sábado 08 2012

Mulheres acima de 40 anos devem fazer mamografia todo ano, independentemente de histórico familiar


Câncer

Segundo pesquisa, a incidência de câncer de mama entre mulheres de 40 a 49 anos já indica a necessidade do exame

Câncer
Mamografia: segundo pesquisadores, o exame deve ser feito em mulheres a partir dos 40 anos mesmo se elas não apresentarem casos de câncer de mama na família (Brand X Pictures/Thinkstock)
Segundo uma pesquisa apresentada nesta terça-feira, no encontro anual da Sociedade Norte-Americana de Radiologia (RSNA, na sigla em inglês), mulheres entre 40 e 49 anos sem histórico familiar de câncer de mama estão tão sujeitas a terem a doença quanto aquelas com casos de câncer na família. Para os autores do estudo, essa descoberta demonstra que mulheres dessa faixa etária podem se beneficiar com exames anuais de mamografia.

Opinião da especialista

Rita Dardes
Médica ginecologista e mastologista, e professora do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

"Acredito que toda mulher, independentemente do histórico familiar, deve fazer mamografia anualmente a partir dos 40 anos.
Embora pesquisas mostrem que o exame diminua mais a mortalidade da doença em mulheres acima de 50 anos, ainda assim o diagnóstico precoce é benéfico para esse grupo.
A mamografia pode ser prejudicial se for feita indiscriminadamente, ou seja, mais de uma vez ao ano ou em mulheres muito jovens. Isso se deve ao fato de que a radiação é acumulativa e pode ser fator de risco para cânceres e sua exposição for excessiva.
As mulheres com menos de 40 anos devem ser submetidas à mamografia se pretencerem ao grupo de risco da doença, mas geralmente após completarem 35 anos."
A pesquisa reacende o debate em torno da melhor idade e periodicidade para a realização da mamografia, já que o exame expõe as mulheres à radiação, que, em dosagem excessiva, pode estar associada ao câncer.
Em julho deste ano, o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG, sigla em inglês), recomendou que o exame fosse feito todos os anos por mulheres acima de 40 anos, seguindo as mesmas indicações da Sociedade Americana para o Câncer. A Força Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos (USPSTF, sigla em inglês), um painel com apoio federal, em 2009, afirmou, porém, que a mamografia feita antes dos 50 anos deveria ser uma escolha pessoal da mulher e, depois, deveria ser feita a cada dois anos.
O estudo — A pesquisa revisou os casos de câncer de mama diagnosticados entre mulheres de 40 a 49 anos que foram submetidas a mamografia no centro de diagnóstico Elizabeth Wende Breast Care, nos Estados Unidos, entre 2000 e 2010. Os pesquisadores compararam os números do câncer, incidência de doença invasiva e metástase em mulheres com e sem casos de câncer de mama na família.
Entre as 1.071 pacientes que desenvolveram câncer de mama, 373 foram diagnosticadas a partir da mamografia. Delas, 39% tinham histórico da doença na família e 61% não. Entre aquelas com histórico familiar, 63,2% tiveram câncer invasivo e 31% foram atingidas pela metástase. Já entre as mulheres que não tinham histórico familiar, 64% tiveram doença invasiva, e 29% metástase. "Descobrimos que mulheres dessa faixa etária possuem uma taxa significativa de câncer de mama, independente se apresentavam, ou não, histórico familiar da doença", diz a radiologista e uma das autoras do estudo, Stamatia V. Destounis. "Esse estudo demonstra a importância da mamografia anual para o diagnóstico da doença dessas mulheres na faixa dos 40 anos, mesmo sem casos da doença na família."

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Mamografia pode aumentar risco de câncer de mama em algumas mulheres


Câncer de mama

Exposição à radiação eleva riscos do tumor em mulheres de até 30 anos que são portadoras de uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2

Exame de rotina: a mamografia pode reduzir o número de mortes em mulheres com câncer de mama
Mamografia: pesquisas sobre a eficácia do exame preventivo ainda são inconsistentes (Thinkstock)
Fazer exame de mamografia como prevenção ao câncer de mama pode acabar aumentando os riscos para o tumor em algumas mulheres. Segundo pesquisa publicada no periódico British Medical Journal, a exposição à radiação pode elevar em até cinco vezes as chances de mulheres jovens com uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 — responsáveis por controlar a supressão dos cânceres de mama e de ovário — desenvolverem a doença.
A exposição à radiação é um fator de risco já estabelecido para o câncer de mama na população em geral. Estudos prévios já haviam estabelecido que mulheres com mutação nos genes BRCA1/2 podem ter uma maior sensibilidade à radiação. Isso porque esses genes estão diretamente envolvidos no processo de reparo de quebras no DNA. Essa quebra pode ocorrer como uma consequência da exposição à radiação. De acordo com o estudo, os benefícios preventivos de uma exposição à radiação em jovens portadoras da mutação pode, portanto, não ser maiores que os riscos.
Pesquisa — O Instituto do Câncer da Holanda analisou, entre 2006 e 2009, 1.993 mulheres que tinham mutações nos genes BRCA1/2 e que moravam na Holanda, França e Grã-Bretanha. Todas tinham 18 anos ou mais e foram questionadas sobre a exposição: se haviam feito raio-X ou mamografia, as idades da primeira e da última exposições, número de exposições antes dos 20 anos, entre os 20 e os 29 anos e dos 30 aos 39 anos.
Descobriu-se, então, que 43% (848) das mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama, sendo que 48% (926) relataram nunca ter feito um raio-x e 33% (637) uma mamografia. A idade média da primeira mamografia foi de 29 anos. Um histórico de qualquer exposição a exames de radiação no peito entre os 20 e 29 anos aumentou os riscos para o câncer em 43%, e qualquer exposição antes dos 20 anos aumentou os riscos em 62%. Nenhuma associação com o câncer foi encontrada para exposições entre os 30 e 39 anos.
Para cada 100 portadoras de mutações no gene BRCA1/2 com 30 anos, nove irão desenvolver câncer de mama aos 40 anos. O número de casos teria sido cinco vezes maior se todas tivessem feito mamografia antes dos 30 anos. Os autores dizem, no entanto, que essa estimativa "deve ser interpretada com precaução, porque poucas mulheres com câncer de mama que tiveram mamografia antes dos 30 anos participaram do estudo."
Os pesquisadores recomendam para aquelas mulheres com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 técnicas de imagens com radiação não ionizante, como a ressonância magnética.

Benefícios do vinho tinto ao coração se devem tanto ao álcool quanto à uva


Bebida alcoólica

Pesquisa mostrou que cada substância exerce efeitos diferentes, mas positivos, na saúde cardiovascular

Vinho tinto, um aliado da saúde
Vinho tinto: bebida representa benefícios à saúde cardiovascular devido ao álcool e também à uva (Stockbyte)
Diversos estudos já relacionaram o consumo moderado de bebida alcoólica, em especial de vinho tinto, a benefícios para o coração. Uma das explicações está no fato de a bebida funcionar como antioxidante no organismo, produzindo efeitos positivos como a redução do risco de derrames cerebrais. Porém, nunca ficava claro se essa ação se devia ao álcool ou à uva presente na bebida. Um novo estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Barcelona, levantou essa questão e concluiu que tanto um quanto outro são responsáveis por essa melhora à saúde. Os resultados foram publicados no periódico The American Journal of Clinical Nutrition.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Differential effects of polyphenols and alcohol of red wine on the expression of adhesion molecules and inflammatory cytokines related to atherosclerosis: a randomized clinical trial

Onde foi divulgada: periódico The American Journal of Clinical Nutrition

Quem fez: Gemma Chiva-Blanch, Mireia Urpi-Sarda, Marisa Guillén, Rosa M Lamuela, Cristina Andres-Lacueva e Ramon Estruch

Instituição: Universidade de Barcelona, Espanha

Dados de amostragem: 67 homens com alto risco para doenças cardíacas

Resultado: Tanto o álcool quanto a uva presentes no vinho tinto são benéficos ao coração. De maneiras diferentes, ambos são capazes de reduzir a inflamação das artérias.



































Participaram do estudo 67 homens com alto risco para doenças cardíacas. Primeiro, eles passaram duas semanas sem consumir bebida alcoólica alguma e, depois, tiveram que ingerir 30 gramas de vinho tinto ao dia, uma quantidade equivalente a dois copos, durante um mês. No mês seguinte, eles continuaram bebendo a mesma quantidade diária, porém, de vinho sem álcool. Durante todo o estudo, os pesquisadores aplicaram exames de sangue para medir os níveis de uma série de substâncias químicas relacionadas à formação de placas nas paredes das artérias e que funcionam como marcadores de inflamações.

Ao analisar os resultados, os pesquisadores observaram que, quando os homens consumiam vinho tinto alcoólico diariamente, eles demonstravam um maior nível de interlucina-10, uma substância capaz de diminuir a inflamação nas artérias. Isso, segundo os autores do estudo, sugere que o álcool sozinho é responsável por esse benefício.

Por outro lado, no período em que os homens beberam vinho tinto sem teor alcoólico, os exames de sangue revelaram que houve uma redução nos níveis de certas substâncias responsáveis por estimular a formação de placas nas paredes das artérias.

 Com isso, foi possível concluir que essa diminuição se deve aos polifenois vindos das
sementes ou da casca da uva, e não ao álcool.
Com isso, os especialistas concluíram que tanto as uvas quanto o álcool, desde que consumido moderadamente, são bons para o coração e que, provavelmente, há uma forte vantagem em ingerir os dois juntos.

Não é para você

Apesar de a bebida alcoólica, com moderação, proporcionar benefícios para a saúde, ela não é indicada para todos. Existem pessoas que não devem ingerir quantidade alguma de álcool, já que os prejuízos são muito maiores do que as vantagens. Sinal vermelho para quem tem os seguintes problemas:
Doença hepática alcoólica: é a inflamação no fígado causada pelo uso crônico do álcool. Principal metabolizador do álcool no organismo, o fígado é lesionado com a ingestão de bebidas alcoólicas.

Cirrose hepática:
 o álcool destrói as células do fígado e é o responsável por causar cirrose, quadro de destruição avançada do órgão. Pessoas com esse problema já têm o fígado prejudicado e a ingestão só induziria a piora dele.

Triglicérides aumentado: 
o triglicérides é uma gordura tão prejudicial quanto o colesterol, já que forma placas que entopem as artérias, podendo causar infarto e derrame cerebral. O álcool aumenta essa taxa. Portanto, quem já tiver a condição deve manter-se longe das bebidas alcoólicas.

Pancreatite: a doença é um processo inflamatório do pâncreas, que é o órgão responsável por produzir insulina e também enzimas necessárias para a digestão. O consumo exagerado de álcool é uma das causas dessa doença, e sua ingestão pode provocar muita dor, danificar o processo de digestão e os níveis de insulina, principal problema do diabetes.

Úlcera: é uma ferida no estômago. Portanto, qualquer irritante gástrico, como o álcool, irá piorar o problema e aumentar a dor.

Insuficiência cardíaca: por ser tóxico, o álcool piora a atividade do músculo cardíaco. Quem já sofre desse problema deve evitar bebidas alcoólicas para que a atividade de circulação do sangue não piore.

Arritmia cardíaca: de modo geral, ele afeta o ritmo dos batimentos cardíacos. A bebida alcoólica induz e piora a arritmia.               


Redobre a atenção

Há também aqueles que devem ter muito cuidado ao beber, mesmo que pouco.Tudo depende do grau da doença, do tipo de remédio e do organismo de cada um.
Problemas psiquiátricos: o álcool muda o comportamento das pessoas e pode alterar o efeito da medicação. É arriscada, portanto, a ingestão de bebida alcoólica por aqueles que já têm esse tipo de problema.

Gastrite: é uma fase anterior à úlcera e quem sofre desse problema deve tomar cuidado com a quantidade de bebida alcoólica ingerida. Como pode ser curada e controlada, é permitido o consumo álcool moderado, mas sempre com autorização de um médico.

Diabetes: 
Todos os diabéticos devem ficar atentos ao consumo de álcool. A quantidade permitida dessa ingestão depende do grau do problema, dos remédios e do organismo da pessoa. Recomenda-se, se for beber, optar por fazê-lo antes ou durante as refeições para evitar a hipoglicemia.

Celine Dion & Luciano Pavarotti - I hate you then I love you

What a wonderful world - LOUIS ARMSTRONG.

Pavarotti & Friends Celine Dion My Heart Will Go On

Pavarotti & Barry White - My first, my last, my everything

Pavarotti & Bono - Ave Maria

Mariah Carey Duet With Luciano Pavarotti - Hero (ao Vivo).flv

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Vinho tinto não alcoólico reduz pressão sanguínea


Saúde cardiovascular

Ingerir a bebida, todos os dias durante quatro semanas, pode reduzir em até 14% os riscos de doença cardíaca e em 20% os de derrame

Os polifenóis presentes no vinho tinto ajudam a reduzir a pressão arterial
Os polifenóis presentes no vinho tinto ajudam a reduzir a pressão arterial (Thinkstock)
Consumir vinho tinto não alcoólico (vinho cuja quantidade de álcool fica abaixo de 0,5% do total) pode ajudar a reduzir a pressão sanguínea em homens. Estudo publicado no Circulation Research, periódico da Associação Americana para o Coração, aponta que a ingestão da bebida, todos os dias durante quatro semanas, pode reduzir em até 14% os riscos de doença cardíaca e em 20% os de derrame.

Saiba mais

POLIFENÓIS
São micronutrientes abundantes na dieta conhecidos por seu papel antioxidante. Ao proteger as células do organismo contra os danos causados por radicais livres, ele desacelera o envelhecimento, além de prevenir doenças degenerativas, como o câncer. A substância já foi encontrada em outros alimentos, como chocolate,frutas roxasvinho tinto e o chá verde.
MICRONUTRIENTES
São substâncias, como iodo e vitamina A, das quais o corpo humano necessita, em quantidades minúsculas (daí o nome), para produzir enzimas e hormônios essenciais para ter um desenvolvimento saudável.
O vinho tinto não alcoólico elevou os níveis de óxido nítrico, o que ajudou a reduzir a pressão arterial. O óxido nítrico é uma molécula presente no corpo que ajuda os vasos sanguíneos a relaxar, e, assim, permite que mais sangue consiga chegar tanto ao coração quanto aos demais órgãos. Os vinhos tintos alcoólicos e não alcoólicos tinham os mesmos índices de polifenóis, um antioxidante que ajuda a reduzir a pressão sanguínea.
No estudo, foram acompanhados 67 homens com diabetes ou que tinham três ou mais fatores de risco para o coração. Todos consumiram diariamente uma dieta regular, acompanhada de uma das três bebidas: cerca de 300 mililitros de vinho tinto, ou a mesma quantia de vinho tinto não alcoólico, ou cerca de 90 mililitros de gim. Os participantes testaram todas os tipos de bebida por quatro semanas.
Enquanto estavam na fase de consumo do vinho tinto, os homens apresentaram pouca redução na pressão sanguínea. Não houve mudança na pressão quando eles ingeriram o gim. Após o consumo do vinho tinto não alcoólico, no entanto, a pressão sanguínea apresentou uma redução que diminuiu o risco cardíaco em 14% e o risco de derrame em 20%.
De acordo com a pesquisa, a quantidade de álcool presente no vinho tinto alcoólico enfraquece a habilidade da bebida em reduzir a pressão sanguínea. Os polifenóis, que está presente nas duas versões, são provavelmente os responsáveis pelo efeito benéfico do vinho.

Assistir a reprises de seriados renova a energia mental, diz estudo


Televisão

Relaxar em "mundo de ficção" já conhecido ajuda a executar tarefas complicadas com mais eficiência

Friends série
Quem gosta de "Friends" pode restaurar suas energias revendo algum episódio da série (Divulgação)
Você precisa fazer uma tarefa complicada, mas está mentalmente exausto? Esqueça as bebidas energéticas e o café. Sente no sofá e sintonize naquela maratona de antigos episódios deFriendsSeinfeldChaves ou qualquer que seja o seu programa de TV favorito. 
Vai funcionar. Pelo menos é o que afirma um estudo elaborado pela Universidade de Buffalo, nos EUA, que concluiu que pessoas que haviam assistido a alguma reprise de seus programas favoritos – ou visto novamente um filme – executavam de maneira mais eficiente tarefas maçantes ou complicadas.  
Segundo o estudo, assistir ou interagir com algo familiar renova a energia mental, dando o impulso necessário para realizar essas tarefas – não deixa de ser uma boa notícia para os canais de TV a cabo que insistem em encher a programação com reprises.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Energized by Television: Familiar Fictional Worlds Restore Self-Control

Onde foi divulgada: revista Social Psychological and Personality Science

Quem fez: Jaye L. Derrick

Instituição: Universidade de Buffalo

Dados de amostragem: Dois grupos de 205 e 86 pessoas adultas

Resultado: Pessoas que realizam tarefas complicadas têm mais propensão a assistir a reprises de programas de TV favoritos ou reler livros. Os resultados demonstram que isso ajuda a restaurar os níveis de energia mental exigidos para a execução de tarefas.
De acordo com o pesquisador Jaye Derrick, que elaborou o estudo, tarefas complicadas consomem todas as reservas mentais de autocontrole emocional e disciplina. 
"Com o esgotamento dessas reservas, a pessoa fica com menos energia para executar outro trabalho. Com o tempo essas reservas são restauradas, mas há meios de acelerar o processo", disse Derrick.
"A pessoa que assiste a uma reprise de um programa favorito não precisa fazer esforço para pensar, falar ou mesmo fazer algo. Mas ao mesmo tempo ela está 'interagindo' com os personagens. Isso renova a energia." 
Resumindo: a pessoa conhece tão bem um episódio da sua caixa com os DVDs da terceira temporada de Lost que já sabe de antemão o que os personagens vão dizer ou fazer – o que pode acabar com o suspense, mas também evita pensar e não necessariamente estraga a diversão.
O estudo foi publicado na revista Social Psychological and Personality Science. Nele, o autor descreve que realizou dois experimentos para elaborar sua teoria de "mais reprises, 

mais energia."
No primeiro, foram selecionaram 205 participantes. Eles foram divididos em dois grupos. O primeiro teve que completar uma tarefa complicada, que exigia bastante esforço mental. O segundo grupo teve que executar um trabalho que exigia menos esforço.
Em seguida, os dois grupos foram novamente divididos. Alguns participantes de cada grupo original tiveram que escrever um texto listando itens que podiam ser encontrados em seus quartos. Os da outra metade tiveram que escrever sobre seus programas de TV favoritos. 
Com as 'redações' à mão, o pesquisador observou que a metade dos participantes que havia realizado a tarefa complicada e teve que escrever sobre TV, em vez de itens no quarto, discorreu mais do que o grupo que realizou a tarefa mais fácil.
Os resultados, segundo o estudo, indicaram que esses participantes foram se 'refugiar' mentalmente em seus programas de TV favoritos após realizarem a tarefa complicada.
Ao mesmo tempo, aqueles que discorreram mais longamente sobre seus programas favoritos demonstraram que restauraram mais rapidamente seus níveis de energia. Isso permitiu que eles executassem mais eficientemente a próxima tarefa: a montagem de um quebra-cabeça complicado.
No segundo estudo, 86 diferentes participantes tiveram que elaborar um diário. Nele, eles relataram tarefas diárias que exigiam esforço e sua disposição a cada dia. 
Quando os diários foram analisados, Derrick observou que os participantes que haviam executado tarefas que exigiam esforço eram mais propensos a rever algum episódio de um seriado ou filme antigo, ou até mesmo reler um livro.
"Em outras palavras: houve um efeito restaurador provocado por um mundo familiar de ficção," disse Derrick.
Mas tudo isso, segundo o estudo, não significa que as pessoas devem ficar 'vegetando' em frente ao televisor.
"O efeito restaurador que encontrei acontece especificamente quando a pessoa assiste novamente a um mesmo episódio ou programa favorito. Só ver o que está na televisão não restaura a energia. E, talvez surpreendentemente, assistir a um novo episódio de um programa de televisão pela a primeira vez que não fornece o mesmo benefício", disse Derrick.
Segundo o pesquisador, reprises de seriados e filmes e releituras podem ser mais eficientes para restaurar energia que interação social – ou como se ficar em casa revendo velhos DVDs fosse mais relaxante do que sair no bar com os amigos. 
"A interação social traz resultados positivos, mas o intercâmbio humano também pode produzir um sentimento de exclusão, rejeição e ostracismo, o que pode diminuir a força de vontade", conclui o estudo.

B.B. King - Let The Good Times Roll (LIVE in Modena) HD

Etta James - Cry Like a Rainy Day

Etta James - Misty blue

Aqui se esconde o laranja que pode escancarar o propinoduto da Delta


CPI do Cachoeira

VEJA desta semana revela que uma operação foi montada para ninguém chegar perto de Bruno de Freitas. Ele pode revelar o propinoduto da empresa no Rio

Leslie Leitão
LIGAÇÃO PERIGOSA - Da favela para o condomínio Terra Nossa: Bruno (à esq.) tem muito que contar sobre seus negócios com a Delta de Cavendish (à dir.) 
LIGAÇÃO PERIGOSA - Da favela para o condomínio Terra Nossa: Bruno (à esq.) tem muito que contar sobre seus negócios com a Delta de Cavendish (à dir.)  (Oscar Cabral/Ed Ferreira/AE)
O paradeiro do contínuo Bruno Estefânio de Freitas, 20 anos, paira como um mistério na favela do Muquiço, Zona Norte do Rio de Janeiro, de onde ele evaporou sem deixar rastros há cerca de um mês. VEJA sabe para onde Bruno foi levado. Ele está instalado em uma confortável casa de condomínio fechado em Jacarepaguá. Atualmente, divide-se entre esse e outro endereço, onde vive sob permanente escolta de seguranças e de onde só sai mantendo-se invisível por trás dos vidros fumê dos carros. Mas por que tamanho empenho para fazer o contínuo desaparecer de circulação? A resposta emerge das próprias investigações. Bruno é peça-chave na rede de laranjas e fantasmas aos quais a construtora Delta repassou quase 1 bilhão de reais para irrigar campanhas e bolsos de políticos de todo o país. Recém-saído da adolescência e hoje desempregado, o rapaz consta como dono de uma pujante empresa de terraplenagem que, entre março de 2011 e maio de 2012, recebeu 33 140 000 reais da Delta. VEJA revelou em julho que ele entrara no radar do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, ao chegar a uma agência bancária na Barra da Tijuca, com escolta armada, e sacar de uma só vez 5 milhões de reais. A CPI que investiga o bicheiro Carlinhos Cachoeira, enroladíssimo no esquema, está ciente da existência de Bruno - o único, entre vários laranjas já identificados, a ser flagrado com a mão na massa. Na semana passada, chegou-se a discutir sua convocação. Mas, em vez de darem o passo decisivo para revolver o lamaçal de corrupção, os deputados e senadores optaram por suspender os trabalhos até o fim do primeiro turno das eleições municipais.
Nas últimas três semanas, VEJA rastreou os passos do contínuo, que foi instalado com pai, mãe e irmãos em uma casa de quatro quartos, piscina e churrasqueira no Condomínio Terra Nossa, vizinhança onde os altos muros garantem a privacidade. Segundo um funcionário, há pouco mais de um mês um homem passou de carro pela portaria perguntando se havia casas para alugar. “Eu disse que tinha duas. Poucos dias depois, ele voltou com o caminhão de mudança acompanhado desse rapaz, o Bruno.” Desde então, o vaivém de veículos no lugar aumentou muito. Em 12 de agosto, Dia dos Pais, Bruno foi visto circulando ali a bordo de um Gol preto, com um homem ao lado e mais dois carros atrás. “Parece um esquema profissional de escolta”, diz um vizinho. Há duas semanas, ele não é mais visto no condomínio. Tem passado a maior parte do tempo na outra casa próxima que o esquema de corrupção pôs à sua disposição.
No casarão do Terra Nossa, VEJA encontrou a mãe de Bruno, Sandra, que se assustou ao ser questionada sobre quem estaria escondendo seu filho: “Pelo amor de Deus, não pergunta nada porque eu não posso responder”. Proprietário do imóvel, o engenheiro panamenho Roberto Castrejón Cedeño afirma que o aluguel é pago em dia. “Não sei nada dessa história de laranja. Antes de fechar o negócio, chequei as informações do locatário e concluí que era uma pessoa idônea”, limita-se a dizer Castrejón. Tivesse se dado ao trabalho de visitar a sede da empresa da qual Bruno é sócio, a MB Serviços de Terraplanagem, em Saquarema, a 100 quilômetros do Rio, teria chegado a outra conclusão. No local funciona uma consultoria financeira onde ninguém nunca ouviu falar do contínuo. Além da Delta, a MB não tem nenhum outro “cliente”.
As respostas à maioria das questões que envolvem o nome do laranja estão ao alcance da CPI. O próprio quadro societário da MB fornece uma pista. Um dos sócios, Marcelo Astuto, é parceiro em outra empresa do operador de mercado financeiro Horácio Pires Adão, processado em 2005 junto com ninguém menos do que o dono da Delta, Fernando Cavendish - por fraudes no fundo de pensão dos funcionários da companhia de águas e esgotos do estado do Rio, Cedae. O fato de ter ido a um banco e sacado milhões comprova que Bruno tem participação ativa no bando e, se resolver falar, pode implicar muita gente. “Temos informações de que ele não é um mero laranja, mas sim um operador do esquema do PMDB no Rio”, afirma o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), membro da CPI. Com os trabalhos em Brasília suspensos, o contínuo, que trocou de endereço duas vezes em um mês, ganha tempo para submergir de novo.

Todos os dinossauros carnívoros tinham penas, diz estudo


Paleontologia

Fóssil encontrado na Alemanha está mais próximo da base da evolução dos predadores e mais distante daquela que originou as aves, e mesmo assim era coberto de penas

Esqueleto de dinossauro com penas, o Sciurumimus, encontrado em uma laje de calcário no Sul da Alemanha
Descoberta: Fóssil de dinossauro com penas, o Sciurumimus, encontrado em uma laje de calcário no Sul da Alemanha(Divulgação/Museu Americano de História Natural)
Um fóssil extremamente bem preservado (como pode se perceber na foto acima) encontrado na Alemanha pode mudar tudo o que sabemos sobre os dinossauros carnívoros predadores, como os Tiranossauros. O fóssil foi apresentado nesta segunda-feira em um estudo publicado no periódico científico PNAS (Proceedings of National Academy of Sciences) e a partir dele pesquisadores alemães sugerem mudanças profundas no modo como acreditamos ser o aspecto dos grandes predadores do Jurássico, período de 199 a 145 milhões de anos atrás, no qual os dinossauros dominaram o planeta.
"Todos os dinossauros predadores tinham penas", afirma categoricamente Oliver Rauhut, coautor do estudo e paleontólogo do Museu de Paleontologia e Geologia do Estado da Baviera. "Não seria nenhuma surpresa descobrir que as penas estavam presentes em todos os ancestrais dos dinossauros", disse Mark Norell, co-autor do estudo e presidente da Divisão de Paleontologia do Museu Americano de História Natural, instituição que ajudou a financiar a pesquisa.
Já se sabe que 'primos' dos dinossauros, como os pterossauros, tinham estruturas parecidas com pelos cobrindo o corpo. Já os celurossauros, dinossauros terópodos que viveram em quase todos os continentes, na metade final do período Jurássico, tinham penas multicoloridas. 
É aqui que entra em cena o fóssil descoberto pelos alemães, um jovem megalossauro batizadoSciurumimus albersdoerferi. Foi encontrado com as mandíbulas abertas e o rabo estendido acima da cabeça em uma laje de calcário em uma pedreira da Baviera, na mesma região da Alemanha onde, há 150 anos, outra amostra de um dino com penas havia sido descoberta, oArchaeopteryx lithographica.
Sciurumimus ganhou o nome em homenagem ao esquilo (que pertence ao gênero Sciurus) em função de sua cauda. O dinossauro tinha o crânio grande, patas traseiras curtas, a pele lisa e — esta é a descoberta mais importante do estudo — estava coberto de penas. A estimativa é de que ele tenha vivido há 150 milhões de anos, no período Jurássico.
Mas o Sciurumimus, mesmo cheio de penas, foi identificado como um megalossauro, mais próximo da base da linha evolutiva dos terópodos do que dos celurossauros. E isso pode mudar a percepção da aparência de tiranossauros e megalossauros, tidos até hoje (inclusive em filmes como Jurassic Park) como grandes lagartos ou parecidos com grandes crocodilos no que se refere à pele.
"Tudo o que encontramos nesses dias nos mostram o quão antiga são as características dos pássaros modernos na linha evolutiva e como esses animais eram parecidos com pássaros", disse Mark Norell. As aves modernas são consideradas descendentes diretos dos celurossauros.
Fósseis completos como o do Sciurumimus são extremamente raros, ainda mais sendo provavelmente de um recém-nascido. Segundo os pesquisadores, esta espécie deveria se alimentar de pequenas presas e insetos. Mas o tamanho reduzido do fóssil não quer dizer que ele fosse um pequeno dinossauro carnívoro. "Sabemos, a partir de outras descobertas, que os dinossauros podiam ter um ritmo de crescimento lento", disse Rauhut. "O Sciurumimus adulto podia chegar a quase dois metros de comprimento. Os grandes predadores podiam ser cheios de penas, mas isso não muda o fato de que estavam no topo da pirâmide alimentar."

Saiba mais

DIAPSIDA
Grupo de tetrápodes (vertebrados de quatro membros: répteis, aves e mamíferos são os maiores grupos). O grupo diapsida reúne todos os répteis, com exceção das tartarugas, cágados e jabutis.
ARCOSSAUROS
Grupo surgido por volta de 240 milhões de anos atrás, no período Triássico. No grupo estão os dinossauros,pterossauros, os atuais crocodilos e jacarés e as aves (que são considerados descendentes diretos dos dinossauros, portanto, são répteis também).
DINOSSAUROS
Grupo de répteis gigantes extintos que surgiu por volta de 225 milhões de anos atrás e viveu até cerca de 65 milhões de anos atrás, quando todos os dinossauros não avianos (ou seja, exceto as aves) foram extintos. Apresentavam pernas dispostas como colunas abaixo do corpo (e não voltadas para os lados, como nos jacarés). Os dinossauros são descendentes do grupo archosauria e podem ser reunidos em dois grandes ramos: saurísquios e ornitísquios (tão diferentes quanto os mamíferos marsupiais e os placentários entre eles). Apesar de seus fósseis serem conhecidos há milhares de anos (a lenda dos dragões veio daí), o termo dinossauro (deinos=terrível saurus=lagarto) só foi criado em 1842, pelo primeiro curador do Museu de História Natural de Londres, Richard Owen.
ORNITÍSQUIOS
O nome do grupo significa 'cintura de ave', embora as aves tenham se originado de outra linhagem dos dinossauros. Eram tanto quadrúpedes (como o Triceratops e o Stegosaurus) quanto bípedes (Lesothosaurus).
SAURÍSQUIOS
Grande grupo de dinossauros herbívoros caracterizados pelo pela pata anterior alongada e pelo pescoço comprido, muitas vezes com o leve formato de 'S'. Fazem parte do grupo dos saurísquios os gigantescos saurópodes (os dinossauros que apareciam usados como guindastes no desenho animado Flintstones) e terápodes. Os dinossauros mais antigos são saurísquios e foram encontrados na América do Sul.
PTEROSSAURO
Répteis voadores enormes, que viveram na mesma época dos dinossauros. Alguns chegaram a ter 20 metros de envergadura de uma asa à outra. Nenhum outro animal voador foi tão grande.
TERÓPODOS
Os terápodos eram todos predadores carnívoros bípedes, e tinham aqueles 'bracinhos' característicos dos Tiranossauros, e, geralmente, garras e dentes afiados. Apesar do tiranossauro estar extinto, tecnicamente os terápodos ainda existem, já que as aves são descendentes de pequenos terópodos, como o Archaeopteryx, um pequeno dinossauro emplumado do tamanho de um pombo. "Acredite: o beija-flor é um dinossauro terápode tanto quanto um Tiranossauro rex", afirma o paleontólogo Luiz Eduardo Anelli em seu livro O Guia Completo dos Dinossauros do Brasil.
MEGALOSSAURO
Grandes predadores terópodos que abatiam saurópodes e até o Stegosaurus. Viviam na região onde hoje fica a Europa e a América do Norte.
CELUROSSAURO
Os celurossauros reúnem os terópodos mais aparentados com as aves. Todos tinham várias semelhanças morfológicas com as aves.
MANIRAPTORA
Grupo dos celurossauros dos quais, acredita-se, evoluíram diretamente as aves, por volta de 150 milhões de anos atrás, no período Jurássico. Faziam parte do grupo dinossauros predadores carnívoros como o Velociraptor (aparecem no filme Jurassic Park em várias cenas, como na que perseguem as crianças na cozinha do parque). Tecnicamente as aves são do grupo maniraptora.
Fontes: O Guia Completo dos Dinossauros do Brasil, Luiz Eduardo Anelli, The Princeton Field Guide To Dinosaurs, University of California Museum of Paleontology
(Com Agência France-Presse)

Extinção de dinossauros foi súbita, reforça novo estudo


Paleontologia

Análise de fósseis do período Cretáceo indica que saurópodes mantiveram diversidade quando desapareceram

Extinção de dinossauros foi súbita, mostra pesquisa com saurópodes
Extinção de dinossauros foi súbita, mostra pesquisa com saurópodes (Corey Ford/Getty Images/Hermera)
A análise de fósseis de dinossauros encontrados nas montanhas dos Pirineus, na fronteira entre França e Espanha, reforça a hipótese de que a extinção destes animais foi repentina e ocorreu, provavelmente, como consequência do impacto de um asteroide sobre a Terra. O estudo foi publicado na revista científica Paleo 3.
A pesquisa foi feita em fósseis do fêmur de saurópodes, dinossauros herbívoros de cauda e pescoço longos, que andavam sobre as quatro patas. Na época da extinção – no fim do período Cretáceo, há 65 milhões de anos –, a região dos Pirineus fazia parte da chamada Ilha Ibero-Armoricana, um antigo arquipélago que existiu no sul da Europa.
O resultado da análise desses fósseis mostra que esses saurópodes mantiveram sua diversidade até a extinção, o que indica que ela ocorreu de forma repentina e não gradual. 
Fóssil do Cretáceo – O estudo foi feito por especialistas espanhóis da Universidade de Zaragoza e da Universidade Autônoma de Barcelona, junto com cientistas franceses e italianos.
Segundo eles, essa é a análise mais exaustiva já feita em fósseis do período Cretáceo porque há poucos lugares no mundo com um registro fóssil de dinossauros que coincide com esta época.
A maior parte da informação registrada até agora se baseava no abundante e bem conhecido registro fóssil de dinossauros do oeste da América do Norte, enquanto o que tinha acontecido no resto do planeta era bastante desconhecido.
(Com agência EFE)

Campos de gelo da Patagônia estão diminuindo em ritmo veloz, diz estudo


Clima

Degelo aumentou mais de 50% nos últimos 12 anos, diminuição da cobertura dos campos, na Argentina e no Chile, está impactando no nível dos oceanos

Geleira Perito Moreno, na Argentina: ritmo de derretimento dos campos de gelo na Patagônia aumentou 50% nos últimos 12 anos.
Geleira Perito Moreno, na Argentina: ritmo de derretimento dos campos de gelo na Patagônia aumentou 50% nos últimos 12 anos. (Thinkstock)
Cientistas da Universidade de Cornell, nos EUA, e do Centro de Estudos Científicos (CECs) em Valdivia, no Chile, afirmam que o ritmo de encolhimento dos campos de gelo da Patagônia aumentou 50% nos últimos 12 anos, em comparação com dados coletados entre os anos 70 e 90. O impacto do derretimento desse gelo está afetando até o nível dos oceanos.
A conclusão foi publicada nesta quarta-feira na revista Geophysical Research Letters, em um estudo que analisou medições e observações feitas por satélites dos campos de gelo do norte da Patagônia, no Chile, e no sul, na fronteira do país com a Argentina. 
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Ice loss from the Southern Patagonian Ice Field, South America, between 2000 and 2012

Onde foi divulgada: revista Biological Psychiatry

Quem fez: Michael J. Willis, Andrew K. Melkonian, Matthew E. Pritchard e Andrés Rivera

Instituição: Universidade de Cornell e Centro de Estudos Científicos de Valdivia, no Chile

Dados de amostragem: Fotografias e medições realizadas por dois satélites da Nasa nos últimos 12 anos

Resultado: ritmo do derretimento dos campos de gelo da Patagônia aumentou 50% nos últimos 12 anos.
Os dois campos são as maiores massas de gelo do hemisfério sul fora da Antártida. Uma grande atração turística da Argentina, o campo sul possui paredões de gelo com mais de 70 metros de altura.
Os resultados sugerem que a contribuição do derretimento dos campos para o aumento do nível dos oceanos saltou, desde o final do século 20, de 0,04 milímetro por ano para cerca de 0,07 milímetro. O degelo dos campos foi responsável por 2% do aumento do nível do mar anual desde 1998.
Brasil alagado — Segundo os cientistas, só o campo sul perde 20 bilhões de toneladas de gelo a cada ano. Nos últimos 12 anos, a quantidade de gelo que desapareceu era suficiente para cobrir todo o território brasileiro com mais de 2,7 centímetros de água. A perda de gelo nos paredões do Campo Sul já chega a 1,8 metro por ano.  
"Observamos que alguns blocos de gelo permaneceram com o mesmo tamanho, alguns até cresceram, mas o total da geleira diminuiu. E o que é interessante, observamos encolhimento nas regiões mais altas, onde supostamente é mais frio", disse Michael Willis, autor do estudo e pesquisador da Universidade de Cornell. O culpado por todo esse derretimento, segundo os cientistas, é o suspeito de sempre: o aumento das temperaturas no mundo.  
Segundo o estudo, os resultados desanimadores na Patagônia podem significar problemas para outras geleiras no mundo afirma Willis.
Na semana passada, cientistas americanos anunciaram que a cobertura de gelo do Oceano Ártico registrou a maior diminuição desde 1979, quando o monitoramento da região por satélite começou.

Onde fica

Os campos de gelo do norte da Patagônia, no Chile, e no sul, na fronteira do país com a Argentina, são as maiores massas de gelo do hemisfério sul fora da Antártida. Uma grande atração turística da Argentina, o campo sul possui paredões de gelo com mais de 70 metros de altura.

Extinção em massa já havia ocorrido na Terra antes de choque com asteroide, diz estudo


Paleontologia

Cerca de 300.00 anos antes, série de erupções vulcânicas aumentou temperatura e matou maior parte das espécies marinhas, principalmente os moluscos

Cerca de 70 asteroides capazes de acabar com os dinossauros atingiram a Terra há 3,8 bilhões de anos atrás
Representação artística do asteroide que atingiu a Terra há 65 milhões de anos e extinguiu os dinossauros. Ele não foi o único culpado pela morte de espécies nesse período (Hemera/ThinkStock)
Há 65 milhões de anos um asteroide com pelo menos 10 quilômetros de diâmetro se chocou contra a Terra, criando um "ambiente infernal" para a vida no planeta, com terremotos, incêndios e escuridão. Isso provocou uma enorme extinção em massa e acabou com o reinado dos dinossauros.
Agora, cientistas afirmam que cerca de 300.000 anos antes desse cataclismo, outro processo de extinção em massa já havia acontecido. E a culpa foi da própria Terra. Uma série de erupções vulcânicas no platô de Deccan, onde hoje é a Índia, aqueceu o planeta e começou a "cozinhar" as espécies que viviam nos oceanos, a maioria delas moluscos. 
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Extinction patterns, δ18 O trends, and magnetostratigraphy from a southern high-latitude Cretaceous–Paleogene section: Links with Deccan volcanism

Onde foi divulgada: revista Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology

Quem fez: Thomas S. Tobin, Peter D. Warda, Eric J. Steiga, Eduardo B. Oliverob, Isaac A. Hilburnc, Ross N. Mitchelld, Matthew R. Diamondc, Timothy D. Raube e Joseph L. Kirschvinkc

Instituição: Universidade de Washington

Dados de amostragem: 16 amostras de fósseis e rochas coletadas na ilha de Seymour

Resultado: Erupção de vulcões provocou extinção em massa na vida marinha 300.000 anos antes de choque de asteroide que matou dinossauros.
Segundo os autores de um estudo da Universidade de Washington, nos EUA, essas erupções encheram a atmosfera com poeira — o que inicialmente esfriou o planeta —, mas também liberaram uma série de gases como dióxido de carbono (CO2), que contribui para o efeito estufa, e o consequente aquecimento da Terra.  "Essa poeira, um conjunto de partículas finas chamadas aerossóis, são ativas por no máximo dez anos. Já o dióxido de carbono afeta em uma escala de dezenas de milhares de anos", disse Thomas Tobin, um pesquisador em ciências da Terra da Universidade de Washington.
Enfraquecimento — Os pesquisadores afirmam que esse processo de extinção pode ter durado pelo menos 100.000 anos, mas não sabem apontar se ele teve influência na extinção em massa que ocorreu quando o asteroide se chocou contra a Terra numa área onde hoje fica o México.





"É possível que muitas espécies sobreviventes do primeiro processo tenham se enfraquecido muito, e quando a segunda extinção em massa começou, elas não conseguiram aguentar as consequências ambientais do choque do asteroide", disse Tobin. 
Segundo o estudo, as evidências da ocorrência do primeiro processo foram localizadas na ilha de Seymour, na Antártida, uma área repleta de sedimentos (depósitos formados por substâncias inorgânicas ou orgânicas) onde os cientistas coletaram amostras de antigas rochas e fósseis. 
Após coletarem o material, eles usaram uma técnica chamada magnetostratigrafia, que consiste em analisar as propriedades magnéticas das rochas, podendo assim determinar sua idade. 
Segundo o estudo, a análise da idade da maior parte dos fósseis indicou que as espécies de animais que os originaram morreram anos antes do asteroide ter atingido a Terra. As conclusões foram publicadas no periódico Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology.  
"Eu acho que as evidências que conseguimos nesse lugar mostram a existência de dois processos de extinção em massa, e também indicam que houve um aquecimento do planeta”, disse Tobin. 
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/extincao-em-massa-ja-havia-ocorrido-na-terra-antes-de-choque-com-asteroide-diz-estudo

Os ambientalistas nunca vão salvar a Terra


Entrevista

Sidney Yip, professor emérito do MIT, afirma que só na tecnologia se encontra um remédio viável para o risco do aquecimento global

Guilherme Rosa
Sidney Yip
O professor Sidney Yip faz parte do MIT Energy Initiative, onde trabalha no desenvolvimento tecnologias sustentáveis  (Thais Staut/FAAP)
Só mais tecnologia pode resolver os problemas ambientais criados pela própria tecnologia. E a energia nuclear é uma das melhores alternativas para mitigar as emissões por dióxido de carbono, vilão do aquecimento global. Essas são algumas ideias do engenheiro chinês Sidney Yip, que esteve no Brasil na última terça-feira, onde apresentou a palestra "Materiais para Sustentabilidade Energética: uma perspectiva do MIT" para os alunos da engenharia da FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado).
Nascido em Beijing, na China, Sidney Yip se mudou com os pais e irmãos para os Estados Unidos em 1950. Oito anos depois, se formou em engenharia e começou a carreira de cientista, que lhe valeu os prêmios como o Robert Cahn 2012 e o Alexander von Humbold Senior Scientist Prize. Hoje Yip é professor emérito do Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde dá aulas no departamento de Engenharia de Nuclear e Engenharia de Materiais.
Atualmente, o cientista concentra seus esforços no MIT Energy Initiative, um projeto destinado a desenvolver alternativas para conter o aquecimento global. Entre as apostas, estão o uso de micróbios para criar biocombustíveis, novas tecnologias de energia solar e eólica e o desenvolvimento de materiais baseados em nanotubos e nanocristais. De todas as linhas de pesquisa, a que mais entusiasma Sidney Yip é a reabilitação de uma tecnologia que tem cara de passado: a energia nuclear.
O cientista estuda energia nuclear desde a década de 50 e testemunhou todos os altos e baixos do debate público sobre seu uso não-militar. Diz que é urgente recuperar a credibilidade dessa tecnologia depois do acidente de Fukushima — o futuro da humanidade depende disso, acredita. Para ele, a tecnologia nuclear é a chave para a produção de energia em grandes quantidades de forma limpa, sem emitir CO2.
Thais Staut/FAAP
Sidney Yip
Nem todo mundo está convencido do aquecimento global. Qual deve ser o papel dos cientistas? A ciência tem de ser objetiva. Aqui nos Estados Unidos, temos visto uma grande polarização em torno desse tema. Mesmo as pessoas que acreditam no aquecimento global são radicais e não confiam em ninguém que não concorda com eles. Nós, cientistas, precisamos nos afastar disso e ser mais objetivos. Sabendo que nem todo mundo vai concordar com a gente, temos que buscar um acordo. Afinal de contas, dividimos o mesmo planeta. Eu acredito que os mais jovens são mais abertos ao diálogo. Essa é minha esperança. Precisamos esperar uma mudança de geração. Os mais novos saberão governar o mundo de modo melhor. Sou otimista. Acho que vamos encontrar o caminho certo.
Quais são os principais desafios? Temos três grandes desafios pela frente: mostrar ao mundo que o aquecimento é um problema real, definir a dimensão desse problema e procurar as soluções.
Os cientistas vão conseguir salvar o mundo? Sozinhos, nunca. Não podemos tentar inventar as novas tecnologias sustentáveis sozinhos. Devemos ir atrás das pessoas que já estão pensando nisso e agir em colaboração. Temos que ir atrás da indústria, por exemplo, e ver quais avanços eles podem fazer e quais não podem. Nossa missão é ajudá-los a fazer o que não podem.
Sustentabilidade custa caro e normalmente os retornos não são imediatos. Mesmo assim, há bastante apoio da indústria aos projetos do MIT Energy Initiative. Como conseguiram? Foi a indústria que veio atrás de nós. Éramos apenas cientistas. Frequentávamos conferências e conversávamos apenas uns com os outros. Em 2009, a indústria veio até o MIT. Pode ter sido um momento histórico único — ela não veio antes e não sei se virá de novo. O que aconteceu nessa época é que a indústria se tornou consciente de que havia um problema por conta das emissões de CO2. Eles perceberam que haveria um debate mundial sobre o tema e quiseram uma opinião objetiva para essa discussão. Acabaram escolhendo o MIT porque pensaram que tínhamos visibilidade e credibilidade. Um exemplo é a indústria do cimento. Eles vieram até nós e mostraram seus problemas, mas não nos disseram qual deveria ser a conclusão de nossos estudos.
E qual é o problema com o cimento? O cimento é um dos materiais mais usados no mundo, mas não entendemos direito como ele funciona. Ele é usado há mais de 2.000 anos, desde o Império Romano, mas não fazemos ideia de como ele age na escala microscópica. Tudo que aprendemos foi por tentativa e erro. O problema é que descobrimos que ele é um grande poluidor. A fabricação do cimento é responsável por até 5% das emissões humanas de CO2. Com a crescente preocupação com o meio ambiente, a indústria do cimento começou a levar essa questão mais a sério.
Como entender o funcionamento do cimento pode ajudar a conter o aquecimento do planeta? De fato, os problemas com os quais a sociedade se preocupa não estão na escala micro, mas na escala macro. Como seres humanos nós vivemos em cidades, habitamos a escala macro. Mas para controlar os materiais, para fazê-los funcionar do modo que queremos, temos que entender seu funcionamento no nível molecular. É aí que mora a ciência.  No entanto, temos visto uma enorme dificuldade em passar o conhecimento entre essas escalas. O micro não é capaz de controlar o macro, e o macro não é capaz de controlar o micro. Os cientistas estudam os dois lados dessa questão, mas não se comunicam. Alguns engenheiros constroem pontes e túneis. Outros trabalham com nanotecnologias. Precisamos de engenheiros capazes de juntar esses dois grupos.
E como isso se dá com o cimento? No começo, ele endurece de modo rápido, mas depois se estabiliza numa massa com a consistência parecida com a pasta de dente. E fica assim por um bom tempo. Depois, num período que costuma durar horas, ele vira pedra. Se entendermos como esse processo se dá na escala micro, podemos entender essa curva e mudar nossa produção de cimento, para um material mais eficaz. Podemos desenvolver um cimento que precise de menos calor em sua fabricação e não cause tanta poluição.
Existem duas visões sobre a relação entre a tecnologia e o aquecimento global. Um lado pensa que a tecnologia é culpada pelo aquecimento, e o outro pensa que só ela pode nos salvar disso. Em qual deles o senhor está? Acredito nos dois lados. Nós queimamos muito carvão, emitimos muito CO2 para a atmosfera. Isso é consequência direta da nossa industrialização. Mas não é por que aqui nos Estados Unidos nós atingimos um alto padrão de vida que podemos ditar ao resto do mundo que eles não podem chegar a esse padrão. Índia e China querem mais energia. Temos de buscar novas soluções, e é aí que os cientistas entram.
O senhor parece ver na energia nuclear uma dessas soluções. O que o leva a pensar que ela pode ser a energia do futuro? Eu sou um otimista. Nos anos anteriores ao acidente em Fukushima, os cientistas foram pouco cuidadosos. Mas ainda acredito que seremos capazes de fazer a energia nuclear razoavelmente segura e confiável. Será preciso convencer novamente o público. Isso levará algum tempo. Mas se continuarmos fazendo um bom trabalho, as pessoas voltarão a confiar em nós. Minha expectativa é que a sociedade irá aprender que a nuclear pode ser segura.
E como fazer essa mudança na opinião pública? A gente deve entender que não há nada misterioso na energia nuclear. Nós compreendemos perfeitamente como ela funciona. Nós podemos tornar a energia nuclear mais tolerável, saudável e sustentável. Não podemos deixar que as falhas do passado impeçam os sucessos do futuro.
O que o senhor diria para uma criança que está escolhendo sua carreira e quer ajudar a salvar o planeta? Ela deveria se tornar um ambientalista, um político ou um cientista? Eu sou uma pessoa que acredita no poder da ciência. Acho que podemos ajudar muito. Você pode até se tornar um político depois de virar cientista. Mas o inverso não acontece. O que eu digo para os pais: se você tiver um filho muito talentoso, faça tudo para torná-lo um bom cientista. Depois disso, ele poderá fazer o que quiser.

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