Nutrição
Estudo observou que prevalência de mortes causadas por essas doenças é maior entre pessoas com baixos níveis do nutriente
Vitamina D: Fonte principal do nutriente é a luz solar (Thinkstock)
Apresentar baixos níveis de vitamina D no organismo pode aumentar o risco de morte por diversas doenças, inclusive as cardiovasculares e o câncer, de acordo com um estudo alemão publicado nesta terça-feira. Segundo os pesquisadores, é possível que o nutriente exerça um papel importante na melhora do prognóstico dessas condições e que, portanto, seja um aliado no tratamento delas.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Vitamin D and mortality: meta-analysis of individual participant data from a large consortium of cohort studies from Europe and the United States
Onde foi divulgada: British Medical Journal (BMJ)
Quem fez: Ben Schöttker, Rolf Jorde, Hermann Brenner professor e outros
Instituição: Centro Alemão de Pesquisa para Câncer, Alemanha
Resultado: Pessoas com baixos níveis de vitamina D correm um maior risco de morrer por doenças cardíacas e câncer.
Título original: Vitamin D and mortality: meta-analysis of individual participant data from a large consortium of cohort studies from Europe and the United States
Onde foi divulgada: British Medical Journal (BMJ)
Quem fez: Ben Schöttker, Rolf Jorde, Hermann Brenner professor e outros
Instituição: Centro Alemão de Pesquisa para Câncer, Alemanha
Resultado: Pessoas com baixos níveis de vitamina D correm um maior risco de morrer por doenças cardíacas e câncer.
O trabalho foi realizado no Centro Alemão para Pesquisa em Câncer e divulgado no periódico British Medical Journal (BMJ). As conclusões se basearam nos dados de 26.000 pessoas de 50 a 79 anos dos Estados Unidos e Europa que foram acompanhadas durante 16 anos. Nesse período, houve 6.695 mortes – 2.624 por doenças cardiovasculares e 2.227 por câncer.
Os autores identificaram que as pessoas com os menores níveis de vitamina D foram 57% mais propensas a morrer por qualquer causa durante o estudo em comparação com as que apresentavam os maiores níveis do nutriente no organismo. Esse risco foi semelhante quando os pesquisadores avaliaram apenas as mortes provocadas por doenças cardiovasculares.
Além disso, a pesquisa indicou que menores níveis de vitamina D aumentam em até 70% as chances de morte por câncer — mas apenas entre pessoas que já haviam apresentado a doença antes de o estudo começar.
Segundo os autores, é provável que a vitamina D ajude no combate a doenças cardiovasculares e câncer, mas essa conclusão deve ser comprovada em novos e mais aprofundados estudos. Mesmo assim, a equipe acredita que a pesquisa tem uma grande relevância na saúde pública, mostrando que o combate à deficiência em vitamina D deve ser uma prioridade.
Oito benefícios associados à vitamina D
Gera bebês mais saudáveis
Ter baixos níveis de vitamina D durante a gravidez significa transmitir menor quantidade do nutriente ao futuro bebê — o que pode ocasionar uma série de problemas. Um estudo da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, mostrou que a falta de vitamina D faz com que as mulheres deem à luz bebês com baixo peso, já que sem o nutriente a absorção de cálcio pelo organismo é prejudicada, e o crescimento ósseo, reduzido. Outra pesquisa, britânica, provou que filhos de mães com baixos níveis da vitamina têm chances 5% maiores de desenvolver esclerose múltipla na idade adulta.
Previne fraturas em idosos
A vitamina D é especialmente benéfica para idosos. Um estudo suíço mostrou que 20 microgramas diários do nutriente ajudam a evitar fraturas nas pessoas mais velhas, já que a vitamina auxilia na absorção de cálcio pelo organismo, fortalecendo os ossos. De acordo com outro estudo, realizado na Dinamarca, a ingestão de suplementos de cálcio e de vitamina D faz com que os idosos tenham maior expectativa de vida, reduzindo em 9% as chances de mortalidade em um período de três anos.
Combate o diabetes
A vitamina D pode ser aliada na luta contra o diabetes tipo 2. Em uma entrevista no livro ‘The Healing Power of Sunlight & Vitamin D’ (O poder de cura da luz do sol e da vitamina D, em tradução livre), o médico Michael Holick afirma que a falta da substância pode agravar os efeitos do diabetes tipo 2 no organismo. Isso porque a vitamina D regula a secreção de insulina pelo pâncreas e pode aumentar a sensibilidade ao hormônio. Já uma pesquisa alemã afirma que as propriedades anti-inflamatórias da vitamina protegem o organismo contra a doença.
Evita o câncer
Segundo Michael Holick no livro ‘The Healing Power of Sunlight & Vitamin D’, a vitamina D possui a capacidade de regular o crescimento celular. Por isso, pessoas que vivem em países onde a incidência dos raios solares é menor são mais propensas à deficiência de vitamina D e ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer.
Fortalece o sistema imunológico
A vitamina D é capaz de estimular as defesas naturais do corpo, diminuindo o risco de infecções. Reforçando essa ideia, um estudo apresentado nos Estados Unidos provou que a razão pela qual os obesos têm mais alergias do que pessoas de peso normal está justamente na deficiência de vitamina D — a relação entre excesso de peso e a diminuição do nutriente no organismo já foi cientificamente comprovada.
Faz bem para os pulmões
Diversos estudos científicos já comprovaram a contribuição da vitamina D para a saúde pulmonar. Segundo um trabalho publicado no periódico 'American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine', em caso de infecção pulmonar, o nutriente é capaz de acelerar os efeitos do tratamento medicamentoso. Outro estudo, realizado pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que a vitamina D tem um efeito protetor contra os efeitos do tabagismo na função pulmonar. De acordo com os pesquisadores, a falta do nutriente prejudica ainda mais a atividade dos pulmões dos fumantes.
Reduz os efeitos do Alzheimer
Segundo uma revisão de estudos realizada no Canadá, os resultados de testes cognitivos em pessoas com Alzheimer pioram quando a concentração de vitamina D está baixa. Os cientistas não sabem ainda, contudo, que condição dá origem à outra — se é a falta de vitamina D que ocasiona o Alzheimer, ou o contrário.
Afasta doenças cardiovasculares
Cientistas da Universidade da Dinamarca acompanharam mais de 10 000 pessoas por 29 anos e constataram: o risco de infarto e morte aumenta quando há deficiência de vitamina D no organismo. O nutriente participa do controle das contrações do músculo cardíaco. Além disso, quando seus níveis estão baixos, pode haver acúmulo de cálcio nas paredes das artérias, favorecendo a formação de placas que aumentam a probabilidade de infarto e derrame.
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