sexta-feira 22 2013

Não consegue lembrar o que sonhou?





Não consegue lembrar o que sonhou?
Algumas pessoas sonham intensamente - muitas vezes por noite - e, em geral, só conseguem lembrar dos sonhos que ocorreram mais próximos da hora do despertar, pela manhã. Outras vezes um sonho é tão vívido, tão impressionante, que fica com a pessoa o dia todo. Em diversos momentos ela se vê relembrando cenas e sensações do sonho que a invadem como uma criança, lhe cutucando a pedir algo. Alguns sonhos até persistem por um longo tempo. Eu mesma lembro da cena completa de um único sonho que tive aos cinco anos de idade e que até hoje é vívido em minha memória. Mas e quem não consegue lembrar-se dos próprios sonhos?
Algumas pessoas afirmam que não sonham. Outras que jamais ou raramente se lembram de seus sonhos. E há, ainda, os que sonham, lembram-se do sonho ao acordar, mas o esquecem ao longo do dia. Vale lembrar que quando o sonho não recebe a devida atenção, ele se esvai na memória.
Todo mundo sonha?
Primeiramente, é praticamente impossível um ser humano saudável não sonhar. É possível, sim, que haja certa constipação de sonhos, ou seja, pessoas que sonham realmente pouco. Em geral, isso estará atrelado a algumas situações específicas, como idade muito avançada, algum tipo de transtorno mental ou trauma que tenha afetado as regiões do cérebro envolvidas organicamente na produção onírica.
Obviamente que em casos de severos traumatismos ou comas profundos ainda é impossível afirmar que tais pacientes sonhem. Porém, o mais comum é que a pessoa simplesmente não se interesse por estabelecer nenhum tipo de contato com seus sonhos, por julgar banalidade, algo sem importância e que nada diz sobre ela e seu mundo mais interior. Nesse caso, o sonhador encara essa situação como uma realidade distante, porém isso não a torna irrelevante ou inexistente.
A verdade é que esta atitude do homem moderno para com seu próprio inconsciente, especialmente em relação aos sonhos, é a causa principal da sintomatologia neurótica - que se caracteriza por um conflito entre o que a pessoa é e o que aprendeu a ser socialmente. A incompatibilidade entre as expectativas familiares, sociais, culturais e profissionais, além das exigências da alma, gera esse tipo de sintoma. A falta de conexão com o mundo interior priva o homem moderno de se guiar adequadamente no mundo exterior.
Frequentemente observamos pessoas que não vivem a vida que gostariam de viver, não estão no casamento em que gostariam de estar, não trabalham no que gostariam de trabalhar, não se divertem da forma que desejam, não passam tempo com seus filhos tanto quanto gostariam, enfim, fazem exatamente tudo o que suas almas não querem. Provavelmente sonham com tais situações, mas o fato de não saberem interpretá-las, não buscarem um analista para ajudá-las a entender, ou realmente não se interessarem em absoluto pelo que suas almas lhes comunicam, acabam padecendo de fortes sintomas neuróticos - que são, em geral, padrões repetitivos e quase sempre geram resultados negativos na vida da pessoa.
Nesses casos, há uma dissonância entre o mundo interior e o mundo exterior. Por essa razão, é trabalho do terapeuta ajudar o paciente a equalizar essa relação. Por exemplo: uma mulher cuja mãe sempre a criticou e que possui - de maneira repetitiva em diversos setores de sua vida - forte autocrítica e nunca se julga boa o suficiente. Isso acaba por boicotar suas possibilidades de sucesso e, por conta do "padrão neurótico", fica impedida de realizar todo seu potencial.
Sonhos dizem o que você ainda não sabe
Para lembrar-se dos sonhos, em princípio, é importante entender a razão de existirem. Os sonhos são um produto totalmente individual, ainda que contenham símbolos do coletivo. A linguagem do sonho é o símbolo. Eles estão para os sonhos como as palavras estão para nossa linguagem. Então podemos compreender que os sonhos são como uma conversa que o inconsciente tenta estabelecer com a consciência, com símbolos em forma de imagem, conhecidos ou pelo menos inteligíveis. A consciência perdeu sua capacidade de entendê-los e, por isso, hoje um especialista se faz necessário para essa tarefa.
Os sonhos são os recados da alma do indivíduo. Eles dizem aquilo que não sabemos, que não acessamos pela simples vontade arbitrária consciente. Os sonhos nos dizem o que precisamos mudar, nos alertam para os perigos de manter uma atitude que fere a alma, nos indica um caminho, nos ajuda a lidar com situações externas a nós e que nos afetam.
Agora, sabendo que os sonhos são tão importantes, vou comentar algumas dicas de como entrar mais em contato com essa linguagem, como se aproximar do inconsciente e, finalmente, como se lembrar de seus sonhos:
  • Entenda e aceite que os sonhos são o seu canal de comunicação com o desconhecido em si mesmo.
  • Não refute ou ignore seus sonhos por conta de um julgamento racional ou por não entender seu significado.
  • Ao terminar de sonhar e se perceber voltando à consciência, ainda deitado e de olhos fechados, procure repassar as cenas do sonho em sua mente consciente, a fim de fixá-las-las em seu cérebro, para que se tornem acessíveis.
  • Assim que abrir os olhos, tenha um caderninho à mão para anotar este sonho e não mais correr o risco de esquecê-lo. Algumas pessoas fazem um diário de sonhos, no qual registram todas as mensagens com data, para que possam ser elaboradas posteriormente com o analista.
  • Manter uma constância nessa atitude fortifica o contato com o inconsciente e permite que após algum tempo você avalie os sonhos sequencialmente, percebendo neles uma história. A sua história.
  • Contar o sonho a alguém pode ser produtivo. Ainda que a pessoa lhe questione algo infundado ou faça comentários inadequados, você pode ter alguns "insights" a respeito do que sonhou. O mais aconselhável é buscar um especialista que faça isso junto com você, fazendo perguntas mais pertinentes e inferências propícias que lhe ajudem a descortinar os símbolos que seu inconsciente produziu. Em geral, esse especialista é um psicólogo que utiliza uma abordagem na qual analisa sonhos e símbolos.
  • Ao buscar esse contato mais profundo com o próprio inconsciente, você certamente descobrirá uma forma mais efetiva de estar no mundo e enfrentar as questões diárias com mais propriedade.
  • Por Thaís Khoury formada em Psicologia pela Universidade Paulista, com pós-graduação em Psicologia Analítica. Utiliza a interpretação dos sonhos, a calatonia e a expressão criativa em seus atendimentos. 
  • http://entretenimento.br.msn.com/astrologia/story.aspx?cp-documentid=256382527

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