sábado 27 2012

VEJA lança Microcurso de Redação para o Enem

veja.com

Feitas em parceria com professores de cursinhos preparatórios, orientações serão publicadas durante esta semana

Lecticia Maggi
Enem exige a realização de um texto dissertativo-argumentativo, em que o aluno defende o seu ponto de vista
Enem exige a realização de um texto dissertativo-argumentativo, em que o aluno defende o seu ponto de vista(Thinkstock)
A redação é o bicho-papão para grande parte dos estudantes que participam do Enem. É no texto dissertativo que eles têm de expor ideias e argumentar – revelando, espera-se, um português corretíssimo. Para ajudar os candidatos nessa tarefa, VEJA.com elaborou, em parceria com professores de cursinhos preparatórios, um Microcurso de Redação em cinco capítulos – a serem publicados durante esta semana, como descrito a seguir:
A redação é um item valioso do Enem. A pontuação dos candidatos nessa prova varia de 0 a 1.000 pontos: quem obtiver um zero aqui fica automaticamente impossibilitado de disputar vagas oferecidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). Ou seja, os que não forem capazes de dissertar estarão fora das universidades federais, estaduais e até privadas que usam o Enem como processo seletivo. Por outro lado, quem se sair bem na construção do texto pode avançar na competição por uma das vagas.
O primeiríssimo ponto a entender é qual é, afinal, o caráter da redação proposta no Enem. Em resumo, qual o "jeitão" da prova e o que os examinadores querem medir com ela. O exame federal apresenta um tema e exige do candidato a redação de um texto do tipo dissertativo, ou seja, aquele que analisa e debate a ideia proposta utilizando argumentos para justificar uma opinião adotada. O texto deve ter no mínimo 6 e no máximo 30 linhas.
"Dissertação é um texto em que o aluno deve firmar uma posição", afirma Francisco Platão Savioli, supervisor de língua portuguesa do Anglo Vestibulares. É importante lembrar que, pela natureza da prova, outros tipos de textos não são aceitos – e também rendem zero a seus autores. É o caso de narrações, poemas ou letras de música. Nesse aspecto, não há lugar para invenção no Enem. Com essa estrutura, os examinadores tentam medir as seguintes habilidades dos estudantes.

Os 3 eixos temáticos mais recorrentes na redação do Enem


Relação do homem com ele mesmo

Em grande medida, a área abrange propostas de redação consideradas mais "filosóficas". Em geral, os temas incentivam reflexões sobre experiências de vida. Com isso, o exame pretende verificar de que forma o candidato transforma o passado em aprendizado útil para o presente e, especialmente, o futuro. Não por acaso, são contempladas aqui questões ligadas a realização profissional, sentimentos como felicidade e paixões e também crenças.
Edições passadas do Enem que apresentaram temas deste grupo:
1998 - Viver e aprender
2006 - O poder de transformação da leitura

Relação do homem com a sociedade

É a área dominante entre os temas de redação do Enem. É também a que requer maior atenção dos alunos. Das 14 propostas de redação apresentadas até 2011, dez levaram os candidatos a discutir as relações do indivíduo com o meio social. O exame quer verificar como o candidato entende que o homem interage e se associa com seus semelhantes e como essas relações o definem e influenciam. Na prática, as propostas de redação abordam atuação política, cidadania, diversidade e solidariedade.
Edições passadas do Enem que apresentaram temas deste grupo:
1999 - Cidadania e participação social
2000 - Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional
2002 - O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais que o Brasil necessita?
2003 - A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo
2004 - Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação
2005 - O trabalho infantil na sociedade brasileira
2007 - O desafio de se conviver com as diferenças
2009 - O indivíduo frente à ética nacional
2010 - O trabalho na construção da dignidade humana
2011 - Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado

Relação do homem com o meio ambiente

Aqui, estão reunidos temas que tratam das interações entre homem e natureza: como modificamos e preservamos (ou destruímos) o meio ambiente. Não raro, entram em questão assuntos como preservação dos recursos naturais, poluição ambiental, reciclagem, consumo de produtos orgânicos e uso de agrotóxicos. É importante notar que propostas de redação que tratam das relações do homem com a natureza por vezes incluem as relações do indivíduo com seus semelhantes. É o que ocorreu na edição 2011 do Enem (confira a seguir):
Edições passadas do Enem que apresentaram temas deste grupo:
2001 - Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?
2008 - Como preservar a floresta Amazônica: suspender imediatamente o desmatamento; dar incentivo financeiros a proprietários que deixarem de desmatar; ou aumentar a fiscalização e aplicar multas a quem desmatar


Raio-X do Enem: confira os conteúdos mais cobrados


Vestibular

Levantamento exclusivo analisa as 540 questões das provas realizadas entre 2009 e 2011 e mostra quais disciplinas aparecem mais no exame federal

Nathalia Goulart
Estudantes fazem a prova do Enem
Estudantes fazem a prova do Enem (Leonardo Wen/Folhapress)
Uma das características marcantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado em novembro, é a interdisciplinaridade. Dentro das quatro grandes áreas da prova (ciências humanas, da natureza, matemática e linguagem), os conteúdos se mesclam em questões que exigem leitura atenta e capacidade de análise. Uma tarefa vital para os estudantes que buscam um desempenho acima da média é mapear quais são os conteúdos  mais recorrentes do exame federal. É exatamente isso que mostra o levantamento apresentado abaixo. Com o auxílio de professores de três cursos especializados na prova – Anglo Vestibulares, Cursinho da Poli e Oficina do Estudante –, o site de VEJA produziu um raio-x dos temas que mais apareceram nas últimas três edições do Enem (2009, 2010 e 2011). É fundamental conhecer o perfil do exame nesse período: afinal, desde 2009, ele é usado por quase uma centena de universidades federais e estaduais de todo o país como parte do processo seletivo.
O levantamento destrinchou 540 questões (são 135 por superárea do Enem), determinando a qual disciplina se liga cada uma delas. Ele revela, por exemplo, que, na prova de ciências humanas, o período republicano da história do Brasil e meio ambiente estão entre os assuntos mais recorrentes, motivando 15 questões, no primeiro caso, e 11, no segundo, desde 2009. No caso da avaliação de matemática, funções registrou o maior número de ocorrências: 27. Na prova de ciências da natureza, as campeões são as questões de físico-química, com 19 ocorrências, eletricidade e mecânica, com 11 cada. Na avaliação de linguagem, interpretação textual aparece na frente, compondo 56 questões. É importante lembrar que, devido à interdisciplinaridade do exame, algumas questões tratam de mais de um conteúdo disciplinar (história do Brasil Colônia e do Brasil Império, por exemplo). Daí, o número de ocorrências apresentadas pelo levantamento superar o número total de questões avaliadas. Confira o levantamento a seguir.

Evite Girias nas redações do Enem


Evite gírias e abreviações

A professora Roseli Braff, supervisora de língua portuguesa do Sistema COC de ensino, lembra que as gírias empobrecem o texto e empurram a nota para baixo na avaliação do Enem. Termos como "mano" e "mina" podem ser facilmente compreendidos em uma conversa informal com um grupo de amigos, mas não devem ser utilizados em uma dissertação formal como a exigida pelo Enem. Imagine quando você estiver trabalhando em uma empresa: seu chefe aceitaria tal forma de tratamento?
1. Substitua a gíria por um termo formal de sentido similar
Exemplos:
"Gringo" pode ser trocado por "estrangeiro"
"Tá ligado" pode dar lugar a "tem conhecimento" ou "está ciente"
'Cara', 'velho' e 'meu' também devem ser eliminados
2. As abreviações devem ser banidas
É o caso de termos consagrados em chats na internet, como "tb" e "vc". Na redação, deixe-os de lado e use sempre "também" e "você".
3. Evite ainda as chamadas "marcas de oralidade", expressões informais típicas de conversas mantidas com amigos
Exemplos:
"Daí", "né", "tá"

Não utilize palavras que não fazem parte de seu vocabulário

Um equívoco comum entre estudantes é acreditar que respeitar a norma culta da língua é escrever difícil ou de forma pomposa. O efeito pode ser justamente o contrário. Se o uso de termos rebuscados não é bem-feito pode trazer prejuízo ao estudante.
"Quando tenta utilizar palavras sofisticadas que não domina, o aluno muitas vezes cria uma armadilha para si mesmo, pois acaba se confundindo e mostrando ao corretor que é incapaz de trabalhar com aquele vocabulário", diz Francisco Platão Savioli, do Anglo Vestibulares.
Entre os erros comuns, estão o uso de "adentrar", mais pomposo, em lugar de "entrar", mais simples porém correto. É preciso lembrar que "adentrar" é um verbo transitivo direto e, por isso, pede objeto direto (sem preposição).
Exemplos:
"O aluno entrou na sala de aula" – CERTO
O aluno adentrou a sala de aula – CERTO ("O aluno adentrou na sala de aula – ERRADO)

A orientação, portanto, é simples: não invente. Use apenas os termos que você de fato domina. Caso contrário, as chances de erro crescem muito.

Zele pela gramática

Como já explicado anteriormente, escrever bem não é escrever difícil. Contudo, ainda que o candidato opte por uma linguagem mais simples, deve zelar sempre por sua correção. Ou seja, a linguagem escolhida deve estar totalmente de acordo com as regras gramaticais vigentes. Roseli Braff, do COC, destaca três erros gramaticais fatais na redação:

1. Erro de concordância entre sujeito e verbo
Exemplo: "A gente fomos à escola."
2. Erro de concordância entre adjetivo e substantivo
Exemplo: "As casas azul são bonitas."
3. Separação de sujeito e verbo por vírgula
Exemplo: "Eu, sou uma pessoa feliz."

No Manual de Redação do Enem, há a descrição dos desvios gramaticais considerados mais graves. Um descuido aparentemente simples, como iniciar a frase ou escrever nomes de pessoas e lugares com letra minúscula, é considerado gravíssimo e pode resultar na perda de vários pontos.

Estude os erros mais comuns

Os professores Francisco Platão Savioli, do Anglo, e Tiago Fernandes, do CPV Vestibulares, prepararam uma lista com os erros mais comuns verificados em redações de estudantes. Confira os exemplos a seguir:
1. Emprego de pronomes com os verbos "ver" e "entender"
"Eu lhe vi na porta da escola" – ERRADO ("Eu o vi na porta da escola" – CERTO)
"Eu lhe entendo perfeitamente" – ERRADO ("Eu o entendo perfeitamente" – CERTO)
2. Plural das palavras "chapéu" e "degrau"
Chapéis – ERRADO (Chapéus – CERTO)
Degrais – ERRADO (Degraus – CERTO)

Revise a redação antes de entregá-la

Antes de entregar a prova ao fiscal do Enem, realize a revisão dos pontos descritos a seguir – os erros apontados aqui são muito recorrentes:

1. Palavras escritas com s, z, x, ch, sc, ss
Um erro comum, por exemplo, é o candidato escrever "ancioso" em lugar de "ansioso"
2. Palavras acentuadas
Erros na acentuação não são tolerados pelos examinadores. Cabe uma atenção extra aos casos em que a acentuação determina a flexão do verbo, como "obtém" (terceira pessoa do singular) e "obtêm" (terceira pessoal do plural).

3. Concordância entre sujeito e verbo e regência dos complementos
Um deslize frequente é o estudante escrever "assistiu o jogo", quando o correto é "assistiu ao jogo", uma vez que o verbo "assistir", usado no sentido de "ver", é transitivo indireto e pede complemento regido pela preposição "a".

4. Conjugação de verbos menos usuais
"A polícia interviu com violência" – ERRADO ("A polícia interveio com violência" – CERTO)


Redação do Enem, parte 1: evite gírias e termos pomposos


Microcurso VEJA

Orientações podem ajudar o estudante a obter pontuação máxima (200 pontos) na primeira habilidade avaliada na prova federal

Lecticia Maggi
Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita
Redação do Enem deve ter informações completas e claras (Thinktock)
A primeira competência avaliada na redação do Enem é o domínio do idioma. Na prática, isso significa que os examinadores querem medir a capacidade do estudante de diferenciar os registros oral e escrito da língua portuguesa.
Quando conversamos com amigos, nosso discurso muitas vezes é impreciso e fragmentado. O interlocutor compreende o que tentamos explicar graças ao contexto da conversa. Por exemplo: quando digo "Eu 'tive' lá ontem para resolver aquilo", meu amigo provavelmente entenderá do que se trata porque conhece previamente o assunto. Sabe que fui a algum lugar (Eu fui a algum lugar...) para tratar de um assunto importante.
Em uma redação, contudo, tudo ocorre de forma diversa. É preciso cuidar para que todas as informações estejam explicitadas no texto, uma vez que o leitor (o examinador do Enem, no caso) não tem dados prévios do assunto abordado pelo candidato e tampouco receberá informações adicionais. Neste caso então, mais correto seria dizer: "Eu fui ao cartório ontem para justificar minha ausência na votação do domingo."
Por isso, na redação, o estudante deve ser absolutamento claro em relação à mensagem que pretende transmitir. "Não exija do corretor que lerá sua redação um esforço de interpretação acima do comum. Ele não pode adivinhar o que você está pensando", diz o professor Francisco Platão Savioli, supervisor de língua portuguesa do Anglo Vestibulares.
Tendo em mente que a clareza é fundamental, professores ouvidos por VEJA oferecem orientação adicionais para a produção de um texto que obedeça também à norma padrão da língua portuguesa. Entre elas, estão: evite gírias, não tente escrever difícil e zele pela gramática. Seguindo essas orientações, são grandes as chances de o candidato obter pontuação máxima (200 pontos) na primeira habilidade avaliada na prova. 

Reta final do Enem: o que e como estudar na última hora


Ensino médio

Especialistas aconselham a investir em redação e resolução de provas antigas para treinar leitura e administração do tempo gasto em cada questão

Lecticia Maggi
Escolas particulares no Exame Nacional do Ensino médio (Enem)
Não é hora de recuperar o tempo perdido. De acordo com os professores, é preciso manter o ritmo - e a calma (Frederico Haikal/Hoje em Dia/Futura Press)
Em menos de um mês, mais de 5,7 milhões de brasileiros realizarão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012, teste que desde 2009 tornou-se um importante passaporte para universidades federais e estaduais pelo Brasil afora. Para garantir um bom resultado nos dias 3 e 4 de novembro, a orientação dos professores é clara: aproveite as últimas semanas para refazer as provas de anos anteriores e dedique-se a treinar a redação. Ao contrário do que muitos acreditam, a reta final é o momento de rever o que já foi aprendido, não de investir em novos conteúdos. 

Quem ainda não se dedicou como deveria aos estudos, deve começar o quanto antes. Cuidado, porém, com a tentação de recuperar o tempo perdido. “Não dá para fazer milagre", avisa Roseli Braff, supervisora de língua portuguesa do Sistema COC de Ensino. "O Enem é uma prova que avalia o repertório adquirido ao longo do ensino médio, não em um mês.” Noites em claro e finais de semana debruçados sobre os livros , portanto, dificilmente trarão resultados promissores. O mais provável é que tenham o efeito contrário. “O cérebro também cansa e muita tensão se voltará, inevitavelmente, contra o estudante”, diz Roseli. Na semana que antecede a prova é preciso diminuir o ritmo e controlar a ansiedade.
Lembre-se que as habilidades mais exigidas dos estudantes no Enem não estão ligadas a nenhuma disciplina específica, mas auxiliam em todas as áreas do conhecimento: leitura e interpretação. Não raro, o próprio enunciado já traz a resolução da questão. Mesmo em matemática, o estudante é avaliado pela capacidade de compreender gráficos e tabelas. Dedicar-se a apurar o conhecimento na leitura de elementos textuais e não textuais, portanto, é uma boa providência. Além disso, saber exatamente o que a questão pede é o primeiro passo para uma boa prova. “Muitas vezes, o aluno lê o texto de apoio mas não se detém no que o enunciado pede", alerta Vera Lúcia Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo. "Assim, acaba não respondendo o que o examinador quer saber.”
Relógio - Por trazer muitos textos, gráficos e tabelas, o Enem é uma prova longa. O que torna imprescindível administrar o tempo gasto em cada questão. No primeiro dia, o exame terá 4h30 de duração e o candidato terá de resolver 90 questões. No segundo dia, serão 5h30 para mais 90 questões e uma redação. Isso significa uma média de 3 minutos para cada item. Para se adaptar ao cronômetro, não há segredo: é preciso treino. Os especialistas orientam a realizar as provas dos anos anteriores - preferencialmente as de 2009, 2010 e 2011, que obedecem ao novo modelo do Enem. Os simulados oferecidos por escolas e cursinhos também são ótimos treinamentos. Nos dias 20 e 21 de outubro, o site de VEJA e o Anglo Vestibulares realizam o simulado online Enem 2012. As inscrições são gratuitas. Aproveite a oportunidade.  

Saiba onde Marcos Valério ficará preso


Justiça

Complexo Penitenciário Nelson Hungria tem 1900 detentos, entre eles o ex-goleiro Bruno Fernandes, como mostra reportagem de VEJA desta semana

Marcelo Sperandio
A Cela - A ala nova do presídio onde Valério deve cumprir pena tem janelas maiores
A Cela - A ala nova do presídio onde Valério deve cumprir pena tem janelas maiores (Rodrigo Clementino/Tempo)
Há muito a sorte abandonou o publicitário Marcos Valério, mas ao menos sob um aspecto seu futuro não será tão tenebroso. Autoridades da área de segurança de Minas Gerais e integrantes da sua equipe de defesa afirmam que seu destino deverá ser uma cela no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, uma ilha de calmaria no inferno do sistema prisional brasileiro. O presídio fica em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, não tão distante assim da casa onde o publicitário morou nos últimos anos, na Pampulha, região nobre da capital mineira. No Nelson Hungria, muitas celas abrigam apenas um prisioneiro. A ocupação máxima jamais ultrapassa três pessoas para cada cubículo de 6 metros quadrados. O total de 1 900 prisioneiros supera em apenas 18% a capacidade do local, de 1 600 detentos, muito abaixo da média de superlotação do sistema mineiro, que é de 50%. Ao contrário do que ocorre em alguns presídios, onde os chuveiros são coletivos, no complexo Nelson Hungria cada cela tem o seu (a água é fria).
Os dias de Marcos Valério começarão às 7h30, horário em que o café com leite é servido. Às 12 horas, os carcereiros passarão, por entre as grades, os talhares de plástico e a vasilha de papel-alumínio com o almoço do publicitário, em geral composto de arroz, feijão e carne ou frango. A cena se repetirá às 18 horas, no jantar. Dentro das celas, ele poderá ouvir rádio e ver televisão. O presídio não fornece os aparelhos, mas autoriza os presos a recebê-los de fora. Em 2008, uma nova ala para 300 presos foi inaugurada, com janelas maiores e portas com uma pequena abertura no lugar de grades, o que aumenta a privacidade dos internos. Valério terá direito a uma visita íntima por mês e a duas horas diárias de banho de sol. Nesse período, poderá fazer exercícios e jogar futebol. Tendo sorte, a partida poderá contar com a participação do (até agora) mais famoso detento do Nelson Hungria, o ex-goleiro Bruno Fernandes, acusado de matar a jovem Eliza Samudio.

Bryan Adams - Please Forgive Me

:)

Roxette - It Must Have Been Love

:)

Capital Inicial - O passageiro

:)

The Passenger

:)

Hospital Dante Pazzanese realiza cirurgia inédita no mundo


Cardiologia

Pela primeira vez o implante, que desaparece do organismo após desobstruir vasos entupidos, foi inserido na artéria principal do corpo. Sucesso da cirurgia mostra que a técnica também é possível em casos mais complexos

Vivian Carrer Elias
O Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
O cardiologista Alexandre Abizaid e sua equipe no Hospital Dante Pazzanese momentos antes da cirurgia de desobstrução arterial com o stent bioabsorvível (Ivan Pacheco)
Nesta quarta-feira à tarde, no Hospital Dante Pazzanese, em São Paulo, uma equipe de médicos liderada pelo cardiologista Alexandre Abizaid realizou um procedimento de desobstrução arterial com um stent bioabsorvível. Embora essa não seja a primeira vez em que esse dispositivo tenha sido implantado em um paciente — inclusive no Brasil, onde a primeira operação do tipo foi realizada em agosto de 2011 no mesmo hospital —, a cirurgia foi um marco para a cardiologia moderna.
Um dos motivos é o fato de que o procedimento foi muito mais complexo — pela primeira vez, esse stent foi implantado na principal artéria do corpo humano, e não nas secundárias, como as outras operações realizadas ao redor do mundo haviam feito. A cirurgia foi transmitida ao vivo em um telão instalado em Miami, nos Estados Unidos, onde estavam reunidos mais de 10.000 médicos no Transcatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT), a principal conferência sobre medicina intervencionista do mundo.
O suporte cardiovascular bioabsorvível foi desenvolvido em 2011 pelo laboratório Abbott e é vendido sob o nome de Absorb. Uma vez implantada nos vasos entupidos, a prótese 'empurra' as placas de gordura, desobstruindo os vasos e normalizando o fluxo sanguíneo. Após seis meses, o dispositivo começa a ser absorvido pelo organismo e, em até dois anos, ele desaparece (dentro de seis a nove meses, os vasos não precisam mais de ajuda para se manter abertos). O fato de ser absorvido é a grande deferença entre esse stent e os demais (conheça a evolução e os tipos de stents). Os dispositivos mais utilizados atualmente são os stents farmacológicos metálicos, que são feitos de aço inoxidável e cuja superfície contém medicamentos anticicatrizantes. Como eles não são absorvidos, ficam expostos na corrente sanguínea e apresentam um risco maior de coágulos, de reentupimento das veias e, consequentemente, da realização de uma nova operação de implante de um novo stent ou ponte de safena. 
Pesquisa — O uso comercial do suporte cardiovascular bioabsorvível já é aprovado em vários países, mas, no Brasil, a técnica somente é autorizada no âmbito da pesquisa médica. A cirurgia realizada nesta quarta-feira, em um paciente de 33 anos com um grave quadro de colesterol alto, faz parte de um estudo mundial sobre o dispositivo que está sendo desenvolvido em outros 25 países sob a coordenação de Abizaid. "Estamos expandindo o dispositivo para lesões e anatomias mais delicadas. A cirurgia foi um sucesso, uma manifestação pública de que estamos autorizados a implantar o stent bioabsorvível em situações mais complexas", disse o médico ao site de VEJA.
Um dia antes da operação no Hospital Dante Pazzanese, foram divulgados os resultados dos exames de saúde em 500 pacientes que haviam recebido o dispositivo bioabsorvível há seis meses e de 250 que haviam recebido o suporte há um ano. "Foi relatada uma incidência muito baixa de eventos cardíacos, confirmando os dados de estudos anteriores. O retorno da lesão ficou abaixo de 2%, uma taxa praticamente desprezível, e cerca de 0,05% dos pacientes apresentaram trombose. Os dados nos dão ainda mais segurança para tratar pacientes mais complexos", diz Abizaid.
Os resultados dos trabalhos, segundo o cardiologista, precisam ser submetidos a uma série de entidades médicas, entre elas Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que o dispositivo bioabsorvível seja comercializado no Brasil. Ele acredita que isso ocorra até o final de 2013 e que o implante tenha valores semelhantes aos metálicos farmacológicos — algo entre 6.000 e 8.000 reais. Os stents farmacológicos utilizados hoje são cobertos pelos planos da saúde, mas não são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Padrão — Embora o stent bioabsorvível tenha muitas vantagens sobre os metálicos farmacológicos, Abizaid acredita que os dispositivos utilizados atualmente não deixarão de existir conforme o novo suporte for ganhando espaço na prática médica. "Há algumas situações em que os stens metálicos ainda são melhores, especialmente em casos de operação em vasos muito pequenos e tortuosos. Isso porque os dispositivos metálicos ainda são muito mais finos do que os bioabsorviveis", disse o cardiologista. No entanto, ele acredita que, com o tempo, os bioabsorvíveis se tornarão uso padrão em grande parte dos casos, especialmente em pacientes mais jovens ou com problemas de saúde, como o diabetes, que fazem com que a doença progrida muito mais rápido. 

Cientistas divulgam imagem de peixe com pênis na cabeça


Peixes

Espécie foi descoberta em julho. Cientista afirma que característica permite fertilizar os ovos sem perda de esperma

Cientistas descobriram uma espécie de peixe com o pênis na cabeça. O animal do tipo Phallostethus cuulong vive no delta do Rio Mekong, no Vietnã
Imagem de uma macho e uma fêmea da espécie Phallostethus cuulong. O pênis do macho (acima) está localizado na parte inferior da cabeça, logo abaixo garganta (Koichi Shibukawa/AFP)
Cientistas divulgaram as primeiras imagens de uma espécie de peixe que tem um pênis na cabeça. A espécie, chamada Phallostethus cuulong, foi descoberta em julho por um zoólogo japonês. Tem cerca dois centímetros de comprimento e pele quase translúcida, e vive na região do delta do Rio Mekong, no Vietnã.
Ela é uma das 22 espécies de uma família de peixes descoberta em 2009 no delta do Rio Mekong no Vietnã, chamada Phallostethidae ou Priapum (em homenagem ao deus grego da fertilidade). 
Segundo o zoólogo japonês Koichi Shibukawa, o pênis na cabeça do peixe representa uma vantagem evolutiva, já que eles podem fertilizar os ovos das fêmeas internamente, sem desperdiçar muito esperma e assegurando que todos os ovos sejam fertilizados. Em outras famílias de peixes, geralmente as fêmeas depositam seus ovos no leito do rio ou do mar e esperam que o macho o fertilize, com a desvantagem de que os ovos podem ser devorados por outros predadores enquanto aguardam o esperma.
Shibukawa afirma que o pênis do peixe, cujo formato lembra o de uma garra, 
também serve para agarrar a fêmea e segurá-la enquanto o macho deposita esperma em sua boca – sim, o oviduto – o canal por onde passa os ovos – da fêmea fica na garganta.

Comer peixe, linhaça e castanha diminui risco de Alzheimer


Nutrição

Pesquisa concluiu que ômega-3, nutriente presente nesses alimentos, reduz níveis de proteína no sangue associada à doença

Dieta do mediterrâneo: considerada saudável por especialistas, esse tipo de dieta ajuda na prevenção do diabetes e no controle da pressão arterial
Peixes e outros alimentos ricos em ômega-3 podem ser aliados para evitar Alzheimer (Thinkstock)
Pesquisadores americanos sugeriram que comer grandes quantidades de alimentos ricos em ômega-3, como peixes, linhaça, nozes, castanhas e azeite, ajuda a evitar o Alzheimer. Isso acontece, segundo os especialistas, porque o nutriente pode reduzir os níveis de uma proteína ligada à doença no sangue de uma pessoa. O estudo, que foi conduzido no Centro Médico da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, foi publicado nesta quarta-feira na Neurology, revista da Academia Americana de Neurologia.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Nutrient intake and plasma β-amyloid

Onde foi divulgada: revista Neurology

Quem fez: Yian Gu, Nicole Schupf, Stephanie Cosentino e Nikolas Scarmas

Instituição: Universidade de Columbia, Estados Unidos

Dados de amostragem: 1.219 idosos com mais de 65 anos e sem demência

Resultado: Pessoas que apresentam maiores quantidades de ômega-3 no sangue, que vem com o consumo de peixe, nozes, castanha e linhaça, apresentam menores níveis de beta-amiloide, proteína associada à presença da doença de Alzheimer
Estudos anteriores já haviam indicado o efeito protetor de alimentos ricos em ômega-3 em relação à doença de Alzheimer, mas esse estudo identificou o mecanismo pelo qual o nutriente evita o aparecimento do problema. De acordo com os pesquisadores, o ômega-3 reduz a quantidade de beta-amiloide no sangue. O acúmulo dessa proteína é comumente encontrado na autópsia do cérebro de pessoas que morrem com Alzheimer e, segundo outros trabalhos, grandes quantidades do composto podem desencadear o aparecimento da doença antes mesmo de um indivíduo apresentar sintomas de perda de memória.
Nessa pesquisa, a equipe analisou 1.219 idosos com 65 anos ou mais que não tinham demência. Durante 14 meses, eles informaram aos pesquisadores sobre seus hábitos alimentares e, após esse período, foram submetidos a exames de sangue que mediram níveis da proteína beta-amiloide e de nutrientes como ômega-3, ômega-6 e vitaminas.
Resultados — Os pesquisadores observaram que os indivíduos que consumiam maiores quantidades de ômega-3 eram aqueles que apresentavam níveis menores de beta-amiloide no sangue. No entanto, essa associação não foi encontrada em relação a outros nutrientes. Segundo Nikolas Scarmeas, um dos autores do estudo, esse benefício pode ser obtido mesmo com o acréscimo de pequenas quantidades no nutriente na alimentação diária. “Nossa pesquisa acrescenta dados às evidências de que o ômega-3 é benéfico para evitar, além de doenças cardiovasculares, como vários estudos já sugeriram, o declínio de memória. O nutriente é capaz de proteger o coração e o cérebro”, diz Scarmeas.
Peixe e coração — As novas Diretrizes Europeias sobre Prevenção e Prática Clínica de Doenças Cardiovasculares, feitas pela Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC, na sigla em inglês) e apresentadas nesta quinta-feira no encontro anual da entidade, na Irlanda, reforçaram as indicações de que o consumo diário de peixes e de outros alimentos ricos em ômega-3 protege o corpo contra doenças cardiovasculares. Embora os especialistas tenham focado nos benefícios do nutriente ao coração, eles reconheceram que o ácido graxo também protege o cérebro e a saúde imunológica.
As diretrizes indicam que as pessoas devam comer uma porção de peixe ao menos duas vezes por semana, e que o consumo do alimento é mais benéfico do que o uso de suplementos de ômega-3. Mas não adianta, como lembram os especialistas, ingerir peixe se uma pessoa mantém hábitos não saudáveis, como tabagismo, alcoolismo e sedentarismo.

Ômega-3 também melhora a memória dos mais jovens


Nutrição

Estudo mostrou que pessoas de 18 a 25 anos que passam seis meses ingerindo suplementos do nutriente melhoram seus resultados em testes de memória

Ômega-3: Salmão é ótima fonte do nutriente
Ômega-3: Salmão é ótima fonte do nutriente (Thinkstock)
Um novo estudo americano aponta que o ômega-3, nutriente comumente encontrado em peixes, linhaça, castanha e azeite, pode melhorar a memória das pessoas que tem entre 18 e 25 anos de idade. Embora diversas pesquisas anteriores já tenham apontado para a relação positiva entre o composto e a saúde mental, nenhuma havia estudado esse efeito sobre pessoas mais jovens. Além disso, pouco se sabe sobre o que pode melhorar ainda mais a memória nessa faixa etária, já que a idade representa "o pico do desempenho cognitivo que temos em uma vida", de acordo com os autores do trabalho.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Improved Working Memory but No Effect on Striatal Vesicular Monoamine Transporter Type 2 after Omega-3 Polyunsaturated Fatty Acid Supplementation

Onde foi divulgada: periódico PLoS One

Quem fez: Rajesh Narendran, William Frankle, Neale Mason, Matthew Muldoon e Bita Moghaddam

Instituição: Universidade de Pittsburgh, Estados Unidos

Dados de amostragem: 15 pessoas de 18 a 25 anos

Resultado: Ingerir suplementos de dois gramas de ômega-3 ao dia durante seis meses melhora a memória de trabalho entre pessoas mais jovens 
O estudo, feito na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, mostrou que ingerir mais ômega-3 melhora especialmente a memória de trabalho, ou de curto prazo, que é relacionada ao armazenamento temporário e à manipulação de informações. Essa memória faz com que uma pessoa seja capaz de lembrar que o forno está ligado enquanto assiste televisão, por exemplo.
Suplementos — A pesquisa, publicada na edição deste mês do periódico PLoS One, se baseou nos dados de 15 pessoas saudáveis entre 18 e 25 anos de idade. Os participantes ingeriram diariamente um suplemento contendo dois gramas de ômega-3 durante seis meses — quantidade do nutriente que equivale, por exemplo, a 100 gramas de sardinha ou a 150 gramas de salmão. Durante o estudo, esses indivíduos foram entrevistados frequentemente pelo telefone e submetidos a exames laboratoriais (urina e sangue) periodicamente. Eles também realizaram testes que avaliaram a memória de trabalho de cada um.








No final da pesquisa, os resultados desses testes foram "significativamente melhores" do que os resultados apresentados seis meses antes. "Grande parte dos estudos anteriores foram feitos com idosos ou pessoas que já tinham algum problema de saúde, deixando essa população de adultos sem resposta sobre os possíveis benefícios do ômega-3", diz Matthew Muldoon, um dos autores da pesquisa. "Descobrimos que podemos ajudar o nosso cérebro a atingir o seu maior potencial por meio de comportamentos saudáveis no início da vida adulta."
O estudo, porém, não conseguiu decifrar de que modo o ômega-3 age no cérebro, mas pesquisas com roedores já estão sendo desenvolvidos na própria Universidade de Pittsburgh para que essa resposta seja obtida.

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