sábado 05 2013

César Maia: Por que Dilma-2014 vai perder a eleição!


"Dilma até chega no segundo turno, mas qualquer um dos candidatos que passe para o segundo turno, a vencerá, provavelmente com facilidade. Quem duvidar que teste em pesquisa trabalhando cenários e não o passado" (Charge: Simanca)
“Dilma até chega no segundo turno, mas qualquer um dos candidatos que passe para o segundo turno a vencerá, provavelmente com facilidade. Quem duvidar que teste em pesquisa trabalhando cenários e não o passado” (Charge: Simanca)
Publicado no boletim do Ex-Blog de Cesar Maia*
POR QUE DILMA-2014 VAI PERDER A ELEIÇÃO!
…O ponto de inflexão agora é que, depois de 4 anos, Dilma não tem mais como vestir-se de Lula.
Sendo ela um quadro político urbano de esquerda, firmou essa imagem, que procura aprofundar.
Por isso vende tanto uma postura anti-ianque no episódio daespionagem.
Reforça a imagem do ex-PT …
1. O mensalão-2005 produziu mudanças importantes no PT e em Lula.
O partido que vinha sendo dirigido pela esquerda – dita revolucionária – passou a ser dirigido pelos sindicalistas da CUT que, por estarem dentro das multinacionais, são sistêmicos. As medidas adotadas pós-crise de 2008 mostram isso.
Lula também mudou. Despiu-se do macacão de líder sindical, colocou o chapéu de palha de migrante nordestino e passou a usar uma comunicação religiosa, com o povo como entidade.
O PT eleitoral deixou de ser um partido urbano universitário-sindical e passou a ser o partido do interior pobre, especialmente do Nordeste.
2. Qualquer mapa georreferenciado mostra isso. Nem Lula em 2006, nem Dilma na garupa de Lula em 2010, se elegeriam sem o interior pobre somado à periferia social urbana.
Mas numa democracia de público, o personagem é decisivo num processo eleitoral. Nesse sentido, ele deve representar, em sua coreografia, o eleitor que dá base à sua vitória.
3. Em 2010 Lula foi o candidato disfarçado de Dilma, a ponto de pesquisas identificarem percepções do eleitor que Dilma era a esposa de Lula.
A democracia de bens de consumo e o crescimento do PIB pintaram o cenário eleitoral.
4. O ponto de inflexão agora é que, depois de 4 anos, Dilma não tem mais como vestir-se de Lula.
Sendo ela um quadro político urbano de esquerda, firmou essa imagem, que procura aprofundar. Por isso vende tanto uma postura anti-ianque no episódio da espionagem.
Reforça a imagem do ex-PT e do ex-Lula, exatamente onde o PT e Lula não têm mais hegemonia eleitoral. Reforça o passado.
5. As pesquisas atuais [sobre intenção de voto], uma vez georreferenciadas, mostram que os 35% de Dilma ainda sobrevivem pelas regiões do PT e de Lula pós-mensalão-2005.
Mas assim mesmo numa curva declinante.
Lula e, depois, Lula e Dilma, tiveram no primeiro turno 43% dos votos (2002, 2006, 2010).
Esses 35% de intenções de voto [apontados pelas pesquisas] um ano antes da eleição, sem que os adversários tenham sua visibilidade, com uma economia trôpega e com uma imagem outra vez urbana. serão seu teto numa campanha eleitoral.
6. Mas ainda darão para chegar – mancando – no segundo turno. E – uma vez aí – qualquer um dos candidatos que passe para o segundo turno a vencerá, provavelmente com facilidade.
Quem duvidar que teste em pesquisa trabalhando cenários — e não o passado.
*Cesar Maia é vereador (DEM) no Rio de Janeiro e foi por três vezes prefeito da cidade

Nenhum comentário: