domingo 21 2013

Boston: defesa de suspeito do atentado tentará evitar pena de morte



Estados Unidos

Dzhokhar Tsarnaev permanece internado em estado grave em um hospital em Boston. Ele foi preso na noite de sexta-feira, depois de uma longa perseguição policial


A Defensoria Pública de Boston tentará evitar o pedido de pena de morte no julgamento Dzhokhar Tsarnaev, suspeito de cometer atentado à Maratona de Boston preso na noite de sexta-feira. O órgão anunciou neste sábado que assumirá sua representação no tribunal assim que as acusações forem registradas. De acordo com juristas consultados pela agência Reuters, os argumentos deverão se concentrar na pouca idade do jovem, que tem 19 anos, e na procura por provas de que ele pode não ter sido o líder no ataque, mas seu irmão mais velho, Tamerlan Tsarnaev, morto em tiroteio com a polícia.
As acusações contra Dzhokhar ainda não foram registradas pelo Ministério Público. Ele permanece em estado grave no hospital Beth Israel depois de levar um tiro no pescoço. De acordo com entrevista de um oficial do Departamento de Justiça dos Estados Unidos para o canal americano CNN, o suspeito pode ser acusado ainda neste domingo em sua cama no hospital.  
Os promotores ainda precisam decidir do que ele será acusado e se incluirão o pedido de pena de morte – que precisa ser aprovado pelo procurador-geral da República americana. De acordo com advogado de defesa do estado de Virgínia Edward MacMahon, que representou um envolvido na conspiração do ataque de 11 de setembro de 2001, é muito provável que se busque a pena capital para o suspeito devido à brutalidade e ao destaque ao atentado. Apesar de esse tipo de pena não estar prevista na lei de Massachusetts, os promotores podem pedi-la no âmbito federal. A dimensão emocional do atentado pode levar a defesa a pedir para que o julgamento aconteça fora de Boston.
Combatente inimigo – Após a prisão de Dzhokhar, alguns congressistas republicanos, como os senadores Lindsey Graham e John McCain, pediram para o presidente Barack Obama considerar Dzhokhar como um “combatente inimigo”. A designação está prevista na lei de guerra do país e foi aplicada para os detentos de Guantánamo. Ela limitaria severamente suas proteções legais e, possivelmente, levaria seu julgamento para uma comissão militar e não para uma corte civil.
Essa possível adoção foi criticada por alguns advogados, que defenderam que não há necessidade ou justificativa para declará-lo inimigo. De acordo com o advogado de defesa de Nova York Robert Gottlieb, a designação seria arrogância e um tratamento inapropriado para um cidadão americano detido em território nacional. Dzhokhar é de etnia chechena, emigrou da Rússia quando criança e foi naturalizado americano. “Nossas cortes federais provaram ser mais efetivas e rápidas no caso de terrorismo do que os tribunais secretos”, disse.

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