quinta-feira 04 2013

Manifestação em memória aos mortos da Maré reúne 5 mil no Rio

Por Felipe Werneck, estadao.com.br
Ato na Avenida Brasil lembrou das dez vítimas durante a incursão do Bope na comunidade, na noite de 24 de junho



Manifestação em memória aos mortos da Maré reúne 5 mil no Rio
"Manifestantes deitaram no chão para lembrar mortes"
RIO - Moradores de favelas do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, e integrantes de ONGs realizaram neste terça-feira, 2, uma manifestação na Avenida Brasil em memória dos dez mortos durante a incursão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar na comunidade na noite do dia 24 de junho. Cerca de 5 mil pessoas, segundo estimativa da PM, ocuparam a pista lateral sentido centro-zona norte por cerca de uma hora e meia para participar de um ato ecumênico contra a violência policial, que terminou às 18h. Mais cedo, um dos organizadores havia avaliado o público em 2 mil pessoas.
Moradores carregavam cartazes com os nomes dos mortos. Atores com os rostos cobertos deitaram na pista da avenida para encenar os assassinatos. Velas foram acesas e muitos vestiam camisetas pretas com a frase "Estado que mata, nunca mais!". Uma grande faixa com a mesma frase foi estendida no carro de som estacionado na esquina da avenida com a rua Teixeira Ribeiro, um dos acessos mais movimentados à favela. "A Maré resiste!", gritavam.
Além da investigação e da punição dos responsáveis, manifestantes exigiam um pedido de desculpas do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) ela chacina. No dia 24, um grupo não identificado realizava roubos na Avenida Brasil e, segundo a PM, teria corrido para a Maré pela Rua Teixeira Ribeiro. O Bope iniciou então uma incursão, oficialmente em resposta aos roubos, e um sargento foi baleado e morto. A partir daí,moradores relataram ter testemunhado cenas de terror dentro da comunidade. Nove foram assassinados.
A diretora da ONG Redes da Maré, Eliana Silva, disse que um dos objetivos do ato era "forçar o governador a fazer um pedido de desculpas". "Não dá para ter respeito só onde tem UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). A cidade toda precisa ser respeitada", declarou.
O diretor da Anistia Internacional no Brasil, Átila Roque, criticou o que classificou de "estratégia da guerra e do terror nas favelas". A presidente da associação de moradores da comunidade Nova Holanda,Andreia Matos, disse que as famílias ainda estão chorando pelas mortes e pediu: "Queremos que o governador nos escute e peça desculpas para a comunidade."
Referindo-se às UPPs, o sociólogo Luiz Eduardo Soares disse que "é como se hoje tivéssemos um biombo para turistas, uma vitrine civilizada que esconde a realidade dramática que continua ocorrendo em outras áreas da cidade". Um dos organizadores do ato, Jaílson de Souza e Silva, da ONG Observatório de Favelas, afirmou que a PM é "um instrumento" e que o governador e o secretário estadual de Segurança,José Mariano Beltrame, "devem assumir responsabilidades pelo que ocorreu".
Os organizadores anunciaram que representantes de partidos políticos não subiriam ao carro de som. No fim do ato, o MC PH puxou um "Fora, Cabral" e foi acompanhado pelos manifestantes. O ato teve a participação de integrantes da comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Paulo Betti, entre vários outros atores, artistas e ativistas. PMs do 22.º Batalhão acompanham, de longe, a manifestação.

Manifestantes protestam em frente à casa de Cabral

Por HELOÍSA ARUTH STURM, estadao.com.br
Cerca de 50 manifestantes protestam, na noite desta quinta-feira, nas imediações do prédio onde mora o governador...



Cerca de 50 manifestantes protestam, na noite desta quinta-feira, nas imediações do prédio onde mora o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), na rua Aristides Espínola, no Leblon (zona sul do Rio). Eles exibem cartazes acusando a Polícia Militar do Rio de agir de forma truculenta e gritam frases como "Cabral é ditador".
O protesto foi organizado pela internet por um grupo que se intitula Anonymus Rio. Os ativistas previam reunir 10 mil pessoas, e na internet 9 mil confirmaram presença.
A Polícia Militar monitora os manifestantes. Muitos curiosos também param para observar o grupo. O governador não passou pelo local.

Protestos continuam e Congresso corre para votar projetos

Por Reuters, Reuters



  • Em 26/06

Protestos continuam e Congresso corre para votar projetos
REUTERS
BRASÍLIA, 26 Jun (Reuters) - O Congresso Nacional correu nos últimos dias para analisar e colocar em votação projetos que fazem parte da pauta de reivindicações dos manifestantes que tomaram as ruas do país nos últimos dias, mas o esforço não está sendo suficiente para parar os protestos.
O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira um projeto que qualifica a corrupção e outros delitos contra a gestão pública como crime hediondo, e a Câmara dos Deputados rejeitou na véspera a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37 que limitava os poderes de investigação do Ministério Público, duas das reivindicações dos manifestantes.
A Câmara dos Deputados também aprovou na madrugada desta quarta-feira projeto de lei que destina 75 por cento dos recursos dos royalties do petróleo à educação e 25 por cento à saúde.
Mesmo com as aprovações dos projetos, os manifestantes voltaram às ruas de Brasília nesta quarta-feira, mas em número bem menor do que as 30 mil que ocuparam os gramados do Congresso na semana passada.
Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, o protesto em frente do Congresso reuniu cerca de 2 mil pessoas. Em outras capitais, a participação foi maior. Em Belo Horizonte, onde a seleção brasileira jogou contra o Uruguai pela Copa das Confederações, 40 mil pessoas foram às ruas.
Entre as principais demandas estão mais recursos para a saúde e a educação, uma investigação dos gastos do governo para a realização da Copa do Mundo de 2014 e a saída de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado e do Congresso.
A presidente Dilma Rousseff propôs na segunda-feira cinco pactos nacionais para trabalhar pela saúde, educação, reforma política e responsabilidade fiscal, além de defender como "iniciativa fundamental" que a corrupção passasse a ser considerada crime hediondo.
Na terça-feira, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, anunciaram pautas positivas para responder à mobilização popular.
O empresário Júlio Abreu, de 52 anos, que participou do protesto em Brasília nesta quarta, carregava um cartaz com os dizeres "Dilma, anda logo antes que o povo caia em berço esplêndido de novo", defendendo o fim do voto secreto no Congresso e do 14º e 15º salários de parlamentares.
"Tem que sair o Renan (Calheiros) e todos os fichas sujas do Congresso", afirmou.
A vendedora Raquel da Cunha Lombardi, de 38 anos, disse que as medidas anunciadas por Dilma ainda não são suficientes. "A gente não está satisfeito, tem que fazer muito mais. Todo dia continua morrendo gente em fila de hospital", disse.
Os direitos de homossexuais também fizeram parte da pauta da manifestação, com faixas contra o atual presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara, deputado Marco Feliciano (PSC-SP), e o projeto aprovado na comissão que permite que psicólogos tratem pacientes com o objetivo de curar a homossexualidade.
A escolha de Feliciano para comandar a comissão foi o principal motivo que levou o estudante Natan Souza de Oliveira, de 22 anos, ao protesto em frente ao Congresso Nacional nesta quarta-feira.
"O que ele está fazendo à frente da Comissão de Direitos Humanos não condiz com o papel dele. Ele representa o povo e não a bancada evangélica", disse o estudante.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

Senado aprova Lei Anticorrupção para punir empresas que cometem crimes contra a administração pública | Agência Brasi

 Por Agência Brasil, Agência Brasil



Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O plenário do Senado aprovou hoje (4) a Lei Anticorrupção, que estabelece punições para empresas que cometem crimes contra a administração pública, como fraude a licitações ou tentativas de suborno de agentes públicos, entre outros.
A aprovação da lei foi necessária porque atualmente só há punição para os funcionários e dirigentes das empresas envolvidas em atos de corrupção, mas não para as corporações em si, como pessoas jurídicas. A nova lei vai prever punições como multas, que vão variar de 0,1% a 20% do faturamento bruto anual da empresa.
Além disso, as empresas corruptoras poderão ser condenadas judicialmente a ficarem impedidas de receber qualquer tipo de financiamento, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou empresas públicas - como os bancos, por exemplo.
O projeto é iniciativa do Poder Executivo, enviado ao Congresso durante o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e recebeu algumas alterações na Câmara dos Deputados. A aprovação corrobora com a agenda adotada pelo Poder Legislativo para atender às demandas das últimas manifestações, entre elas o combate à corrupção. Como a matéria não foi modificada no Senado em relação ao texto da Câmara, ela segue agora para sanção presidencial.
Edição: Aécio Amado
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