Política
Integrantes do MST tomaram a Esplanada dos Ministérios, bloquearam vias e derrubaram grades de proteção do Supremo Tribunal Federal
Laryssa Borges, de Brasília
Manifestantes do MST entram em confronto com policiais militares em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília (Pedro Ladeira/Folhapress)
(Atualizada às 18h30)
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram a Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira e entraram em confronto com a Polícia Militar na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Segundo a PM, 22 policiais ficaram feridos por pedras e pedaços de madeira arremessados pelos sem-terra.
De acordo com a PM, cerca de 15.000 sem-terra estão espalhados nos arredores da Praça dos Três Poderes, que interliga o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Por volta das 16h30, houve tumulto e a PM usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
A segurança do prédio do Congresso Nacional, que terá sessão noturna para votar a cassação do mandato do deputado-presidiário Natan Donadon (RO), foi reforçada. O Palácio do Planalto está cercado por grades de contenção.
A segurança do prédio do Congresso Nacional, que terá sessão noturna para votar a cassação do mandato do deputado-presidiário Natan Donadon (RO), foi reforçada. O Palácio do Planalto está cercado por grades de contenção.
A presidente Dilma Rousseff, que não está no Palácio do Planalto nesta tarde, prometeu receber líderes do MST na quinta-feira. Eles participam de um congresso do MST em Brasília e reclamam de "estagnação" da reforma agrária no país.
A sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a ser interrompida pelo ministro Ricardo Lewandowski, que a presidia, em razão de um alerta da segurança de risco de invasão da Corte. Ao passarem em frente ao tribunal, alguns manifestantes derrubaram grades de proteção.
O MST, como já mostrou VEJA em diversas reportagens, é comandado por agitadores profissionais que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, se valem de uma multidão de desvalidos como massa de manobra para atingir seus objetivos financeiros. Sua arma é o terror contra fazendeiros e também contra os próprios assentados que se recusam a cumprir as ordens dos chefões do movimento e a participar de saques e atos de vandalismo. Com os anos, o movimento passou por um processo de mutação. Foi-se o tempo em que seus militantes tentavam dissimular as ações criminosas do grupo invocando a causa da reforma agrária. Há muito isso não acontece mais. Como uma praga, o MST ataca, destrói, saqueia – e seus alvos, agora, não são mais apenas os chamados latifúndios improdutivos.
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