quinta-feira 01 2013

‘Bafômetro’ pode ajudar no diagnóstico de câncer colorretal

Diagnóstico

Estudo italiano identificou os compostos presentes no hálito de pessoas com a doença e encontrou uma forma de diferenciá-las de indivíduos saudáveis

Célula cancerígena
Imagem mostra uma célula cancerígena: Esse tipo de célula produz substâncias diferentes das de células saudáveis, o que torna possível o diagnóstico da doença por meio da análise do hálito (Thinkstock)
Pesquisadores italianos conseguiram diagnosticar o câncer colorretal a partir da análise do hálito de um paciente com uma precisão de 76%. Em um novo estudo, desenvolvido na Universidade Aldo Moro de Bari, na Itália, esses especialistas identificaram um padrão presente no ar exalado de pessoas com a doença, o que torna possível distinguir esses indivíduos de outros saudáveis a partir da respiração. O trabalho foi publicado nesta quarta-feira no periódicoBritish Journal of Surgery.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Exhaled volatile organic compounds identify patients with colorectal cancer

Onde foi divulgada: periódico British Journal of Surgery

Quem fez: Donato Altmore e equipe

Instituição: Universidade Aldo Moro de Bari, Itália

Dados de amostragem: 37 pacientes com câncer colorretal e 41 pessoas saudáveis

Resultado: A partir de um padrão de compostos presentes no hálito de pessoas com câncer colorretal, é possível diagnosticar a doença com uma precisão de 76%
De acordo com os autores do estudo, células cancerígenas possuem um metabolismo distinto das saudáveis e, portanto, produzem diferentes substâncias — algumas delas possíveis de ser detectadas por meio do ar exalado pelos pacientes. Essas substâncias capazes de se vaporizar e entrar em contato com a atmosfera são os compostos orgânicos voláteis (COVs). O que os pesquisadores italianos fizeram foi identificar quais são os COVs ligados ao câncer colorretal — uma técnica que, segundo eles, está servindo como base de uma série de pesquisas sobre diagnóstico de outros tipos de câncer.
Para isso, a equipe, coordenada por Donato Altmore, pesquisador do Departamento de Emergência e Transplantes de Órgãos da Universidade Aldo Moro de Bari, coletou e analisou o ar exalado de 37 pacientes com câncer colorretal e de outras 41 pessoas saudáveis. Os autores, então, identificaram um padrão de compostos químicos que estavam presentes no hálito dos participantes com a doença — como se fosse uma ‘impressão digital’ do hálito dessas pessoas. Depois, os pesquisadores aplicaram esses dados na análise do hálito de outras 25 pessoas e conseguiram fornecer o diagnóstico correto de câncer colorretal a 19 delas — uma precisão de 76%.


“A técnica que analisa amostras de respiração é muito simples e não invasiva, embora o método ainda esteja em fase de desenvolvimento. Nossos resultados fornecem ferramentas para que outras pesquisas tornem a análise do hálito uma ferramenta de diagnóstico”, diz Altmore.

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