terça-feira 23 2014

Mulheres inventoras




O espartilho é uma excelente metáfora para definir a condição da mulher. Até aqui apertado, tirando-lhes o folgo”, agora solto, deixando-as livres.
Ao imaginar a ideia de colocar um colete apertado terrivelmente reforçado com barbatanas de baleia e barras de aço, a suportar a parte superior do corpo numa posição não natural, parece-me agonizante. Diria até que é algum tipo de tortura medieval, mas não é bem assim. No início do século XX, roupas interiores femininas eram bárbaras, e nada saudáveis para as mulheres.
Retrato de Mary Phelps Jacob
Mary Phelps Jacob (1891 – 1970), uma jovem socialite de Nova Iorque, exasperada com os antiquados espartilhos e determinada a criar algo mais confortável, menos complicado e alternativo, juntou dois lenços de seda e, com a ajuda de sua empregada, costurou-os juntos usando alguma fita rosa e cordão.

Desenho do projecto de Mary Ilustração de um espartilho
A peça criada era macia e leve, ajustando-se à anatomia da mulher, muito mais naturalmente do que os tradicionais espartilhos. Em breve choviam pedidos dentro de familiares, amigas e até mesmo estranhas; todas queriam comprar o novo acessório. Reconhecendo o imenso potencial da sua invenção, Mary patenteou o sutiã Backless e rapidamente começou a vender as unidades, usando o nome de Caresse Crosby.
Mary e um exemplar Backless
O desenho de Mary foi o primeiro sutiã cujo uso se difundiu, mas a sua popularidade não foi muito relevante até à I Guerra Mundial, quando o governo dos EUA solicitou que as mulheres parassem de comprar espartilhos, para conservar o metal.
Infelizmente, Mary tinha acabado por vender a patente da sua invenção à Warner Brothers Corset Company, por 1550 dólares, que passou a comercializar o sutiã mais popular do país nos próximos 30 anos, faturando 15 milhões de dólares com esta peça. No entanto, apesar de Mary Phelps Jacob nunca ter recebido muitos elogios pela sua invenção, no momento da sua morte, em 1970, observou com satisfação como a sua imensamente popular roupa íntima, feita de forma mais confortável e mais conveniente, fez milhões de mulheres gratas.

http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/historia/mulheres_evolucao_d.htm

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