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Houve queda no número de mamografias e do exame para diagnóstico de câncer de colo de útero. Nenhum estado atingiu até agora a meta de realizar exames em 65% da população feminina na faixa etária entre 50 e 69 anos
Sistema reprodutor feminino (Thinkstock)
O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou queda no número de mamografias e do exame para diagnóstico de câncer de colo de útero, o Papanicolau, no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2012. O resultado, considerado negativo por especialistas, vai na contramão do plano apresentado há mais de dois anos pela presidente Dilma Rousseff para prevenção, diagnóstico e tratamento dessas duas doenças. Por esse plano, os estados teriam até 2014 para atingir a meta de realizar exames em 65% da população feminina na faixa etária entre 50 e 69 anos, considerada de maior risco. Nenhum estado alcançou a marca. Diante do cenário atual, o Ministério da Saúde refaz os cálculos e admite que o objetivo será atingido somente em 2015.
"Eticamente, o correto seria ofertar mamografia para 100% das mulheres com idade considerada de risco", criticou o secretário de Gestão Participativa da Saúde do Ministério da Saúde, Luiz Odorico Monteiro de Andrade, em uma reunião onde os números foram discutidos. "É preciso deixar esses dados sempre à mostra, para ficarmos indignados", completou.
De janeiro a julho, 1,89 milhão de mamografias foram feitas no país, ante 1,94 milhão em 2012. Quando se analisa a faixa etária considerada de maior risco, os números praticamente não mudam: 433 exames a mais do que no ano passado. Mas durante a divulgação da campanha Outubro Rosa, que alerta sobre a necessidade do diagnóstico do câncer de mama, a pasta omitiu a tendência de queda. Preferiu comemorar ao fazer uma comparação dos dados de 2010 a 2012, que indicavam um aumento de 37% nos exames. "Somente diante da realidade é possível identificar erros, corrigir caminhos", alertou o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Evânio Garcia Wiernann.
De janeiro a julho, 1,89 milhão de mamografias foram feitas no país, ante 1,94 milhão em 2012. Quando se analisa a faixa etária considerada de maior risco, os números praticamente não mudam: 433 exames a mais do que no ano passado. Mas durante a divulgação da campanha Outubro Rosa, que alerta sobre a necessidade do diagnóstico do câncer de mama, a pasta omitiu a tendência de queda. Preferiu comemorar ao fazer uma comparação dos dados de 2010 a 2012, que indicavam um aumento de 37% nos exames. "Somente diante da realidade é possível identificar erros, corrigir caminhos", alertou o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Evânio Garcia Wiernann.
Patrícia Chueri, da Coordenação Geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, garante que os indicadores não preocupam. "Tradicionalmente, o primeiro semestre apresenta uma produção menor", diz. Há semanas, no entanto, quando apresentou as estatísticas a gestores, Patrícia criticou os resultados alcançados e afirmou ser necessário melhor desempenho.
Entre 2011 e 2012, o número de exames para diagnóstico de câncer de colo de útero caiu 4,6%: passou de 11,4 milhões para 10,9 milhões. Questionada pela reportagem, Patrícia afirmou que a redução não é significativa. A coordenadora argumentou que, graças ao melhor desempenho de áreas com maior concentração populacional, o Brasil vai atingir até 2014 a meta de realizar o Papanicolau em 75% das mulheres na faixa etária entre 25 e 64 anos.
Uma das principais críticas feitas por Patrícia na reunião foi direcionada à baixa produção do Papanicolau. Foram coletadas 8,8 milhões de amostras para exame. Deste total, no entanto, apenas 4,7 milhões foram efetivamente analisadas, o equivalente a 53% do total de amostras. Ao ser questionada, no entanto, ela ponderou que o dado de 8,8 milhões pode estar superestimado. O pagamento é calculado a partir da realização do exame.
(Com Estadão Conteúdo)
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