quinta-feira 13 2013

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Protesto contra tarifa tem bombas e depredação em SP

Por BRUNO PAES MANSO, BRUNO RIBEIRO E DIEGO ZANCHETTA, estadao.com.br
Após quatro horas de uma peregrinação que começou na Avenida Paulista, atravessou o centro de São Paulo e voltou...

Após quatro horas de uma peregrinação que começou na Avenida Paulista, atravessou o centro de São Paulo e voltou para a Paulista, o terceiro e maior protesto do Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento das passagens de ônibus, trem e metrô terminou em confrontos e destruição. A Praça da Sé teve prédios pichados e depredados. No Parque Dom Pedro, ônibus foram danificados. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas, incluindo um policial militar, e três foram presas.
Manifestantes quebraram lixeiras, pontos de ônibus e vidros de pelo menos nove agências bancárias, da Sé à Paulista. No Largo de São Francisco, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) foi pichada. Na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, houve confusão quando o professor de uma academia de ginástica tentou impedir o vandalismo.
Entre 10 mil e 12 mil pessoas participaram da manifestação, segundo a Polícia Militar (PM) - a estimativa da Guarda Civil Metropolitana foi de 2,5 mil.
A tensão aumentou quando manifestantes ameaçaram invadir o Terminal Parque Dom Pedro. Ônibus foram depredados e integrantes tentaram queimar um trólebus e uma caçamba de lixo. Foi quando a Tropa de Choque começou a atirar balas de borracha e bombas. Milhares de manifestantes que desciam a Avenida Rangel Pestana voltaram para a Sé quando o cheiro de gás lacrimogêneo ficou insuportável. Parte do grupo seguiu para a Paulista e parte para a Rua Conde de Sarzedas, em direção ao Glicério.
A marcha, engrossada por representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e alas jovens do PT e do PSOL, além de estudantes de outros Estados, foi marcada por bloqueios da PM em pontos-chave. Manifestantes começaram a se concentrar às 15h na Praça dos Ciclistas, na Paulista. Às 16h30, o volume de pessoas era tão grande que a via foi bloqueada no sentido Consolação. A intenção inicial - de tomar a avenida, seguir para a Câmara Municipal e terminar no Parque Dom Pedro - foi frustrada pelo cordão de isolamento da PM. A massa seguiu para a Consolação, seguida por Tropa de Choque e bombeiros.
A chuva que caiu por volta das 18h chegou a dispersar alguns manifestantes, mas outros gritavam "vem para chuva, vem, contra o aumento". A marcha virou na Ligação Leste-Oeste, mas na Avenida 23 de Maio a PM novamente impediu que eles continuassem. O grupo seguiu para a Sé e para o Parque Dom Pedro, onde a Tropa de Choque os esperava.
Líderes do movimento incentivaram manifestantes a realizar novos protestos na quarta-feira, 12. Outro ato está marcado para quinta. A campanha começou na quinta-feira passada, 6, com um protesto que fechou a 23 de Maio, a Paulista e a 9 de Julho. Na sexta-feira, 7, a Marginal do Pinheiros foi bloqueada. Nos dois dias, também houve confronto.
A marcha não foi o único protesto do dia. Às 14h40, no vão do Masp, policiais civis pediam aumento, com apoio de docentes, sem-teto e servidores da saúde. (Colaboraram Felipe Tau e Clarice Cudischevitch). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vereadores chamam manifestantes de 'criminosos' e transformam sessão em ato de repúdio

 Por Diego Zanchetta, estadao.com.br
Durante quase três horas, petistas e tucanos pediram rigor da PM e da Justiça contra os protestos

Vereadores paulistanos transformaram a sessão desta quarta-feira, dia 12, na Câmara Municipal, em ato de repúdio contra os manifestantes do Movimento Passe Livre, chamados de "criminosos" e "deliquentes". Durante quase três horas, petistas e tucanos pediram rigor da PM e da Justiça contra os protestos. Atacado pelos colegas, só Toninho Vespoli (PSOL) defendeu a realização de novos protestos entre os 55 parlamentares.
Logo no início da sessão o líder de governo, Arselino Tatto (PT), atacou o movimento e declarou que havia "infiltrados" na passeata de terça-feira interessados em desestabilizar o governo municipal. "Tem muito quebra-quebra, muito anarquista que quer agir para desestabilizar", afirmou Tatto, sem citar nomes dos possíveis infiltrados. "É difícil detectar alguém com precisão no meio de todo mundo."
Paulo Fiorilo (PT), Coronel Telhada (PSDB), Floriano Pesaro (PSDB), Andrea Matarazzo (PSDB) e Conte Lopes (PTB) foram alguns dos parlamentares que também condenaram os protestos "São marginais, deliquentes. Só tinha baderneiros, quase assassinos. Olha o que fizeram com um policial que saiu cheio de sangue no rosto", disparou Matarazzo. "Vimos ontem atos criminosos pela cidade. Pessoas que se dizem estudantes e trabalhadores e que saem para cometer crimes", emendou Telhada.
Fiorilo também condenou a depredação do patrimônio público e defendeu a participação do PT nos protestos realizados em 2011 e 2012, quando o prefeito era Gilberto Kassab (PSD) – os vereadores petistas José Américo (atual presidente da Câmara), Antonio Donato (hoje secretário de Governo) e Juliana Cardoso apoiaram os protestos do Passe Livre. "Na época o aumento da tarifa foi muito maior. E agora foi um aumento abaixo da inflação, e o Haddad deixou claro a prioridade do governo nos transportes públicos com o anúncio da construção de novos corredores de ônibus", justificou.
Atacado pelos parlamentares pela sua participação na passeata da terça-feira, o vereador do PSOL defendeu o movimento e a realização de novas passeatas. Ele rebateu as críticas e disse que a demanda pela "tarifa zero" foi criada pelo PT. Ontem cerca de 60 líderes do PSOL participaram do protesto que deixou rastro de destruição na região central, com dezenas de agências bancárias e ônibus destruídos.
"Em 2011 os petistas diziam que as planilhas dos gastos com transporte público estavam superfaturadas. O que houve de mudança agora?", questiona. "Não dá para criminalizar o movimento somente por uma parcela. O movimento é horizontal e não tem como ser controlado."
A depredação do patrimônio público, porém, foi condenada pelo vereador. "O PSOL condena qualquer depredação. Por isso nós defendemos que o movimento tenha um novo padrão de organização, sem violência", acrescentou Vespoli. "Nós não vamos nos intimidar pelo senso comum."

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