberto Costa.
Manteve a prisão os doleiros Alberto Youssef, Raul Srour, Nelma Kodama e Carlos Chater, além de Renê Luiz Pereira, acusado pelo MP de movimentar recursos do tráfico de drogas. No total, 12 pessoas estão presas – 11 no Brasil e uma na Espanha. Há ainda um foragido, Sleiman Nassim el Kobrossy.
O ministro afirmou que a Justiça Federal do Paraná apresentou informações complementares sobre os processos e decretos de prisão e, por isso, decidiu manter as decisões tomadas pela 13ª Vara Federal cautelarmente. Manteve, porém, a decisão de que todos os processos sejam encaminhados ao STF, apesar de nem todos envolverem autoridades com direito a foro privilegiado.
O juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, provoca síndrome de pânico nos mega empresários e políticos brasileiros, na mesma proporção em que atemorizou os poderosos envolvidos no escândalo do Banestado.
Este ano, Moro já recusou duas vezes sua promoção a desembargador federal, única maneira de retirá-lo do caso.
Técnico, rigoroso, incorruptível e competente, o titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Fernando Moro assusta também empreiteiros, banqueiros e fornecedores da Petrobras.
Raro encontrar político importante que não esteja em pânico com a possível delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa – que ontem deixou a prisão, na colina de Santa Cândida, em Curitiba, sem poder conter o riso maroto, o contentamento saltava-lhe pelos olhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário