sexta-feira 21 2012

Pesquisa brasileira encontra proteína capaz de inibir crescimento de tumor


Câncer

Fragmento da miosina Va, responsável pelo transporte de organelas, conseguiu reduzir em 30% a mortalidade pela doença

Miosina
Imagem ilustrativa de parte da proteína miosina (Reprodução)
Uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) descobriu que um pedaço da proteína miosina Va pode ser eficiente no tratamento contra o câncer. De acordo com o estudo, essa proteína, que é responsável pelo transporte de algumas organelas do corpo, pode inibir o crescimento de tumores e reduzir em 30% a mortalidade pela doença.
A tese de doutorado do biomédico Antônio Carlos Borges, orientada por Enilza Maria Espreaficoa, revelou que um fragmento da miosina Va, isolado, consegue barrar o crescimento do melanoma em modelo animal.
Para o estudo, foram criadas células tumorais com um pedaço de DNA responsável pela produção apenas deste pedaço da miosina. Essas células foram, então, usadas para induzir tumores em camundongos.
Após 28 dias, os pesquisadores perceberam que enquanto cerca de 90% dos animais com o fragmento de miosina continuavam vivos, apenas 60% do grupo controle haviam sobrevivido. Os tumores que foram controlados com a proteína também tiveram um crescimento em volume significativamente menor. "A introdução desse fragmento foi suficiente para matar células do melanoma, um câncer muito resistente aos tratamentos quimioterápicos", diz Borges em entrevista ao site de VEJA.
Este pedaço da proteína miosina Va consegue ajudar no combate do tumor porque, ao contrário da proteína completa, impede que substâncias consideradas tóxicas sejam carregadas para fora da célula. Em situações normais, estas substâncias levam células “com defeito” a cometer suicídio. Algumas células cancerosas, no entanto, perdem a capacidade de fazer esse controle, começam a se multiplicar e acabam dando origem ao tumor.

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