Inflação
Índice apurado foi de 0,42%, o maior valor para o oitavo mês do ano desde 2007, quando o indicador mensal fechou em 0,47%
Inflação dos alimentos tem maior peso no IPCA de agosto (Noel Hendrickson)
Com este resultado, a inflação em doze meses totaliza 5,24% – bem acima da meta central de inflação fixada pelo governo para este ano, que é de 4,5%
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informou nesta quarta-feira que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – indicar oficial de inflação do país – teve alta de 0,41% no mês passado, com forte pressão proveniente dos preços de alimentos e bebidas. O dado representa o maior valor para agosto desde 2007, quando o IPCA mensal fechou em 0,47%. Em agosto do ano passado, o acréscimo visto foi de 0,37%.
O número veio também acima das expectativas do mercado financeiro. No último levantamento realizado pelo Banco Central junto a economistas de bancos e consultorias (Pesquisa Focus), divulgado nesta segunda-feira, a mediana das estimativas para o IPCA no mês apontava para 0,38%, acima dos 0,32% previstos um mês atrás. O resultado é semelhante ao visto no mês anterior, quando o IPCA mostrou acréscimo de 0,43%.
Com este desempenho, a inflação acumulada em 2012 até agosto soma 3,18%, abaixo dos 4,42% registrados em igual período do ano passado.
Em doze meses, contudo, a alta do IPCA totaliza 5,24% – bem acima, portanto, da meta central de inflação fixada pelo governo para este ano, que é de 4,5%. Nos doze meses até agosto em 2011, a alta verificada havia sido de 5,20%.
Alimentos – O grupo de despesas com alimentação e bebidas mostrou desaceleração da alta de preços, de 0,91% em julho para 0,88% em agosto. Porém, ainda assim, apresentou a maior variação entre os tipos de gastos pesquisados pelo IBGE.
As regiões metropolitanas de Fortaleza e Curitiba tiveram as maiores altas nos alimentos: a primeira com aumento de 1,36% e a segunda com avanço de 1,30%. Belém teve o menor resultado, com um aumento de 0,47%.
O instituto chama a atenção para o preço do quilo do tomate, que chegou a subir 50,33% em julho e continuou aumentando. O incremento apurado em agosto foi de 18,96%. Mesmo moderando sua taxa de crescimento, o produto continuou a liderar o ranking dos principais impactos, com 0,06 ponto porcentual. O tomante, neste ano, acumula alta de 76,46%.
Ficaram mais caros também a cenoura, o alho, a batata inglesa, o ovo de galinha, outras bebidas alcoólicas, pão doce, arroz, entre outros. Na direção oposta, registraram deflação os feijões carioca, fradinho e mulatinho, além do açaí, hortaliças e cebola.
Cenário pior – Ante os sinais de inflação persistente, os economistas ouvidos pelo BC na Pesquisa Focus têm elevado a cada semana suas apostas para o IPCA deste ano. Nesta segunda-feira, pela oitava semana consecutiva, a projeção média passou de 5,19% para 5,20% agora.
INPC e INCC – Também divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,45% em agosto, após ter registrado alta de 0,43% em julho. Até agosto, o índice acumula altas de 3,46% em 2012 e de 5,39% em doze meses. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.
Já o Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi) variou 0,79% em agosto, após alta de 0,29% em julho. O índice acumulado em 2012 foi de 4,38%, e, em 12 meses, de 5,49%. Segundo o IBGE, o custo nacional da construção alcançou 845,10 reais por metro quadrado em agosto, acima dos 838,46 reais por metro quadrado estimados em julho. A parcela dos materiais variou 0,38%, enquanto o aumento do custo da mão de obra ficou em 1,26% em agosto, ante 0,54% em julho.
(com Agência Estado)
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