quarta-feira 25 2013

Petista é indiciado pela PF por desvio de verba do Fome Zero

Corrupção

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Diretor de política agrícola da Conab, Sílvio Porto tem entre seus padrinhos políticos o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho

Polícia Federal deflagra operação na cúpula da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Paraná
Polícia Federal deflagra operação na cúpula da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Paraná (Divulgação/PF)
O diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Isopo Porto, foi indiciado pela Polícia Federal (PF), nesta terça-feira. Porto é alvo de investigação sobre envolvimento de seu departamento em esquema de desvio de verbas do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), uma das ações do programa Fome Zero do governo federal. A apuração das irregularidades foi iniciada em 2011 e culminou na deflagração, nesta terça-feira, da Operação Agro-Fantasma em 15 municípios do Paraná. Porto é filiado ao PT do Rio Grande do Sul e tem entre seus padrinhos políticos o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Em nota oficial, a Conab afirmou ter afastado sete funcionários no Paraná, entre eles o superintendente Luís Carlos Vissoci, até a conclusão as investigações. Os outros nomes não foram revelados pelo órgão. A mesma nota informa que Porto, liberado pela PF após prestar esclarecimentos, aguarda acesso ao conteúdo do processo, que corre em segredo de Justiça, para se pronunciar.
A área de Política Agrícola e Informações da Conab, administrada por Porto, é a responsável pela operacionalização do PAA no estado. O petista também já dirigiu a área de Abastecimento nas prefeituras de Betim e Belo Horizonte, em Minas Gerais, e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. 
 A assessoria do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirma que não há "relação próxima" entre os dois e que Carvalho conhece Porto apenas por sua atuação na administração federal.
O PAA prevê a compra pelo governo de alimentos sem licitação para serem distribuídos à população carente através de restaurantes populares e cozinhas comunitárias.  
Investigação – O inquérito, iniciado em 2011, foi realizado pela PF na cidade de Guarapuava (PR), a partir da deflagração de outra operação, denominada Feira Livre, que investigou as fraudes em um dos municípios.
Conforme a PF, foram investigados 22 programas, realizados entre os anos de 2009 a 2013, nos municípios paranaenses de Guarapuava, Foz do Jordão, Honório Serpa, Candói, Ponta Grossa, Irati, Rebouças, Teixeira Soares, Inácio Martins, Fernandes Pinheiro, Itapejara D'Oeste, Goioxim, Pinhão e Querência do Norte.
A PF informou ainda que em todos os programas investigados foram encontradas evidências de desvio de recursos.
De acordo com a PF, a operação Agro-Fantasma indiciou 58 pessoas pelos crimes de apropriação indébita previdenciária, estelionato contra a Conab, quadrilha ou bando, falsidade ideológica, ocultação de documento, peculato doloso, peculato culposo, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, condescendência criminosa e violação de sigilo funcional, entre outros.


(Com Estadão Conteúdo)

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