Nosso primeiro post do mês de outubro não poderia deixar de celebrar o centenário de Vinicius de Moraes. Poeta e diplomata, nascido de pais músicos, sendo o pai, além de violinista, também um poeta amador. E a mãe uma pianista, também amadora. Marcus Vinícius de Moraes nasceu em 1913 no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, mas foi no Colégio Santo Inácio, no bairro de Botafogo, que ele teve seu primeiro contato com a música ao ingressar no coral da escola.
Vinícius de Moraes personificou como poucos o poeta romântico que sofre pelo amor não correspondido e vislumbra na morte uma saída gratificante para tal sofrimento. A influência de sua obra foi tão forte para aquela geração, que entre as pessoas que viram no branco mais preto do Brasil (como Vinícius se auto-intitulava) uma fonte de inspiração. Entre os fãs do poeta estão Chico Buarque e Caetano Veloso. Mais informações sobre a personalidade das artes no Brasil neste link.
POÉTICA
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Mas foi em meados da década de 1950 que o escritor começou a ceder espaço para o músico, foi nessa época que ele conheceu Tom Jobim, que acabou se tornando um dos principais parceiros de sua obra musical. Foi com a premiação de Orfeu Negro que Vinicius fez sua entrada triunfal na música popular brasileira e em 1958, com o lançamento do álbum “Canção do Amor Demais”, interpretado por Elizeth Cardoso, que a Bossa Nova ganhava sua cara.
Entre as principais parcerias que Vinícius fez ao longo de sua carreira, não há como deixar de citar, além de Tom Jobim, Baden Powell, Pixinguinha, Carlos Lyra, Dorival Caymmi e Toquinho, que pode ser considerado o último grande parceiro musical.
O certo é que a música brasileira nunca mais foi a mesma desde que o poeta e músico inspirou gerações e gerações de apaixonados, seja na sua obra literária ou musical.
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