domingo 29 2012

Roberto Feith lembra como era a cobertura jornalística sem a internet


Jornalista comenta as dificuldades da profissão há 33 anos atrás, quando fez a cobertura da invasão soviética ao Afeganistão.



Quando o assunto é ser corresponde internacional, a opinião é unânime: não é um trabalho nada fácil, que o diga o jornalista Roberto Feith.
Trinta e três anos depois, Feith relembra os desafios da época em que fez a cobertura da invasão soviética ao Afeganistão, onde passou por situações de risco, como por exemplo, ter sido alvo de tiros junto com sua equipe de reportagem.
“Nós encontramos um acampamento enorme de tropas soviéticas à beira da estrada. Paramos o carro e eu pedi ao Zé Urso, o nosso câmera, para discretamente filmar, mostrar, aquele acampamento. Mas eu acho que o pessoal percebeu o que estava acontecendo e quando menos esperávamos começamos a levar tiro”, contou o jornalista.
Roberto Feith ainda lembra que hoje, com o auxílio das novas tecnologias, e as inúmeras ferramentas digitais, o exercício da profissão ficou mais fácil, e o processo descomplicado, em comparação ao que ele e seus companheiros de equipe passaram em 1979, na fronteira do Afeganistão com o Paquistão.
“Essas matérias ainda eram feitas na época do filme. Nós íamos para o aeroporto de Cabulpedíamos a uma alma caridosa, alguém que fosse com a nossa cara de alguma maneira, para levar a lata com o filme, onde estava a matéria, para entregar a uma pessoa em Nova Déli que estivesse segurando um cartaz com o nome de uma agência de notícias, que prestasse serviço para TV Globo. Essa pessoa mandava de avião para Londres, onde ele era revelado e editado”, narrou Feith.
Com a chegada da internet, há 20 anos, a maneira de se noticiar os fatos foi sendo modificada. Em média a notícia demorava de 24 a 36 horas para ser veiculada, depois da cobertura. De acordo com Rocco Cotroneo, correspondente no Brasil do jornal italiano Corriera della Serra, atualmente essa realidade é bem diferente.
“Trinta e seis horas é uma eternidade. Então, se não tem um (material) depois da notícia, os bastidores, uma novidade, a notícia acaba”, disse.

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