Veja.Com
Operação Lava Jato
Marcus Moura foi contratado para o cargo no final de 2013, segundo reportagem da Folha de S. Paulo; salário chegava a 25 000 reais
Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde (William Volcov/FolhaPress)
O doleiro Alberto Youssef, preso há um mês pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, de fato contratou o ex-assessor do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, como diretor institucional do laboratório-fantasma Labogen — ou seja, como uma espécie de lobista da empresa em Brasília. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o ex-assessor Marcus Moura foi contratado no final de 2013 e ganhava um salário de 25 000 reais (apesar de sua carteira de trabalho apontar ganhos de apenas 4 000 reais). Na última sexta-feira, o ex-ministro negou que tivesse indicado Moura ao cargo.
Conforme mostrou VEJA, a Polícia Federal interceptou conversas telefônicas em que o deputado petista André Vargas (PT-SP) discute com Youssef a contratação de um executivo para a Labogen. Segundo relatório produzido pelos policiais, Vargas avisa que o escolhido – Marcus Cezar Ferreira Moura – encontraria Youssef dias depois e ressalta que “foi Padilha que indicou”. “O executivo indicado por Alexandre Padilha”, como os investigadores se referem a Marcus no relatório, também trabalhou como assessor parlamentar de um fundo de pensão controlado pelo PT.
Em entrevista após terem sido reveladas as conversas entre Vargas e Youssef, Padilha informou ainda que não existem contratos do Labogen com o Ministério da Saúde da época em que comandou a pasta. “Mente quem diz que indiquei alguém para qualquer laboratório, mente quem quer estabelecer qualquer envolvimento meu com o doleiro”, disse Padilha na sexta-feira. “Eu repudio qualquer envolvimento do meu nome em mensagens trocadas por terceiros.”
Marcus Moura trabalhou com Padilha como promotor de eventos para a pasta da Saúde entre maio e agosto de 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário