sexta-feira 21 2014

Márcia Tiburi - Inação - Existência como doença (completo)





Sociedade Fissurada com Marcia Tiburi e Andréa Costa Dias - Parte 2





O DESEJO DO TEMPO


Marcia Tiburi 


Os antigos gregos tinham em Chronos, deus do tempo, a imagem do pai todo poderoso devorador dos filhos. Ele criava, ele mesmo aniquilava. O tempo cronológico é apenas o tempo que passa. Mas a experiência do tempo não passa tão simplesmente, somos nós que passamos por ela. Nos constituímos, em nossa interioridade, a partir dela. Como dizia Santo Agostinho, o tempo é algo complexo demais, sendo muito difícil para cada um explicá-lo. Tanto quanto é fácil de entender, pois estamos nele desde sempre. O tempo nos possui e não o contrário.


UM DIA DE CADA VEZ


É melhor viver um dia de cada vez? É provável que ouçamos ou pronunciemos esta frase em vários momentos da vida. Quando incertezas e desesperanças se põem em cena é a reflexão sobre o tempo (seja ele dito na forma dos dias, das horas, do tempo ao tempo) que sustenta nossas ponderações. Ou na básica ansiedade que move o cotidiano, quando não compreendemos as próprias direções, quando, sem perspectiva ou foco, parece que não buscamos nada. Ansiosos quando queremos muito, nem sempre sabemos bem o que queremos. E nos angustiamos porque estamos no tempo, medido, e não na eternidade, desmedida. A vida exige solução, mas o tempo é o limite de toda vontade. Por isso, ele também é possibilidade. 

A frase traz uma sabedoria básica na forma de um conselho sobre o uso e a compreensão do tempo, do qual depende o desejo, nome que se dá ao modo de nos relacionarmos ao futuro, o nosso e o que compomos junto de outros. A frase nos diz sobre um modo de tratar com a frustração comum na sociedade de hoje: a da ausência do desejo que diz respeito a uma incapacidade de criar projeto de vida. Ou seja, o que fazer da vida dentro de seu limite. “Um dia de cada vez” significa: “vá com calma, aproveite o tempo presente”, mas por outro lado, também diz “esqueça a totalidade da vida”. Aí conhecemos o conflito com a “temporalidade” sobre o qual vivemos cegos. Se pensarmos em termos de vantagens, talvez não seja frutífero ter em mente a vida inteira, o todo do que podemos fazer com o tempo que dispomos, pois não há certeza sobre o que virá. Porém, sem pensar no todo da vida, que é o tempo que temos para viver, talvez fique difícil orientar-se dentro dela. Sem sabermos do nosso tempo, estamos perdidos de nós mesmos, sem futuro. A dimensão do tempo é mais que psicológica e metafísica, ela é também prática. Põe-nos diante de nossa liberdade de decisão, define o destino, ou o tempo, que devemos construir.


A experiência do tempo pode ser uma experiência de angústia, de que algo desconhecido nos espreita. Só o desejo é a cura desta sensação de opacidade da vida. O desejo não é tormento, mas o caminho para sair dele. Ela não vem do nada. Nasce do tempo experimentado em seu limite, do fato de que há a consciência perturbadora da existência que é a morte. Enquanto esperamos seguimos a “viver um dia de cada vez”. No tempo que é sempre medida, a soma dos dias, compõe o sentido da vida, o valor da eternidade.

OS LIMITES DA EXPERIÊNCIA


Assim como damos “limites” às crianças para que possam orientar seus desejos, seus quereres e poderes, nós, mesmo adultos, deveríamos nos reorientar no nosso limite com a vida, a que chamamos tempo. O tempo, todavia, não é a mera duração da vida. A duração é só o tempo do relógio, ela se parece mais com o espaço que percorrem os ponteiros no mostrador. Nosso modo de compreender o tempo é o que nos orienta na vida: o tempo do trabalho, o tempo do lazer, o tempo do conhecimento, do amor, o tempo interior, o tempo domesticado pela vida orientada e administrada que vivemos. O tempo é um radar que nos ensina aonde ir, nossas urgências, os caminhos que precisamos escolher diante da impossibilidade de seguir todos.



A frase sobre o dia a dia a ser vivido de um em um, nos serve de antídoto quando vivemos esta frustração tão específica que é a do tempo que não aprendemos a experimentar em seus dois pólos, o do todo fora de nós (a família, a sociedade, a história, o planeta) e o do que se elabora em nossa interioridade. De um lado, vivemos o nosso tempo pessoal, o tempo de cada individualidade, de cada um que experimenta seu corpo, seu sentimento, medos, anseios, possibilidades, e sua noção de morte. O tempo individual é sempre o tempo da insegurança. Buscamos os outros: filhos, maridos, amigos, trabalho, para participarmos do tempo coletivo onde, ao partilharmos a insegurança com as demais individualidades, a eliminamos. Para tudo isso é preciso sempre muita atenção sobre o que estamos vivendo.

A AVAREZA DO TEMPO


Por outro lado, todos aqueles que sabem o valor do tempo, costumam pensá-lo em analogia com o dinheiro: tempo é dinheiro. Quem dispensa tempo, dispensa dinheiro ou, em termos mais técnicos, dispensa lucro. Mas o que é o lucro senão a vantagem que temos em relação aos outros, ao trabalho, à vida? O lucro é um “a mais”, mas a vida não vai nos dar mais tempo. Logo, tempo não é necessariamente dinheiro, mas justamente o que nos logra se a vida não foi bem vivida. Se o avaro economiza dinheiro, quem economizar tempo não poderá ser avarento, a rigor, o tempo é algo que sempre se multiplica. O tempo se multiplica na generosidade. É uma questão de organização. O desejo só surge como mensagem na garrafa àquele que entendeu a função de seu tempo próprio no tempo coletivo.


Sociedade Fissurada com Marcia Tiburi e Andréa Costa Dias - Parte 1





STF determina prisão de Roberto Jefferson

Mensalão

Responsável por denunciar o mensalão em 2005, ex-deputado foi condenado a sete anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal

Laryssa Borges, de Brasília
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) na sua casa em Comendador Levy Gasparian, no sul do Rio de Janeiro, neste domingo (17)
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) na sua casa em Comendador Levy Gasparian, no sul do Rio de Janeiro(Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo)
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, determinou na tarde desta sexta-feira a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). Condenado a sete anos e 14 dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão, Jefferson cumprirá a pena em regime semiaberto no Rio de Janeiro. A Polícia Federal informou que ainda não recebeu a ordem de prisão.
O processo contra Jefferson havia se encerrado (trânsito em julgado) no dia 14 de novembro, um dia antes de os primeiros condenados no mensalão, entre eles o ex-ministro José Dirceu e os petistas Delúbio Soares e José Genoino, terem a prisão decretada. Porém, sucessivos recursos pedindo que o ele pudesse cumprir pena prisão domiciliar adiaram para este ano o início da execução da pena.

Responsável por denunciar o mensalão, Jefferson tentava conseguir autorização da Justiça para cumprir sua pena em regime domiciliar. Ele se recupera de uma cirurgia para a retirada de um câncer no pâncreas e precisa de medicamentos e dieta específicos. A defesa chegou a anexar ao processo do mensalão, como argumentação em favor do regime domiciliar, cópia de sua dieta nutricional, que inclui salmão defumado, geleia real e suco batido com água de coco.
Com a decisão sobre a prisão de Jefferson, 23 condenados no julgamento do mensalão já vão ter começado a cumprir suas penalidades nos regimes fechado, semiaberto e aberto. Apenas o ex-assessor João Cláudio Genu e o sócio da extinta corretora Bônus-Banval Breno Fischberg, que recorreram à Corte por meio de embargos infringentes, ainda não tiveram ao início da execução das penas.

Embora a ordem de prisão de Jefferson determine o regime semiaberto, ele conseguiu pelo menos um parecer favorável à prisão domiciliar. O secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (SEAP), Cesar Rubens Monteiro de Carvalho, encaminhou ao STF a recomendação de que o ex-deputado ficasse em casa e usasse uma tornozeleira eletrônica. Em sentido contrário, também em resposta ao STF, a Divisão Médico-Ambulatorial da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro informou que ele poderia ser acompanhado normalmente por um clínico e ter consultas periódicas com um médico oncologista do sistema público, já que é tratado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para o poder público, não haveria impedimentos para que a dieta e a medicação do mensaleiro fossem providenciadas.
Em dezembro, o ministro Joaquim Barbosa determinou que o condenado fosse avaliado por uma equipe de oncologistas antes de decidir se concedia ou não prisão domiciliar ao mensaleiro. Além do pedido de prisão domiciliar, a defesa de Roberto Jefferson chegou a cogitar pedir indulto à presidente da República. O benefício, que consiste em perdoar definitivamente a pena imposta pela justiça, normalmente é concedido a detentos com bom comportamento, paraplégicos, tetraplégicos, portadores de cegueira completa, mães de filhos menores de 14 anos e àqueles que tenham cumprido parte da pena em regime fechado ou semiaberto.
A condenação - No julgamento de mérito do mensalão, Joaquim Barbosa, relator da ação penal, afirmou que Jefferson, então presidente nacional do PTB, recebeu recursos do esquema do valerioduto – foram prometidos 20 milhões de reais e pagos pelo menos 4 milhões de reais – em troca da compra de apoio político de deputados no Congresso Nacional. "Os repasses e as promessas de pagamento feito pelo PT exerceram forte influência sobre a fidelidade dos deputados do PTB, tendo em vista a importância das somas envolvidas e o consequente desejo de receber o dinheiro em troca de apoio político”, disse o ministro na ocasião. “A partir de dezembro de 2003, o próprio Jefferson aceitou receber recursos pagos pelo PT para conduzir o apoio de seus correligionários em projetos de interesse do governo”, completou.
Apesar de ter recebido 4 milhões de reais diretamente das mãos do publicitário Marcos Valério, Jefferson sustentava a tese de que o dinheiro nunca foi propina, e sim recursos acertados com o PT nas eleições municipais de 2004. 

"Felicidade?", com Marcia Tiburi - Programa IV





"Felicidade?", com Marcia Tiburi - Programa III





"Felicidade?" com Marcia Tiburi - Programa II





"Felicidade?", com Marcia Tiburi - Programa I





Conheça as novas regras da Anatel

Cancelamentos


As novas regras permitirão que os clientes cancelem seus contratos pela internet, sem a necessidade de falar com um atendente. Ou seja, ele não terá mais de aguardar para ser atendido por setores de call center, nem precisar ouvir contrapropostas das operadoras. Esse procedimento também poderá ser realizado por meio de uma opção no menu na central de atendimento telefônico da prestadora. O cancelamento automático deverá ser processado pela operadora em, no máximo, dois dias úteis. A mudança não exclui, no entanto, a existência de atendentes para efetuar o cancelamento, caso o consumidor assim o queira.

Cobranças

Outra novidade que a Anatel quer implantar com o novo regulamento é dar facilidade para o consumidor contestar cobranças. Sempre que questionar o valor ou o motivo de uma cobrança, a empresa terá 30 dias para responder. Se não cumprir tal prazo, a prestadora deve automaticamente corrigir a fatura (caso ela ainda não tenha sido paga) ou devolver em dobro o valor questionado (caso a fatura já tenha sido paga). O consumidor pode questionar faturas com até três anos de emissão.

Promoções

Há também regras estabelecendo que as promoções passam a valer para todos, sejam novos ou antigos assinantes. A Anatel quer, também facilitar o processo de comparação de preços. Para tanto, o regulamento prevê que todas as operadoras, de todos os serviços, deverão disponibilizar, em forma padronizada, os preços que estão sendo praticados para cada serviço, bem como as condições de oferta. Também ficou decidido pelo fim da cobrança antecipada e a unificação de atendimento, no caso de combos.

Transparência

Contrato, faturas antigas e históricos de consumo poderão ser baixados da internet e, além disso, o site de operadora deverá permitir acesso a protocolos e gravações do atendimento. 

Pré-pago

Todas as recargas de telefones pré-pagos terão validade mínima de 30 dias. Atualmente, são oferecidos créditos com períodos de validade inferior. As novas opções de validade são 30, 90 e 180 dias, que devem estar disponíveis tanto nas lojas próprias como em estabelecimentos que estão eletronicamente ligados à rede da operadora, como supermercados e bancas de revista. O usuário também deverá ser avisado pela prestadora sempre que seus créditos estiverem perto de expirar.
(Com Estadão Conteúdo)

Anatel anuncia mudanças para beneficiar clientes de telefonia, TV paga e internet

Telecomunicações

Cancelamento automático, mais transparência nas faturas e melhora nos serviços de pós-venda são algumas das novas regras anunciadas pela agência para, enfim, melhorar a vida do consumidor

Divulgação
Clientes de operadoras terão mais benefícios e melhor atendimento, segundo Anatel (Divulgação)
O Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou nesta quinta-feira o cancelamento automático de serviços de telefonia, internet e TV por assinatura pelos consumidores. A regra consta do Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações, que prevê ainda a ampliação da rede de atendimento pós-venda e do prazo de validade dos cartões pré-pagos. As mudanças já haviam sido adiantadas pelo órgão em 2013 e passarão a valer 120 dias após a publicação do regulamento no Diário Oficial. Elas fazem parte de mais um novo capítulo da ofensiva da agência reguladora para melhorar os serviços prestados pelas operadoras. O embate teve início em 2012, quando a TIM foi processada por interromper propositalmente ligações feitas por seus assinantes. 
As novas regras permitirão que os clientes cancelem seus contratos via internet, sem a necessidade de falar com um atendente. Ou seja, ele não terá mais de aguardar para ser atendido por setores de call center, nem precisar ouvir contrapropostas das operadoras. Esse procedimento também poderá ser realizado por meio de uma opção no menu na central de atendimento telefônico da prestadora. O cancelamento automático deverá ser processado em, no máximo, dois dias úteis. A mudança não exclui, no entanto, a existência de atendentes para efetuar o cancelamento, caso o consumidor assim o queira.
A Anatel determinou, ainda, que todos os atendimentos via call center que forem interrompidos por falha na ligação terão de ser retornados pelos atendentes. Se não conseguir retomar o contato, a operadora deve enviar mensagem de texto com número de protocolo. Essa conversa deve ser gravada, a exemplo dos demais diálogos entre a central de atendimento da prestadora e o usuário, e deve ser armazenada por seis meses. O consumidor tem direito a uma cópia dessas gravações. (
Essas medidas já eram previstas pela Anatel. O presidente da agência, João Rezende, disse no ano passado que a agência queria atacar o problema da cobrança feita pelas operadoras, um dos principais focos de queixas dos clientes. "Achamos que as empresas ainda estão devendo ao usuário um melhor atendimento nos call centers", avaliou, à época. Apenas no ano de 2013, a Agência recebeu mais de 3,1 milhões de reclamações contra operadoras de serviços de telecomunicações, a maioria delas relacionadas à cobrança (33,9% do total).
As novas obrigações previstas no regulamento variam de acordo com o porte da operadora: as que têm até 5 mil consumidores, as que têm entre 5 mil e 50 mil consumidores e as que têm mais de 50 mil consumidores. 

A Alegria e o Trágico Em Nietzsche - Roberto Machado





Encontro entre Obama e Dalai Lama é repudiado pela China

Diplomacia

Líder espiritual budista, considerado separatista pelo regime comunista, será recebido nesta sexta na Casa Branca. China pede cancelamento da reunião

O Dalai Lama participou nesta quinta-feira de evento no American Enterprise Institute, em Washington
O Dalai Lama participou nesta quinta-feira de evento no American Enterprise Institute, em Washington    (Jim Watson/AFP)
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, receberá o Dalai Lama na Casa Branca nesta sexta-feira, informou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Caitlin Hayden. "O presidente se encontrará com o Dalai Lima na sua qualidade de um respeitado líder religioso e cultural", afirmou a porta-voz.
"Estamos preocupados com tensões contínuas e a deterioração da situação dos direitos humanos em áreas tibetanas da China", prosseguiu Hayden. "Vamos continuar a exortar o governo chinês a retomar o diálogo com o Dalai Lama ou seus representantes sem condições prévias como um meio para reduzir as tensões".
Pouco depois do anúncio, o governo chinês emitiu um comunicado no qual pede ao presidente americano que cancele o encontro. "A China se opõe fortemente a isso", disse o Ministério de Relações Exteriores da China em nota divulgada à imprensa. "Nós insistimos que o lado dos Estados Unidos trate as preocupações da China de um modo sério e cancele imediatamente o encontro planejado", prossegue o texto.
Não é a primeira vez que a China repudia uma reunião entre Obama e o Dalai Lama. Em 2011, por ocasião de um encontro realizado no Salão Oval da Casa Branca, sem a presença da imprensa e sob absoluta discrição, o governo chinês declarou que o ato representava "uma grave ingerência nos assuntos internos da China" e danificava as relações sino-americanas. Obama afirmou na época que o governo americano considerava o Tibete parte do território chinês, mas expressava seu apoio à defesa dos direitos humanos.
A China, que trata o Dalai Lama como um líder separatista, invadiu o Tibete em 1950. O regime comunista considera que a região sempre lhe pertenceu e teme que a independência tibetana leve ao esfacelamento de seu território. O Dalai Lama fugiu do país em 1959 e se refugiou na Índia depois que uma rebelião contra o regime chinês na capital Lhasa acabou violentamente reprimida pela China. 
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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