Doenças neurodegenerativas
Ao alterar o DNA de neurônios de pacientes com a doença, pesquisadores da França conseguiram atenuar um dos principais sintomas do Parkinson
DNA: terapia genética pode ser opção para pessoas com Parkinson que não responderam aos tratamentos convencionais (Thinkstock)
Um estudo publicado nesta sexta-feira na revista médica The Lancet conseguiu melhorar a função motora de pacientes com Parkinson usando terapia genética. Esse tipo de tratamento consiste em alterar o DNA de uma célula para combater determinada doença.
A doença de Parkinson acontece quando a comunicação entre os neurônios é prejudicada pela falta de um neurotransmissor chamado dopamina, responsável por fortalecer os sinais enviados do cérebro aos músculos. Quando as células nervosas que produzem a dopamina começam a morrer, surgem sintomas como descoordenação motora, tremores, e movimento lento.
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TERAPIA GENÉTICA
Tratamento que busca alterar o DNA de uma determinada célula, em busca de um resultado benéfico para a saúde de um paciente. Para isso, os cientistas precisam inserir um gene no núcleo da célula e fazer com que substitua outro. Os pesquisadores costumam usar como veículo desse gene um vírus ou retrovírus, pois esses vetores conseguem alterar o material genético de seu hospedeiro. Dentro da célula, o novo gene passa a fazer parte de seu DNA, e pode ser usado para tratar alguma doença.
Tratamento que busca alterar o DNA de uma determinada célula, em busca de um resultado benéfico para a saúde de um paciente. Para isso, os cientistas precisam inserir um gene no núcleo da célula e fazer com que substitua outro. Os pesquisadores costumam usar como veículo desse gene um vírus ou retrovírus, pois esses vetores conseguem alterar o material genético de seu hospedeiro. Dentro da célula, o novo gene passa a fazer parte de seu DNA, e pode ser usado para tratar alguma doença.
O tipo de terapia genética usada no novo estudo, chamada ProSavin, alterou geneticamente um vírus inativo para que ele passasse a carregar genes capazes de produzir dopamina. Depois, os pesquisadores fizeram com que esse vírus entrasse em células nervosas presentes na camada do cérebro responsável pelo controle dos movimentos. Com isso, foi possível fazer com que neurônios que não produziam dopamina se tornassem uma fonte constante do neurotransmissor.
A pesquisa, feita no do Hospital Universitário Henri-Mondon de Créteil, na França, testou a abordagem em quinze pacientes que apresentavam um nível avançado da doença de Parkinson. Os participantes tinham entre 48 e 65 anos e não haviam respondido aos tratamentos convencionais.
Os pacientes receberam três doses do ProSavin. Para medir a eficácia da terapia, os pesquisadores empregaram um sistema padrão que avalia algumas funções motoras como a fala, os tremores, a rigidez, o movimento dos dedos, a postura, a forma de andar e a lentidão. Segundo os resultados, todos os participantes apresentaram melhoras no controle dos movimentos. Os autores também concluíram que a abordagem é segura (os efeitos adversos apresentados foram leves) e tolerável.
De acordo com Stéphane Palfi, que coordenou o estudo, os resultados, embora promissores, ainda são limitados e devem ser interpretados com precaução. “A segurança da abordagem pode ser vista como um primeiro passo para futuros estudos voltados para a avaliação rigorosa da eficácia”, diz.
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