quarta-feira 29 2012

Tempero pronto tem excesso de sódio, o vilão da hipertensão


Pesquisa

A praticidade dos temperos industrializados pode custar caro para a saúde. Das 19 principais variedades do produto vendidas no Brasil - em pó, pasta e tablete-, nenhuma tem o consumo recomendado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste). O motivo é a alta concentração de sódio.
Entre as amostras analisadas, três delas continham - em uma porção pequena, equivalente a uma colher de chá ou tablete - 70% da quantidade de sódio indicada para um dia inteiro. Os campeões do sódio, de acordo com a Proteste, são os temperos à base de alho e sal, vendidos sob a forma de pasta, em potes. O primeiro da lista, aliás, traz a inscrição "sabor natural" na embalagem.
Com a ingestão dos temperos, garante a Proteste, o risco de passar do limite em relação ao sódio aumenta - um perigo sobretudo para hipertensos. "O consumidor ultrapassará a quantidade recomendada porque, além dos temperos, irá ingerir outros alimentos com sódio ao longo do dia", diz a nutricionista da Proteste, Manuela Dias. Para evitar excessos, os médicos aconselham a substituição dos temperos prontos por ingredientes - realmente - naturais. "Ervas para dar o aroma à comida, cebola e alho para dar gosto", indica Bottoni.
Coração - O sódio em excesso é apontado pelos médicos como o principal vilão da hipertensão, podendo agravar doenças cardiovasculares. Elas afetam 308.000 brasileiros, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). "Metade poderia ser evitada com medidas preventivas, como o respeito ao limite do consumo de sódio por dia", diz o cardiologista e coordenador de ações sociais da SBC, Carlos Alberto Machado.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselha o consumo diário máximo de 2 g de sódio. Algumas pessoas devem ter atenção redobrada. "Cardiopatas, hipertensos, pacientes com problemas renais, neurológicos ou que usem medicamentos antidepressivos estão no grupo que corre mais risco com o excesso (de sódio)", alerta o cardiologista Martino Martinelli Filho, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas.
(Com Agência Estado)

Nenhum comentário: