quarta-feira 04 2017

Mauricio Marsola - vida e obra do escritor, dramaturgo e filósofo francês Albert Camus.



Albert Camus




Por que insistimos naquilo que não nos faz bem?

O ser humano é um bicho estranho mesmo… Parece que gostamos de sofrer, a gente sempre gosta daquilo que não nos faz bem e isso se estende do jeito de se alimentar ao jeito de se relacionar no amor.
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Açúcar é bom, mas causa diabetes. Fritura é uma delícia, mas entope as artérias e deixa o colesterol lá nas alturas, café dá gastrite e por aí vai, a lista é infinita… E o corpo está gritando por socorro, mas, ainda assim, vamos adiando uma decisão porque resistimos, mesmo quando é algo que vai mudar a nossa vida para melhor .
Por mais que a gente saiba que aquela coxinha ou aquela picanha cheia de gordura vai nos causar uma baita azia, insistimos em comer porque, né? É gostoso! Só que isso a longo prazo causa um desastre em nosso organismo e essa dinâmica também vale para os relacionamentos.
Nos mantemos ligados a pessoas que claramente não nos fazem felizes, presos a relacionamentos abusivos ou sem um pingo de reciprocidade e que não nos acrescenta nada de bom, insistindo naquilo que não está nos fazendo bem e o estrago, dessa vez, é bem pior, pois não há remédio para má digestão que resolva o estrago do coração.
Dessa forma, acabamos impedindo o caminho para alguém que realmente se importe chegue em nossa vida, pois a porta de entrada para algo verdadeiramente saudável chegar ao seu coração está obstruída por alguém que não sabe se entra ou se sai.
Com a alimentação é a mesma coisa: a gente sabe que precisa mudar a dieta e começar a comer de forma mais saudável, mas vamos adiando e procrastinando uma decisão de mudança que poderia fazer toda a diferença até que não tenha mais  jeito de consertar o que está errado. Então por que será que mesmo com tantas consequências ruins, a gente sempre gosta daquilo que não faz bem pra gente? Por que será que temos tanto medo daquilo que irá nos provocar a felicidade?
Porque somos meio masoquistas e aquilo que é novo nos assusta, por isso mantemos o que faz mal em nossa vida muito mais tempo que o necessário justamente por acreditar – de maneira completamente equivocada, diga-se de passagem – que não somos merecedores e acabamos bloqueando aquilo que nos faz bem, principalmente por achar que a felicidade precisa vir com muito esforço quando, na verdade, não tem que ser assim.
Se você precisa dar murro em ponta de faca é porque isso não é para você.  Se você precisa se esforçar demais para manter um relacionamento em pé, por exemplo, é por que algo não está indo bem e ele não merece espaço em sua vida. Aquilo que realmente merece estar vem sem esforço e flui naturalmente, sem pesar.
Conforme vamos ficando mais velhos e, consequentemente, bem mais maduros, aprendemos a deixar o prazer instantâneo em segundo plano para dar espaço à necessidade de ser mais saudável, a nos alimentar melhor e a praticar atividades físicas, pois sabemos que o nosso organismo precisa disso.
Então, que nem a preguiça nossa de cada dia e nem o medo de ser feliz não nos impeça de começar a mudar nossos hábitos agora, enquanto temos tempo pra isso. Pois, caso contrário, o máximo que se pode conseguir são noites mal dormidas e uma conta bem alta a farmácia, só que lá não tem remédio para curar os males da alma.
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