sábado 02 2012

Além de proporcionar prazer, o café é fonte de energia no trabalho




(Foto: Vyolett / stock.xchng)
(Foto: Vyolett / stock.xchng)
O cafezinho no ambiente de trabalho não é, necessariamente, um vício, mas, na maioria das vezes, um hábito que pode ter como objetivo a integração com outros funcionários da empresa.
É o que conclui a pesquisa da consultoria de recursos humanos Robert Half, feita com 190 profissionais em abril e maio. São analistas, supervisores, gerentes e diretores de empresas de segmentos como tecnologia, contabilidade e financeiro.
A pesquisa mostra que 81% dos profissionais tomam café, a maioria todos os dias, inclusive aos fins de semana, duas a três vezes ao dia. Enquanto 64% têm o hábito de consumir a bebida por prazer, outros o usam como estratégia para afastar o sono (11%) ou fazer uma pausa no trabalho (11%). O número dos que buscam na bebida uma fonte para ter mais concentração sobe para 19% entre profissionais em começo de carreira.
Na avaliação dos entrevistados, a pausa para o cafezinho é um momento para relaxar (55%), mas também de integração (41%). Apenas 5% se consideram um pouco dependentes da bebida.
Por isso, Alexandre Arima, gerente de marketing da empresa responsável pelo estudo, verifica como um alerta o fato de que quase a metade (48%) dos entrevistados avaliam o café servido pela empresa como ruim ou que poderia ser melhor.
?As empresas devem avaliar se é melhor investir em programas de integração ou melhorar a qualidade de um benefício que atinge o mesmo objetivo?, diz. Para isso, cuidados como colocar o local do cafezinho fora da recepção ou afastado da sala de diretores pode evitar constrangimentos.
A pesquisa também mostra que o consumo de café aumenta proporcionalmente à carga horária de trabalho e que profissionais de tecnologia, marketing e vendas são os que mais consomem a bebida. ?O primeiro é um trabalho que exige concentração, e os outros oferecem mais situações propícias para o consumo, como reuniões.?
Mas é necessário bom senso. ?Tudo em demasia não é saudável. O café não pode ser uma ?bengala? para suportar situações críticas. Isso pode prejudicar a imagem do funcionário. Alguns chefes se incomodam, outros o julgam como uma pessoa extremamente ansiosa?, explica Jane Souza, consultora de recursos humanos da Soma. ?É seu papel investigar e perguntar o que está acontecendo, pois o funcionário pode começar a ter sinalizações corporais do problema, como dores no estômago.?
Deve se tomar cuidado com o tempo que se gasta no cafezinho. ?Não só a quantidade, mas o tempo da pausa pode prejudicar a produtividade. Uma pausa de dez minutos três vezes ao dia é o ideal?, considera Arima.
E o que fazer quando, durante a crise econômica, a empresa resolve cortar custos com café e passa a cobrar R$ 1,80 pelo expresso? A assistente de vendas Danielle, 23 anos, preferiu readequar a sua rotina: reduziu as xícaras de cinco para duas por dia. ?Afinal, são R$ 3,60 por dia. Tomo por prazer, portanto, prefiro gastar mais a tomar o de máquina, que custa R$ 0,75.?
Mas Danielle, que diz tomar café para melhorar a concentração ou para descansar ou para conversar com colegas, passa aperto mesmo nos dias de hora extra, quando chega a trabalhar até a meia-noite. ?É um período no qual bebo mais café, mas não posso gastar muito. Acho que o departamento de recursos humanos não pensa no quanto isso [aumento do preço] afeta o funcionário. Deveriam explicar melhor o porquê do aumento, explicar melhor para onde vai essa verba.?
O QUE DIZ O PESSOAL
53% tomam café todos os dias, inclusive nos fins de semana, de duas a três vezes por dia
64% apreciam a bebida e a tomam por prazer. Apenas 5% se consideram ?um pouco dependentes?
59% consideram a pausa para o café um momento para relaxar, e 45%, uma integração com outras áreas
11% bebem para afastar o sono e para dar uma pausa no trabalho, e 6%, por uma questão de hábito

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