sexta-feira 27 2015

Morre Leonard Nimoy, o Mr. Spock de "Star Trek"


Ator morreu por conta de uma obstrução pulmonar terminal

Atualizada em 27/02/2015 | 16h1327/02/2015 | 14h33
Morre Leonard Nimoy, o Mr. Spock de "Star Trek" Star Trek/Divulgação
Nimoy caracterizado como Mr. Spock em "Star Treck"Foto: Star Trek / Divulgação
Leonard Nimoy, ator norte-americano que viveu o mítico Mr. Spock em Star Trek, morreu nesta sexta-feira, aos 83 anos, por conta de uma obstrução pulmonar em fase terminal. Ele faleceu em sua casa no bairro de Bel Air, em Los Angeles. 

Sua mulher, Susan Bay Nimoy, confirmou sua morte ao The New York Times.
Nimoy anunciou a doença ao público em 2014 e a atribuiu a anos de tabagismo, vício que havia abandonado já há mais de 30 anos. Ele foi hospitalizado no início da semana.
O fato de ter sido fumante por anos sempre debilitou sua saúde e Nimoy sempre enfrentou problemas respiratórios. Em um entrevista ao talk show de seu colega e amigo pessoal, William Shatner (o capitão Kirk), Nimoy também surpreendeu os fãs ao revelar seu alcoolismo, um problema que surgiu basicamente na época em que gravava Star Trek, e com o qual lutou durante anos até que, finalmente, conseguiu se recuperar.

Leonard Nimoy teve a carreira marcada por seu papel como o lógico alienígena meio-humano, meio-vulcano Mr. Spock, de Jornada nas Estrelas/Star Trek, mas também atuou como diretor, roteirista, compositor, poeta e fotógrafo.
Nascido em Boston, em 1931, filho de pais judeus originários da Ucrânia, Nimoy começou a atuar ainda quando criança. Sua carreira profissional, iniciada na década de 1950, foi marcada por muitos filmes B e participação em vários seriados famosos do período, como BonanzaDragnetAlém da ImaginaçãoOs intocáveisQuinta dimensãoPerry Mason, GunsmokeO Agente da U.N.C.L.E.Agente 86.
Sua grande oportunidade veio em 1966, quando foi escolhido pelo criador deStar Trek, Gene Roddenberry, para viver o emblemático Mr. Spock — a princípio, um personagem coadjuvante, um alienígena de tom diabólico e misterioso.
Ator sensível, Nimoy logo percebeu que o personagem — que muitos colegas consideravam um risco para qualquer carreira séria — era uma dádiva. Dedicou-se a compor um personagem complexo e cheio de nuances psicológicas, que pouco tinha a ver com os arquétipos da ficção científica.
De simples coadjuvante, o Spock de Nimoy virou um dos protagonistas da série e ganhou uma legião de fãs. Pelo personagem, Nimoy recebeu três indicações ao Emmy, o Oscar da TV americana.
Jim Parsons, o Sheldon Cooper de The Big Bang Theory, e Nimoy. Tanto Nimoy quanto Spock são ídolos e inspiração para o personagem nerd do seriado americano (Foto: Divulgação/CBS)
*Zero Hora e AFP

Nimoy nunca se distanciou de Spock

Ator respeitava tanto seu personagem que não ria quando caracterizado, para não desrespeitá-lo

27/02/2015 | 16h08
Nimoy nunca se distanciou de Spock FREDERIC J. BROWN /AFP





Nimoy em 2013, na estreia do último filme de "Star Trek"Foto: FREDERIC J. BROWN / AFP
Nimoy sempre teve por sua criação um respeito profundo, a ponto de, na época em que gravava a série, se preocupar em não se deixar ser fotografado rindo quando estivesse caracterizado de vulcano para não ferir a dignidade do personagem. Foi ele inclusive que criou muitos dos detalhes do personagem, como a saudação vulcana "Vida longa e próspera", inspirada em uma bênção judaica.
Nos anos que se seguiram ao cancelamento da série, Nimoy voltou a atuar em telefilmes, sem grande repercussão, além de ter emprestado sua voz à versão animada que Star Trek ganhou em 1973.
Nesse período, lançou alguns álbuns e livros de poesia até que, em 1977, surgiu com sua polêmica autobiografia, Eu não sou Spock, que muitos acharam que era uma negação ao personagem que o tornara conhecido no mundo. Ao contrário: no livro, Nimoy mantinha um diálogo direto com seu alter ego vulcano, demonstrando o quanto o personagem o influenciara, embora ele e Spock fossem, obviamente, "pessoas diferentes".
Ele quase voltou a reencontrar sua criação quando, no final dos anos 1970, aventou produzir uma nova série de Star Trek – Fase 2, mas o projeto acabou engavetado. Mas, com o megasucesso de Star Wars, em 1979 a Paramount resolveu levar Star Trek para o cinema como uma superprodução dirigida por Robert Wise. As subsequentes continuações da série no cinema fizeram com que Nimoy se reencontrasse com o sucesso e o levasse a diversificar suas atividades.
Dessa forma, passou para trás das câmeras e dirigiu o terceiro e quarto longas deStar Trek, sendo que Star Trek IV: a Volta Para Casa foi o filme de maior sucesso da série no cinema. Ele também assumiu a direção de outros filmes, comoCoisas Engraçadas do Amor, com Gene Wilder, e Três Solteirões e um Bebê, de 1987, uma das comédias de maior bilheteria da época.
Nos anos 1990, Nimoy continuou a atuar, mas decidiu se dedicar a uma de suas grandes paixões, a fotografia, e envolveu-se totalmente com uma série de ensaios, como The Shekhina Project, um estudo fotográfico do aspecto feminino de Deus, inspirado na Cabala.
Plenamente à vontade com sua ligação indissociável com a figura do estoico Mr. Spock, jamais se negou a reprisar o papel, desde que considerasse o contexto adequado e, com isso, participou como convidado especial em alguns episódios da primeira série originada de Star TrekA Nova Geração. Mais recentemente, em um novo filme da franquia, de 2009, interpretou Spock aos 129 anos, e fez uma espécie de "passagem de bastão" do personagem para o ator Zachary Quinto, que viveu Spock em seus anos de juventude.
Em função de sua boa relação com o diretor e produtor desse novo filme, J.J. Abrams, Nimoy aceitou o convite para fazer um papel-chave na série de TVFringe, embora tenha anunciado que estava se aposentando como ator. Leonard Nimoy foi casado duas vezes, com a atriz Sandra Zober (1954-1987), com quem teve um casal de filhos, e com Susan Bay, desde 1988. Seu filho, Adam Nimoy, hoje é diretor de televisão.
*AFP

Morre Leonard Nimoy, o Sr. Spock de "Jornada nas Estrelas"



Sr. Spock, interpretado pelo ator Leonard Nimoy
São Paulo - O ator Leonard Nimoy, mais conhecido por interpretar o papel do Sr. Spock, nas séries de TV e nos filmes "Jornada nas Estrelas", morreu no dia 27 de fevereiro, aos 83 anos. Ele estava em sua casa, em Los Angeles, Estados Unidos, e sofria de uma doença pulmonar. A morte foi confirmada por sua esposa, ao jornal New York Times
Além de atuar em "Jornada nas Estrelas", Nimoy também trabalhou na série "Missão: Impossível", entre 1969 e 1971, e fez participações nas séries "Agente 86" e "Bonanza". Mais recentemente, ele dublou o autobot "Sentinel Prime" no longa-metragem "Transformers: Dark of the Moon" (2011), atuou na série "Fringe" (2008) e narrou o jogo Civilization IV, de 2005.
Ao longo de sua carreira, ele também fez trabalhos como poeta, fotógrafo e músico. 


Depressão




'The Economist': Brasil está em atoleiro e Dilma é fraca

Cenário

Revista britânica dedica mais uma capa ao Brasil e afirma que o país vive seu pior momento desde o início da década de 1990

Capa da Economist
Capa da Economist (Reprodução/VEJA)
Pela terceira vez em menos de dois anos, a revista britânica The Economist volta a dedicar sua capa ao Brasil — e, novamente, não é por razões animadoras. Na edição latino-americana que chega às bancas, uma passista de escola de samba está em um pântano coberta de gosma verde com o título 'O atoleiro do Brasil'. A reportagem que foi veiculada nesta quinta-feira foi produzida por uma equipe de editores e jornalistas da publicação que passou uma temporada no Brasil para tomar pé da situação econômica. Os jornalistas estiveram em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. 
Reprodução
The Economist: Brasil em atoleiro
Nas duas últimas capas que a Economist havia feito sobre o país (uma em setembro de 2013 e outra em outubro de 2014), a principal crítica até então recaía sobre a equipe econômica e a presidente Dilma Rousseff, que juntas haviam conseguido minar a credibilidade das contas públicas. Outra crítica recorrente era a política protecionista. Na edição recente, a revista poupa o novo ministro Joaquim Levy — mas não Dilma: "Escapar desse atoleiro seria difícil mesmo para uma grande liderança política. Dilma, no entanto, é fraca. Ela ganhou a eleição por pequena margem e sua base política está se desintegrando", diz a revista.
Em editorial, a revista se refere ao Brasil como "antiga estrela da América Latina" e afirma que o país vive seu pior momento desde o início da década de 1990, período de instabilidade política, com o impeachment de Fernando Collor, e derrocada econômica, com a hiperinflação. "A economia do Brasil está uma bagunça, com problemas muito maiores do que o governo admite ou investidores parecem perceber". Além da ameaça de recessão e da alta inflação, a revista cita como grandes problemas o fraco investimento, o escândalo de corrupção na Petrobras e a desvalorização cambial que aumenta a dívida externa em real das empresas brasileiras.
Reprodução/VEJACapas da revista 'Economist' em 2009 e quatro anos depois em 2013
Capas da revista 'Economist' em 2009 e 2013
Segundo a publicação, Dilma Rousseff "pintou um quadro cor-de-rosa" sobre o Brasil durante a campanha eleitoral. A revista critica o fato de a presidente ter usado o discurso de que a oposição iria retirar as conquistas adquiridas nos últimos anos, como o aumento da renda e os benefícios sociais. "Apenas dois meses do novo mandato e os brasileiros estão percebendo que foi vendida uma falsa promessa".
Economist nota que boa parte dos problemas brasileiros foi gerada pelo próprio governo que adotou uma estratégia de "capitalismo de Estado" no primeiro mandato. Isso gerou fracos resultados nas contas públicas e minou a política industrial e a competitividade, diz. A revista destaca que Dilma Rousseff reconheceu parte desses erros ao convidar Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. "No entanto, o fracasso do Brasil em lidar rapidamente com distorções macroeconômicas deixou o senhor Levy com uma armadilha de recessão".
Entre as medidas para que o Brasil retome o caminho do crescimento sustentado, a revista diz que "pode ser muito esperar uma reforma das arcaicas leis trabalhistas". "Mas ela deve pelo menos tentar simplificar os impostos e reduzir a burocracia sem sentido", diz o texto, ao citar que há sinais de que o Brasil pode se abrir mais ao comércio exterior.
O editorial termina lembrando que o Brasil não é o único dos Brics em apuros. A Rússia está em situação pior ainda. A publicação ainda sugere que ainda é tempo para agir: "Mesmo com todos os seus problemas, o Brasil não está em uma confusão tão grande como a Rússia. O Brasil tem um grande e diversificado setor privado e instituições democráticas robustas. Mas seus problemas podem ir mais fundo do que muitos imaginam. O tempo para reagir é agora".

Esperança



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