Política
Em 1999, FHC gastou 13 milhões de reais com eventos. Oito anos depois, com Lula, foram 24 milhões re reais. Em 2012, 74 milhões de reais
A presidente Dilma Rousseff em cerimônia no Palácio do Planato (Ueslei Marcelino/Reuters)
Embora seja bem mais discreto que o do antecessor, o governo da presidente Dilma Rousseff é campeão em gastos com festividades e homenagens, segundo levantamento da ONG Contas Abertas divulgado nesta segunda-feira. Em dois anos, foram gastos pelo governo Dilma com esse tipo de evento o mesmo que nos quatro anos do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto o ex-presidente desembolsou 144,6 milhões de reais entre 2007 e 2010, Dilma já utilizou 91,1% desse valor: 131,7 milhões de reais.
Esses gastos tem crescido quase em progressão geométrica desde o governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 1999, por exemplo, o tucano gastou cerca de 13 milhões de reais (valores atualizados) com festividades e homenagens. Oito anos depois, no segundo mandato de Lula, foram quase 24 milhões. O valor saltou para 52 milhões em 2010, ano em que o petista decidiu eleger um sucessor a qualquer preço. Dilma seguiu a linha do padrinho político. Só em 2012, foram 74 milhões.
Anualmente, o governo Dilma gasta, em média, 59,9 milhões de reais com essa finalidade. Com Lula no poder, eram 36,1 milhões de reais. No segundo governo de FHC, o gasto médio anual foi de 14,6 milhões de reais.
A campeã de gastança em 2012 foi a Fundação Nacional de Arte (Funarte), com 11,3 milhões de reais. O contrato mais alto foi celebrado com a “Romepar Consultoria, Representações e Participações”, do Rio de Janeiro, quando foram pagos 1 milhão de reais para o “arrendamento de local em Lisboa para a comemoração do ano ‘Brasil em Portugal’". O Ministério das Relações Exteriores (MRE) também encabeça o ranking (9,3 milhões de reais). O maior contrato, de 1,4 milhões de reais, foi pago para o “Di Gagliardi Buffet”, empresa do Distrito Federal contratada para prestar serviços em cerimoniais. A medalha de bronze foi para o Fundo Nacional de Cultura, com 6 milhões de reais – embora não tenham sido encontrados, segundo o levantamento do Contas Abertas, contratos realizados entre o Fundo e as empresas de prestação de serviços.
Das 20 primeiras instituições que fizeram uso de verba pública para festividades e homenagens, seis estão ligadas ao Ministério da Defesa. Todas as repartições militares somadas, por exemplo, gastaram 7,1 milhões de reais com eventos do tipo.
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