terça-feira 04 2014

Vice-presidente da Câmara provoca Barbosa com gesto de mensaleiros

Congresso


Deputado André Vargas repetiu o gesto dos mensaleiros do PT ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal na abertura do ano legislativo

Marcela Mattos, de Brasília
André Vargas (PT/PR), vice-presidente da Câmara dos Deputados, e Joaquim Barbosa. Durante cerimônia de abertura dos trabalhos legislativos de 2014 no Congresso Nacional
André Vargas (PT-PR), vice-presidente da Câmara dos Deputados, e Joaquim Barbosa (Sergio Lima/Folhapress)
Número dois na hierarquia da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR) fez uma provocação direta ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, na abertura do ano legislativo, nesta segunda-feira. Sentando ao lado do magistrado, o petista ergueu duas vezes o braço, com o punho cerrado, repetindo o gesto usado pelos mensaleiros José Dirceu e José Genoino quando tiveram de se entregar à Polícia Federal.
Na mesma mesa, estavam presentes os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).
Questionado por jornalistas antes de deixar o Congresso, Barbosa afirmou não ter visto a provocação do petista. “Nem prestei atenção, não vi nada”, disse.
Já Vargas, notório crítico do ministro relator do mensalão, reagiu com ironia: “Muitos cumprimentam com positivo, sinal de vitória. No PT, é tradicional cumprimentar com ‘L’ do Lula, e a gente agora tem se cumprimentado assim [com o punho erguido]”. E continuou: “Foi o símbolo de reação dos nossos companheiros que foram injustamente condenados. O ministro está na nossa Casa. Na verdade, ele é um visitante, tem nosso respeito, mas estamos bastante à vontade para cumprimentar do jeito que a gente achar que deve”. 
No ano passado, o petista foi responsável por articular a aprovação da proposta que permite a criação de novos Tribunais Regionais Federais (TRFs), projeto que Barbosa se opunha, e por comandar a articulação para tentar evitar a cassação do ex-presidente do PT José Genoino.

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