Luxo
Grife francesa de luxo acusa rival de obter informações privilegiadas e usá-las a seu favor; a LVMH detém mais de 20% das ações da Hermès desde 2010
Daniela Barbosa
Bolsa Kelly, da grife francesa Hermès (Divulgação)
A Hermès acaba de entrar com um processo contra a LVMH Moët Hennessy (Louis Vuitton) na França. A grife acusa o maior grupo de artigos de luxo do mundo de usar informações privilegiadas obtidas na companhia a seu favor. A Louis Vuitton detém mais de 20% das ações da Hermès desde 2010.
Conhecida por seus luxuosos lençóis de seda, a Hermès alega no processo que em julho, a LVMH manipulou os preços de suas ações a partir de informações exclusivas obtidas na companhia. O Ministério Público francês está estudando a denúncia feita pela grife para que a ação seja levada adiante.
Quando comprou o primeiro lote de ações da Hermès, em outubro de 2010, a Louis Vuitton justificou o negócio como uma participação estratégica em uma das “joias” da indústria de luxo no mundo. Na ocasião, a companhia pagou 1,4 bilhão de euros por 17% das ações da grife rival.
Em meados do ano passado, a LVMH ampliou sua participação na companhia para quase 22%, o que motivou os principais acionistas da Hermès de criarem uma holding que blindasse a companhia das garras de sua arquirrival.
Cerca de 100 membros da família Hermès se reuniram no final do ano passado e fundaram a H51, grupo que vai une sob um único guarda-chuva todos os principais sócios da grife e serve de porta-voz dos interesses de todos .
A holding da família Hermès detém 50,2% da companhia e garante, até 2031, aos acionistas envolvidos a preferência pela compra das ações, caso alguém tenha a intenção de se desfazer delas. Apenas o principal acionista da grife, Nicolas Puech, com 6% de participação, ficou fora da jogada. Ele, no entanto, nunca manifestou interesse em vender suas ações.
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